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terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Ayurveda é a ciência da vida



Medicina tradicional da antiga Índia, a ayurveda é provavelmente o sistema de saúde mais antigo do mundo, com raízes que retrocedem os cinco mil anos no sistema védico. Não nos surpreende quando é chamada de “a mãe de todas as medicinas”. Ayurveda é o sistema de cura mais extenso no mundo e trata integralmente o corpo, a mente e o espírito. É um grande aliado do sistema milenar do yoga, da vida e da consciência. Dada a sua antiguidade, podemos dizer que é o sistema médico original de qual se derivam todos os sistemas médicos modernos.

O ayurveda está baseado nos milenares conhecimentos espirituais védicos. Do Sânscrito Ayur = Vida e Veda = Conhecimento ou Verdade. Estes dois conceitos unidos perpetuam a arte de manter a vida com harmonia. Mais que um sistema médico, o Ayurveda é uma “ciência” védica de sabedoria ancestral de cura, prevenção e longevidade. É um estilo de vida, uma forma de convívio em harmonia com a natureza, onde a saúde significa equilíbrio entre corpo, mente e espírito, através do rejuvenescimento do organismo e do fortalecimento do sistema imunológico. Em sua visão conceitual simplificada, saúde é a ausência de doenças físicas e mentais.

 
O ayurveda tem influenciado, através da história, muitos sistemas de medicina, desde os antigos gregos até os chineses. Um exemplo disso são as ervas e fórmulas ayurvédicas encontradas na medicina tradicional chinesa. O ayurveda é à base da medicina tibetana com influência secundária da medicina chinesa. Diferentes formas de ayurveda são encontradas no Nepal, Sri Lanka e Burma e na Tailândia.

Uma medicina alternativa que foi introduzida no ocidente nos últimos anos tem prestígio e popularidade em expansão. No contexto ocidental o ayurveda é um sistema naturopático e é provavelmente a mais completa de todas as formas de medicina naturopática em escala mundial.



terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Bem Estar: Abraçar causa mudanças químicas que fazem bem à saúde, aponta ciência



Além de ser uma das relações mais afetuosas entre os seres humanos, o abraço faz bem também para a saúde. De acordo com uma pesquisa realizada pelo G1, a interação traz mudanças químicas no organismo. Num abraço mais demorado, o corpo libera a oxitocina, um hormônio que dá uma sensação de confiança, amor, recompensa. “Oxitocina, ele é um hormônio que é responsável pela construção de laços, laços familiares. Quando você tem essa relação próxima, que é uma relação de pele, você garante a sobrevivência da espécie, porque grupos unidos sobrevivem mais do que indivíduos sozinhos numa natureza que não é acolhedora. E você ganha o acolhimento do abraço”, explica a endocrinologista Andressa Heimbecher.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Ciência: Rocha de 4 bilhões de anos pode ser sinal mais antigo de vida na Terra

Ilustração da Nasa mostra a passagem de um asteroide próximo da Terra (NASA/Divulgação/Divulgação)

Carbono presente nas rochas de uma região do Canadá sugere que os primeiros seres vivos surgiram no nosso planeta 200 milhões de anos antes do esperado


A vida pode ter surgido na Terra há quase 4 bilhões de anos, indica um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature. A descoberta, que foi baseada na análise do carbono presente em rochas da região de Labrador, no Canadá, sugere que os primeiros seres vivos podem ter aparecido cerca de 200 milhões de anos antes do esperado. A afirmação, no entanto, está passando pela análise de outros cientistas – mas, se os resultados se confirmarem, isso significaria que os primeiros organismos surgiram durante um dos períodos mais violentos da história da Terra, conhecido como “Bombardeio Tardio”. Até 3,8 bilhões de anos atrás, o planeta era recorrentemente atingido por gigantescos asteroides e cometas, que eram como “sobras” da formação do sistema solar. Por isso, cientistas acreditavam que durante essa fase seria muito improvável que qualquer tipo de vida tenha aparecido, principalmente porque as evidências de seres vivos mais antigas até então datavam justamente o fim desse período. “Mas agora [temos evidências de] 4 bilhões de anos. A vida começou na Terra durante um bombardeio pesado de meteoritos, o que é surpreendente”, diz o líder do estudo, Yuji Sano, pesquisador na Universidade de Tóquio, no Japão, em entrevista ao The Guardian. Além disso, cientistas, de uma forma geral, acreditam que o oceano se formou há 4,3 bilhões de anos – o que significa que, se o estudo recém-publicado estiver correto, ele deixa uma janela pequena, em termos geológicos, para o surgimento da vida.

No entanto, a principal crítica às afirmações feitas pela equipe é que ela está baseada unicamente na descoberta de que alguns pedaços de grafite (uma outra forma do carbono) presentes nas rochas possuem os mesmos índices de isótopos (variações) de carbono que são vistos em organismos vivos. Seres vivos costumam apresentar uma maior concentração da versão “leve” desse elemento, chamada carbono-12, em vez da versão mais pesada, conhecida como carbono-13. Quando eles morrem, a matéria orgânica torna-se lodo e pode, eventualmente, formar rochas, preservando esses isótopos de carbono. Mas, no caso do grafite, é possível que ele se forme independentemente da existência de organismos vivos no local ou não, como por meio da ação glacial de processos geoquímicos ou do impacto de meteoritos no solo. Por isso, grande parte da comunidade científica ainda não está convencida de que essas rochas, necessariamente, podem abrigar restos dos nossos ancestrais. Outra crítica é que talvez as rochas não sejam tão antigas quanto afirmam os estudiosos. A datação do grafite na região foi baseada na medida de minúsculas partículas de um mineral chamado zircão. Mas, segundo alguns pesquisadores, Sano e sua equipe se basearam na idade da concentração zircão mais antiga que encontraram, que estava a quilômetros de distância do local de onde vieram muitas das amostras de grafite usadas no estudo. Porém, de acordo com Sano, testes similares poderiam ser usados ​​para identificar os tipos de micróbios que ficaram presos no grafite ou até encontrar evidências de vida em outros planetas. “Se tivermos uma amostra adequada, como um novo meteorito marciano, podemos discutir a vida em Marte”, disse ele.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Ciência: A astronomia segue viva no Brasil

Imagem do telescópio japonês Subaru, no Havaí. O Brasil participará de um projeto para construir dois equipamentos de alta tecnologia que serão acoplados ao telescópio (NAOJ/Divulgação)

Encontro apresenta grandes projetos internacionais com investimento brasileiro, apesar dos cortes no orçamento destinado à pesquisa



Não é de hoje que o investimento em ciência e tecnologia no Brasil não anda bem. De 2014 para cá, o setor vem sofrendo cortes sucessivos em seu orçamento, após um breve período de crescimento. E desde que o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação se juntou ao das comunicações, logo no início do governo de Michel Temer (PMDB), sem aumento no orçamento, a briga para conseguir financiar pesquisas e outros projetos no país tem sido cada vez mais dura. Em um cenário tão pessimista para a ciência brasileira, a XLI Reunião da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), que promoveu uma série de encontros na última semana para apresentar o que há de novo na pesquisa em astronomia no Brasil e no mundo, trouxe uma esperança. Entre os destaques do que foi discutido, encontram-se não só estudos de ponta realizados por equipes nacionais, mas também parcerias com países que são referência mundial em inovação e até a fundação de uma associação de pesquisadores para estudo de vida fora da Terra.

Pesquisa no Brasil -   Apesar de todas as dificuldades orçamentárias, a quantidade de artigos científicos publicados por brasileiros aumentou nos últimos anos. Só em astronomia, o número que era de aproximadamente 4.000 pesquisas divulgadas entre 2000 e 2009 saltou para 5.300 de 2010 a 2017. “Esse crescimento só aconteceu por causa dos investimentos que fizemos na última década”, afirma o astrofísico Thiago Signorini Gonçalves, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador de comunicação da SAB. “Mas devemos começar a sentir o peso dos cortes [no orçamento] já nos próximos anos.” Fonte: Veja

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Clima e ciência: Mudança climática pode causar 152 mil mortes por ano no fim do século

(Rafael Marchante/Reuters)

Entre 1981 e 2010, só 5% da população da Europa foi exposta a eventos climáticos anormais. Entre 2071 e 2100, serão dois terços


Incêndios florestais como os que devastaram Portugal no mês passado vão se tornar regra, e não exceção, se nada for feito para atenuar as mudanças climáticas que já estão em curso graças à ação humana. É o que revela um artigo científico publicado no começo do mês. A equipe do meteorologista italiano Giovanni Forzieri – à serviço da Comissão Europeia, o órgão executivo da União Europeia (UE) –, usou simulações de computador complexas para descobrir como o clima da Europa vai se comportar ao longo do próximo século caso a temperatura média do planeta continue subindo no ritmo atual. As previsões indicam que, entre 2071 e 2100, só no continente europeu, morrerão 152 mil pessoas por ano por causa de ondas de calor e desastres naturais como incêndios e inundações – todos consequências diretas ou indiretas do aquecimento global. Entre 1981 e 2010, só 5% da população da UE (25 milhões) foi exposta a eventos climáticos anormais – entre 2071 e 2100, serão 351 milhões de pessoas. Esse número equivale a cerca de dois terços da população prevista para a UE no final do século (518 milhões). Os países mediterrâneos serão os mais afetados. Espanha e Itália e o sul da França terão de lidar com 64 vezes mais mortes decorrentes do aumento da concentração de CO2 na atmosfera se nada for feito.

As ondas migratórias e a consequente redistribuição das concentrações populacionais no continente também foram consideradas nas simulações – o aumento no número de habitantes de regiões litorâneas aumenta um pouco a exposição dessas pessoas a inundações, mas esse risco equivale a apenas 10% do total de mortes previstas (os outros 90% são consequência exclusiva do aumento de temperatura). A população europeia, mais velha que a média de idade mundial, colabora com os números – pessoas com mais de 60 anos são mais vulneráveis a problemas de saúde que podem piorar em temperaturas médias mais altas. Especialistas sem associação com o estudo o elogiaram, mas apontaram limitações. “Estar ou não no caminho de um evento climático não é garantia de que você morrerá”, afirmou ao The Guardian David Alexander, do University College de Londres. “A vulnerabilidade depende em um monte de outras variáveis.” Já Paul Wilkinson, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, afirmou ao Público que o estudo é importante como alerta para acelerar programas e acordos que tentem reduzir o aquecimento global e formas de mitigar suas consequências. “O aquecimento global pode resultar num impacto humano muito acelerado a não ser que sejam tomadas medidas adequadas de adaptação.”


Fonte: superinteressante

AQUECIMENTO GLOBAL & MUDANÇAS CLIMÁTICAS - Parcipação do Prof. Dr. RICARDO AUGUSTO FELÍCIO.


domingo, 3 de setembro de 2017

Sentimentos e sensações: A ciência explica por que Harry Potter foi um sucesso

(Harry Potter e as Relíquias da Morte/Reprodução)

Pesquisadores usaram big data e machine learning para descobrir por que algumas histórias nos tocam mais do que outras


Gosto não se discute, mas para os pesquisadores das universidades de Vermont, nos EUA, e de Adelaide, na Austrália, pode ser analisado. Eles descobriram por que histórias como Harry Potter e Romeu e Julieta mexem tanto com as emoções das pessoas – e, consequentemente, se tornam tão populares. A pesquisa é baseada em um glossário de emoções criado pelos próprios autores. Nele, mais de 10 mil palavras comuns na língua inglesa são classificadas. Palavras negativas, como “estupro” e “morte”, estão na parte inferior da escala, enquanto palavras alegres, como “amor” e “felicidade”, estão no topo. O glossário foi usado para desenvolver gráficos emocionais de 1.327 histórias da coleção de ficção do Projeto Gutenberg, uma biblioteca digital gratuita. Chamados de “experiências emocionais do leitor”, esses diagramas foram criados a partir de machine learning e big data. Um exemplo disso pode ser observado no gráfico abaixo (em inglês). Ele revela o alcance emocional de Harry Potter e as Relíquias da Morte, o último livro da série homônima de J.K. Rowling. As emoções dos leitores sobem e descem de acordo com a narrativa. Elas atingem seu pico de felicidade quando Harry está na casa de seu amigo Rony Weasley e de tristeza quando ocorre a batalha de Hogwarts, que causa a morte de vários personagens.



A partir desse glossário, os cientistas descobriram que há seis tipos de arcos emocionais que correspondem a 85% dos livros analisados. Segundo eles, cerca de um terço das histórias são do tipo “Trapos às riquezas”, em que o arco emocional sobe durante a maior parte da narrativa, ou “Tragédia”, quando as emoções caem. Exemplos da segunda categoria podem ser encontrados em várias obras de Shakespeare, como Romeu e Julieta. Outro tipo de arco relatado pelos autores é o “Homem em um buraco”. Nesse, as emoções na narrativa caem para depois subir. É a típica história da pessoa que sofre e depois consegue superar os obstáculos da vida. As Aventuras de Sherlock Holmes é um dos livros que fazem parte dessa categoria. Uma quarta categoria está relacionada às histórias em que o arco emocional sobe para, logo em seguida, cair. Ela é chamada de “Ícaro”, uma alusão à figura mitológica grega que cai no mar após suas asas de cera derreterem assim que ele voa mais próximo ao sol. Chamado de “Cinderela”, o quinto arco representa as narrativas em que as emoções se elevam, caem e depois se erguem novamente. A última categoria, a “Édipo”, é o seu oposto. Nela, acontece a queda das emoções, sua ascensão, depois a queda. Um dos livros selecionados pelos autores que pode ser classificado nessa categoria é Frankenstein.

Os pesquisadores concluíram que três tipos de histórias são mais populares entre os leitores: “Ícaro”, “Homem em um buraco” e “Édipo”. Para descobrir isso, eles analisaram a frequência em que os livros com certos arcos emocionais eram baixados no Projeto Gutemberg. “Naturalmente, os downloads são apenas uma aproximação para o sucesso, e este trabalho pode fornecer um esboço para uma análise mais detalhada dos fatores que impactam medidas significativas de sucesso”, escrevem os autores na conclusão do trabalho. Segundo eles, a categorização dos livros por arcos emocionais é importante para ensinar o senso comum aos sistemas de inteligência artificial. “Abordagens impulsionadas por dados irão desempenhar um papel crucial na compreensão total das histórias humanas.” — Este conteúdo foi originalmente publicado em Exame.com

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Ciência e vida: Humanidade esgota recursos que a Terra é capaz de renovar

Segundo dados levantados pela Global Footprint Network, seria necessário 1,7 planeta para suprir nosso consumo anual de recursos naturais (NASA/VEJA)

Segundo duas ONGs internacionais, estaremos usando as reservas de recursos naturais disponíveis, sem reposição, até 31 de dezembro


A humanidade consumiu, nesta quarta-feira, o total dos recursos naturais que a Terra pode renovar em um ano. Co isso, viverá “de crédito” dos recursos armazenados até 31 de dezembro, calcula a ONG Global Footprint Network. Segundo a organização, que emitiu um comunicado em conjunto com a World Wildlife Fund (WWF, na sigla em inglês), esse momento, conhecido como “Dia de Sobrecarga da Terra”, chega mais cedo a cada ano. “A partir dessa data, a humanidade terá consumido o conjunto dos recursos que o planeta pode renovar em um ano”, escreveram as ONGs no comunicado. “O custo deste consumo excessivo já é visível: escassez de água, desertificação, erosão dos solos, queda da produtividade agrícola e das reservas de peixes, desmatamento, desaparecimento de espécies. Viver de crédito só pode ser algo provisório porque a natureza não conta com uma jazida para nos prover indefinidamente.”

Segundo as organizações, para satisfazer nossas necessidades atuais, a humanidade deveria contar com o equivalente a 1,7 planeta. Embora o ritmo de progressão tenha reduzido um pouco nos últimos seis anos, esta data simbólica “continua avançando de maneira inexorável: este dia passou do final de setembro em 1997 a 2 de agosto neste ano”, destacam as ONGs. Para seus cálculos, a Global Footprint leva em conta em particular a pegada de carbono, os recursos consumidos pela pesca, a pecuária, os cultivos, a construção e a utilização de água. As emissões de gases de efeito estufa “representam apenas 60% da nossa pegada ecológica mundial”, afirma. Segundo as duas organizações, “sinais animadores” indicam, no entanto, que “é possível inverter esta tendência”. Apesar do crescimento da economia mundial, “as emissões de CO2 vinculadas à energia não aumentaram em 2016, pelo terceiro ano consecutivo”, ressaltam. “Isto pode ser explicado pelo grande desenvolvimento das energias renováveis para produzir eletricidade”. A comunidade internacional se comprometeu na Conferência de Paris sobre o clima (COP21), em dezembro de 2015, a reduzir as emissões de gases de efeito estufa com o objetivo de limitar o aquecimento global. Levando em conta os dados científicos mais recentes, a Global Footprint recalcula a cada ano a data do “Dia de Sobrecarga” para os anos passados, desde que este “déficit ecológico” começou a se aprofundar, no início dos anos 1970. (Com AFP)

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Astrofísica: Meteorito modificou campo magnético da Terra, diz agência

A variação foi detectada por um novo mapa, com a maior resolução alcançada até então, do campo magnético da Terra (Nasa/Divulgação)

Impacto com o objeto rochoso há 540 milhões de anos pode ter sido a causa da anomalia que existe ao redor da cidade centro-africana de Bangui


A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) divulgou esta semana um comunicado afirmando que a anomalia detectada no campo magnético ao redor da cidade de Bangui, na República Centro-Africana, pode ser causada pelo impacto de um meteorito 540 milhões de anos atrás. Nessa região, segundo a nota, o campo magnético é “significativamente mais agudo e mais forte” do que no resto do planeta. A alteração foi observada em um novo mapa do campo, elaborado pela equipe da agência, que possui a maior resolução já alcançada. “Medições do espaço têm grande valor, pois oferecem uma visão global nítida sobre a estrutura magnética da camada externa rígida do nosso planeta”, diz Rune Floberghagen, líder da missão Swarm, cujo satélite, assim como o alemão CHAMP, forneceu os dados para fazer o mapeamento. Segundo os cientistas, compreender o campo magnético da Terra, assim como suas anormalidades, é importante para desvendar a história do planeta que está impressa em sua crosta. Esse campo é como “um enorme invólucro que nos protege da radiação cósmica e das partículas carregadas que bombardeiam nosso planeta com o vento solar”, sem o qual “não existiria a vida tal como conhecemos”, escreve a agência.

Mapa de alta resolução que mostra a anomalia no campo magnético ao redor de Bangui, em vermelho (ESA/DTU Space/DLR/Divulgação)


A maior parte do campo magnético, segundo a ESA, se forma a 3.000 quilômetros de profundidade, pelo movimento de ferro fundido do núcleo externo. Os 6% restantes se são originados pelas correntes elétricas existentes no espaço que rodeia a Terra e as rochas magnetizadas na litosfera superior – porção rígida mais exterior do planeta, que corresponde à crosta e o manto superior. O mapa construído pela equipe de cientistas europeus conseguiu mostrar com detalhes as variações no campo magnético litosférico, que, por ser mais frágil, é mais difícil de ser observado do espaço. Uma delas é a que está localizada em Bangui. Os pesquisadores suspeitam que ela tenha sido originada por um impacto com um objeto rochoso no passado, pois ele muda conforme uma nova crosta é criada pela atividade vulcânica e pelo resfriamento do magma. Esses minerais solidificados deixam um registro da história magnética da Terra. Segundo o cientista Dhananjay Ravat, da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, as linhas do campo magnético também permitem identificar os movimentos das placas tectônicas. “O novo mapa define as características do campo magnético até 250 quilômetros de profundidade e pode ajudar a investigar a geologia e as temperaturas na litosfera da Terra”, adiciona.

Astrofísica: Lua de Saturno exibe condições para vida fora da Terra, diz Nasa

Enceladus, uma das luas de Saturno, lança vapor d'água no espaço. Mosaico feito com imagens da sonda Cassini,

Enceladus tem hidrogênio molecular, fonte de energia que, junto ao oceano e à química dessa lua, a torna um dos locais mais favoráveis à vida fora da Terra


A Nasa anunciou a descoberta de hidrogênio molecular em Enceladus, uma das luas de Saturno, evidência que, somada ao oceano sob a superfície gelada do satélite, faz dela um dos lugares mais favoráveis ao desenvolvimento de vida fora da Terra. Os detalhes da detecção, publicados nesta quinta-feira na revista Science, foram divulgados por astrônomos da missão Cassini, em uma aguardada conferência no auditório da agência espacial americana, em Washington, nos Estados Unidos. De acordo com os cientistas, o hidrogênio molecular (H2) é um poderoso indício de que haja uma fonte de energia química no planeta. Essa energia, somada à existência de água líquida, encontrada em Enceladus pela Cassini em 2014, que é a condição fundamental para a vida como conhecemos, fazem com que a pequena lua gelada seja muito propícia ao surgimento de seres vivos. É a primeira vez que os pesquisadores encontram as duas coisas reunidas em um mesmo lugar, o que faz o estudo ser extremamente promissor para a busca de vida fora da Terra. “Ainda não sabemos se há ‘vida lá fora’, mas, neste momento, estamos fazendo um progresso imenso”, disse Thomas Zurbuchen, um dos membros da Nasa, durante a conferência nesta quinta-feira. “Não descobrimos vida em Enceladus, até agora, mas ficaríamos muito empolgados se pudéssemos detectá-la nessa lua”, afirmou Chris Glein, um dos autores do estudo e membro da missão Cassini, durante a conferência, em resposta à pergunta: “Poderia haver micróbios ou mesmo pequenos camarões em Enceladus?”

“Basicamente, a descoberta revela que os ingredientes para a existência de vida estão lá – o que ainda não é uma prova de que ela tenha se desenvolvido. O estudo mostra que existe um oceano e também a química necessária para que os seres se desenvolvam, o que torna Enceladus um local potencialmente habitável”, afirma o astrônomo Douglas Galante, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS/CNPEM), em Campinas, e do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da Universidade de São Paulo (USP). “É uma pesquisa extremamente importante para a detecção de vida no universo e esse conhecimento pode ser aplicado também para o estudo da habitabilidade de planetas fora do sistema solar.”

Hidrogênio molecular 

Enceladus é uma pequena lua gelada de 504 quilômetros de diâmetro (para comparar, a Terra tem 12.742 quilômetros de diâmetro) que orbita Saturno, gigante gasoso que é um dos maiores planetas do sistema solar. A sonda Cassini, missão conjunta entre a Nasa e a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), que estuda o planeta desde 2004, descobriu em 2005 que a lua expelia jatos gelados, indício de um oceano de água líquida sob a superfície. Cerca de três anos depois, os instrumentos da sonda captaram vapor d’água, dióxido e monóxido de carbono nesses jatos. Há pouco mais de dois anos, a análise detalhada dos dados da sonda, publicada na revista Science revelou que Enceladus abriga um imenso oceano de água líquida, condição primordial para a presença de vida. O segundo fator essencial para a existência de seres vivos é energia. Como Enceladus está muito distante do Sol (Saturno fica a 1,4 bilhões de quilômetros da estrela) e não pode aproveitar essa fonte, os astrônomos da missão Cassini e do Southwest Research Institute (SwRI, na sigla em inglês) decidiram voltar aos jatos gelados da pequena lua e investigar se ali existia alguma pista de fontes energéticas. As informações do novo estudo vieram de um dos últimos voos da sonda sobre Enceladus, feito em 28 de outubro de 2015. A sonda passou a apenas 49 quilômetros da superfície, o mais perto que uma missão já chegou da superfície dessa lua, e captou alguns componentes dos jatos d’água expelidos. A análise desses compostos revelou a existência de hidrogênio molecular e dióxido de carbono em desequilíbrio químico – ou seja, em proporções tais que configuram evidências de uma fonte de energia química. Se esses compostos, nas proporções encontradas em Enceladus, reagirem entre si, podem dar origem à vida.

Liderados pelo astrônomo americano Hunter Waite, os astrônomos compararam a combinação dos compostos de Enceladus com o processo realizado por microrganismos que habitam as profundezas dos oceanos terrestres. Em ambiente aquático e na ausência de luz, esses minúsculos seres vivos combinam hidrogênio molecular com gás carbônico para produzir metano, em uma reação chamada metanogênese (parecida com a fotossíntese dos vegetais, mas sem a necessidade de luz). Essa fonte de energia química é base de vastos ecossistemas dos oceanos da Terra e, possivelmente, foi dessa forma que os primeiros organismos vivos se desenvolveram em nosso planeta. Esses processos sob os oceanos terrestres têm sido estudados há cerca de três décadas por cientistas que analisam criaturas conhecidas como extremófilos, animais que sobrevivem em condições extremas, fornecendo o conhecimento que permitiu a comparação com a vida no ambiente de Enceladus. “Se correta, essa observação tem implicações fundamentais para a possibilidade de vida em Enceladus; desequilíbrio químico que, como se sabe, sustenta a vida microbiana nos oceanos profundos da Terra também está disponível para sustentar a vida no oceano de Enceladus”, afirma o geoquímico Jeffrey Seewald, pesquisador do Instituto Oceanográfico de Woods Hole, nos Estados Unidos, em um comentário que acompanha o artigo da Science.

Ilustração mostra a sonda Cassini em seu voo sobre os jatos de Enceladus, em 2015. (//Nasa)


Vida alienígena?

De acordo com o estudo, a hipótese mais plausível para a origem do hidrogênio molecular em Enceladus é um processo hidrotermal que combina água, rochas e reações bioquímicas primitivas. Contudo, apesar de promissora, a evidência aponta apenas para a possibilidade de vida – e não a comprovação de sua existência, pelo menos por enquanto. “Na Terra, aconteceu de a vida surgir em condições semelhantes, ou seja, uma forma de vida poderia usar essas condições com facilidade”, explica o astrônomo Gustavo Porto de Mello, professor do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB). “Contudo, para comprovar que ela existe ainda são necessárias medições mais sofisticadas, que apenas uma nova missão poderia nos trazer.” Segundo os astrônomos, o terceiro passo em busca de vida fora da Terra envolveria a busca de compostos baseados em carbono, como açúcares ou aminoácidos. A combinação de água líquida, energia e as moléculas baseadas em carbono traria evidências robustas da possibilidade de vida nesse ambiente. “Ainda não encontramos esses três fatores reunidos, que seriam a receita para a existência de seres vivos fora da Terra. Mas Enceladus é um fortíssimo candidato a ter todas as condições de habitabilidade para a vida como conhecemos, só depende de continuarmos procurando”, afirma Douglas Galante, pesquisador do Núcleo de Astrobiologia da USP. De acordo com os astrônomos responsáveis pela missão Cassini, corpos celestes recobertos por um oceano, como a lua Enceladus, são ótimos candidatos ao desenvolvimento de vida alienígena. “Esses ‘mundos oceânicos’ acabaram de ser descobertos e são os melhores lugares para o desenvolvimento da vida como conhecemos”, afirmou o astrônomo Jim Green, diretor da Divisão de Ciências Planetárias da Nasa, durante a conferência, em Washington.
Por Rita Loiola/Veja

domingo, 26 de fevereiro de 2017

O QUE SABEMOS? Nova pesquisa poderia reescrever física desde o início

 reescrever física desde o início
O QUE SABEMOS? Nova pesquisa poderia reescrever física desde o início

O Modelo Padrão também inclui as quatro forças fundamentais do universo


Desde os gigantes no céu noturno até as partículas que nos fazem, nós - tudo envolve a teoria da física: o modelo padrão. Atualmente, o Modelo Padrão descreve partículas elementares conhecidas como "blocos de construção" da matéria. Essas partículas são vistas em dois tipos básicos: quarks e leptons. Cada tipo tem seis partículas elementares que são encontradas dentro de três pares conhecidos como "gerações".

A primeira geração consiste nas partículas mais leves e mais estáveis, enquanto a segunda e terceira gerações consistem em partículas mais pesadas e menos estáveis. Toda a matéria estável no universo é dito estar na primeira geração. O Modelo Padrão também inclui as quatro forças fundamentais do universo: a força forte, a força fraca, a força eletromagnética e a força gravitacional. Cada força fundamental, diferente da gravidade, tem sua própria partícula correspondente. O gluon carrega a força forte, enquanto o fóton carrega a força eletromagnética, e os bosons W e Z carregam a força fraca. Embora enquanto isso parece som, ainda há muitas perguntas em torno da teoria.

RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS ANTIGAS Quatro pesquisadores se juntaram para propor a adição de seis novas partículas para enfrentar cinco questões duradouras dentro da Teoria do Modelo Padrão atual. Este novo modelo proposto, detalhado na APS Física , é nomeado SMASH para "Modelo Padrão Axion gangorra Higgs inflação portal." A equipe propôs que partículas Rho e axion poderia explicar a inflação e matéria escura, respectivamente, juntamente com três pesados neutrinos destros . Com essas descobertas, os pesquisadores esperam responder às seguintes perguntas sobre o Modelo Padrão: O que exatamente é matéria escura? O que causou a inflação? Por que um neutrino é tão leve? Por que há mais matéria do que antimatéria? Embora não haja garantia de que este novo modelo será aceito dentro da comunidade de física, o trabalho realizado por esta equipe é muito simples, por isso deve ser bastante simples para provar ou refutar.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Astrofísica: Aliens? Ciência tem nova hipótese para luz misteriosa de estrela

O brilho da KIC 8462852 é tão misterioso que cientistas chegaram a considerar que uma 'megaestrutura alienígena' envolvia a estrela (capnhack.com/Reprodução)

Pesquisadores acreditam que a estrela KIC 8462852 pode ter engolido um planeta, provocando o brilho enigmático que intriga cientistas há anos


Desde 2015, cientistas vêm tentando desvendar o mistério de uma estrela que fica a 1.500 anos-luz da Terra (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros), localizada entre as constelações de Cisne e Lira. Batizado de KIC 8462852, o astro possui um brilho com padrões tão incomuns que, mesmo com diversas explicações científicas sugeridas, os astrônomos ainda não descartaram a possibilidade de uma enorme estrutura construída por alienígenas estar bloqueando a luz que ele emite. Dessa vez, porém, a mais nova hipótese levantada pelos cientistas não inclui vida extraterrestre. Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, sugerem que a estrela engoliu um planeta em algum momento de sua vida, e os estranhos padrões de luz que podem ser observados são causados por restos do corpo celeste ou da sua lua, que eventualmente bloqueiam parte do brilho da KIC 8462852. O estudo completo será publicado na próxima edição do Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fenômeno misterioso 

Quando um planeta orbita uma estrela, é normal que o brilho dela diminua periodicamente cerca de 1%. Porém, no caso da KIC 8462852, essas quedas são muito maiores, podendo chegar a 22%. A desproporção em relação às estrelas “comuns” imediatamente fez com que os cientistas imaginassem que algo muito grande estivesse bloqueando a luz do astro – porém, só isso não explicaria a queda gradual na luminosidade que foi observada entre 1890 e 1989. Foi então que eles passaram a considerar a hipótese de que a estrela tenha engolido um planeta. Após um aumento repentino no brilho provocado pela colisão, o astro agora está voltando ao normal, envolvido por alguns pedaços de rocha que eventualmente bloqueiam sua luz. O estudo sugere que o choque tenha ocorrido há dez mil anos atrás, mas só agora a estrela está liberando a energia gerada pela colisão. Para testar sua teoria, a equipe de cientistas analisou estudos anteriores sobre a KIC 8462852 com teorias já conhecidas da física espacial, como o mecanismo de Kozai, usado para determinar as variações nas órbitas dos satélites planetários. Se seus cálculos estiverem corretos, os pesquisadores acreditam que esse tipo de colisão pode ser mais comum do que imaginavam a princípio. O mistério, no entanto, está longe de ser desvendado. Novas hipóteses vêm surgindo no meio científico, inclusive uma teoria proposta por um grupo de estudiosos que sugere que os padrões de luz incomuns da KIC 8462852 não são causados pela estrela em si ou rochas que a orbitam – e sim por lixo cósmico espalhado pelo caminho entre a Terra e a estrela. Apesar das hipóteses sugeridas se encaixarem nos fatos conhecidos até agora, nenhum dos estudos têm caráter conclusivo – e, até que se prove o contrário, a teoria de que não estamos sozinhos no universo continuará existindo.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Astrofísica: Aliens? Ciência tem nova hipótese para luz misteriosa de estrela

  hipótese para luz misteriosa de estrela
O brilho da KIC 8462852 é tão misterioso que cientistas chegaram a considerar que uma 'megaestrutura alienígena' envolvia a estrela (capnhack.com/Reprodução)

Pesquisadores acreditam que a estrela KIC 8462852 pode ter engolido um planeta, provocando o brilho enigmático que intriga cientistas há anos


Desde 2015, cientistas vêm tentando desvendar o mistério de uma estrela que fica a 1.500 anos-luz da Terra (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros), localizada entre as constelações de Cisne e Lira. Batizado de KIC 8462852, o astro possui um brilho com padrões tão incomuns que, mesmo com diversas explicações científicas sugeridas, os astrônomos ainda não descartaram a possibilidade de uma enorme estrutura construída por alienígenas estar bloqueando a luz que ele emite. Dessa vez, porém, a mais nova hipótese levantada pelos cientistas não inclui vida extraterrestre. Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, sugerem que a estrela engoliu um planeta em algum momento de sua vida, e os estranhos padrões de luz que podem ser observados são causados por restos do corpo celeste ou da sua lua, que eventualmente bloqueiam parte do brilho da KIC 8462852. O estudo completo será publicado na próxima edição do Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fenômeno misterioso 


Quando um planeta orbita uma estrela, é normal que o brilho dela diminua periodicamente cerca de 1%. Porém, no caso da KIC 8462852, essas quedas são muito maiores, podendo chegar a 22%. A desproporção em relação às estrelas “comuns” imediatamente fez com que os cientistas imaginassem que algo muito grande estivesse bloqueando a luz do astro – porém, só isso não explicaria a queda gradual na luminosidade que foi observada entre 1890 e 1989. Foi então que eles passaram a considerar a hipótese de que a estrela tenha engolido um planeta. Após um aumento repentino no brilho provocado pela colisão, o astro agora está voltando ao normal, envolvido por alguns pedaços de rocha que eventualmente bloqueiam sua luz. O estudo sugere que o choque tenha ocorrido há dez mil anos atrás, mas só agora a estrela está liberando a energia gerada pelo choque. Para testar sua teoria, a equipe de cientistas analisou estudos anteriores sobre a KIC 8462852 com teorias já conhecidas da física espacial, como o mecanismo de Kozai, usado para determinar as variações nas órbitas dos satélites planetários. Se seus cálculos estiverem corretos, os pesquisadores acreditam que esse tipo de colisão pode ser mais comum do que imaginavam a princípio. O mistério, no entanto, está longe de ser desvendado. Novas hipóteses vêm surgindo no meio científico, inclusive uma teoria proposta por um grupo de estudiosos que sugere que os padrões de luz incomuns da KIC 8462852 não são causados pela estrela em si ou rochas que a orbitam – e sim por lixo cósmico espalhado pelo caminho entre a Terra e a estrela. Apesar das hipóteses sugeridas se encaixarem nos fatos conhecidos até agora, nenhum dos estudos têm caráter conclusivo – e, até que se prove o contrário, a teoria de que não estamos sozinhos no universo continuará existindo.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Ciência: O misterioso rio de ferro líquido descoberto no centro da Terra

  centro da Terra
O rio de ferro líquido corre a cerca de 3 mil quilômetros de profundidade (Foto: Esa)

Cientistas dizem que corrente a 3 mil km de profundidade pode ajudar a explicar funcionamento do campo magnético de nosso planeta.


Cientistas dizem ter descoberto um rio de ferro líquido no centro da Terra, correndo debaixo do Estado americano do Alasca e da região russa da Sibéria. Essa massa ambulante de metal foi detectada graças aos satélites europeus Swarm - um trio que está mapeando o campo magnético da Terra para entender seu funcionamento. O campo protege toda a vida do planeta contra a radiação espacial. Para os cientistas, a existência do rio de ferro líquido é a melhor explicação para uma concentração de forças no campo magnético terrestre que os satélites registraram no Hemisfério Norte. "É uma corrente de ferro líquido que se move cerca de 50 km por ano", explica Chris Finlay, da Universidade Técnica da Dinamarca. “É um líquido metálico muito denso e é preciso uma quantidade enorme de energia para movê-lo. É provavelmente o movimento mais rápido que temos no manto terrestre" disse ele à BBC.

Os satélites Swarm satellites foram lançados em 2013 para estudar o campo magnético da Terra (Foto: ESA)


Finlay explica que a corrente de metal líquido é como o jet stream na atmosfera da Terra - a corrente de ar em altas altitudes usada por aviões para voar mais rápido. O rio de metal porém, está a 3 mil metros de profundidade. Os cientistas acreditam que o rio tenha 420 km de largura e percorra quase metade da circunferência da Terra. O comportamento dessa massa metálica será crítico para a geração e manutenção do campo magnético terrestre. "É possível que a corrente tenha funcionado por centenas de milhões de anos", diz Phil Livermore, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e um dos autores do estudo detalhando a descoberta, publicado na revista científica Nature Geoscience.

A maior parte do campo magnético da Terra é gerado por convecção a partir de ferro derretido no exterior do núcleo. O campo protege a vida terrena contra a radiação espacial (Foto: ESA)


Rainer Hollerbach, outro cientistas envolvido no projeto, acredita que o líquido se move graças à força da flutuabilidade ou por conta de mudanças no campo magnético do núcleo terrestre. Lançados em novembro de 2013 pela Agência Espacial Europeia (ESA), o satélites Swarm estão fornecendo acesso sem precedentes à estrutura e ao comportamento do campo magnético terrestre. Com instrumentos altamente sensíveis, os satélites estão gradualmente analisando os vários componentes do campo, do sinal dominante vindo do movimento do ferro no núcleo externo à quase imperceptível contribuição feita pelas correntes oceânicas. Os cientistas esperam que os dados do satélite ajudem a explicar a razão pela qual o campo magnético da Terra tem enfraquecido nos últimos séculos. Alguns cientistas especulam que o planeta pode estar próximo de um inversão de polaridade, em que o sul se tornará norte e o norte se tornará sul. Isso ocorre a cada centenas de milhares de anos.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Astrofísica: Astrônomos descobrem uma surpreendente galáxia anã

  galáxia anã
A Via Láctea (foto) pode contar com centenas de fracas galáxias anãs ao seu redor (Nick Rising/Photopic Sky Survey/Divulgação)

Ela orbita a Via Láctea e é a mais fraca já vista pelos cientistas. Novo objeto pode ajudar a desvendar a misteriosa matéria escura


Astrônomos descobriram um impressionante objeto orbitando nossa galáxia: Virgo I é a galáxia anã mais fraca já vista pelos cientistas ao redor da Via Láctea. Segundo os cientistas, centenas de galáxias assim podem estar ao nosso redor. A descoberta, publicada na última semana no Astrophysical Journal, deve ajudar os cientistas a desvendar como as galáxias nascem e de que maneira a misteriosa matéria escura mantém as galáxias unidas.

Virgo I, que recebeu esse nome por estar na direção da constelação de Virgem, a cerca de 280.000 anos-luz de distância (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros) do sistema solar, é a mais nova integrante do grupo de cerca de cinquenta galáxias conhecidas que orbitam a Via Láctea – pelo menos quarenta delas são fracas como Virgo I. O brilho da nova galáxia anã é tão sutil que só pode ser detectado pelo telescópio Subaru, no Havaí, que conta com uma lente potente com diâmetro de 8,2 metros. “Essa descoberta sugere que centenas de fracas galáxias anãs estão aguardando para serem descobertas ao redor da Via Láctea”, afirmou o astrônomo Masashi Chiba, da Universidade Tokohu, no Japão, e um dos autores do estudo, em comunicado oficial.

Desvendando a matéria escura 


A matéria e energia escura, que compõe pelo menos 95% do universo, ainda é um mistério para a ciência. Segundo algumas teorias, galáxias como a nossa foram formadas por matéria escura, seguida pela reunião de gás de poeira cósmica que resultou em planetas e estrelas. Segundo esses modelos, esse processo deixaria um “halo” escuro ao redor da galáxia, com diversas pequenas galáxias – contudo, apenas algumas dezenas de galáxias assim foram encontradas até o momento. Segundo os cientistas, o funcionamento de telescópios de grande alcance, como o Subaru, pode ajuda na descoberta de outros objetos cósmicos como Virgo I. “Saber quantas existem realmente e quais são suas características nos dará pistas importantes para compreender como a Via Láctea foi formada e como a matéria escura contribuiu para isso”, afirmou Chiba.

sábado, 5 de setembro de 2015

Fé e ciência - Ressureição: o grande dogma do cristianismo

A comemoração do domingo de Páscoa reafirma o poder da crença na volta à vida do filho de Deus morto na cruz, uma ideia que se fortalece com a passagem dos milênios

Fé e ciência - Ressureição: o grande dogma do cristianismo
Fé e ciência - Ressureição: o grande dogma do cristianismo
 
PIERO DELLA FRANCESCA – Século XV: em exposição no Museo Civico de Sansepolcro, na Itália(ALINARI/Getty Images)
Por que, depois de pouco menos de 2 000 anos, a crença na ressurreição de Jesus Cristo, um dos mais extraordinários mistérios da fé, ainda exerce efeito tão arrebatador? Disse o apóstolo Paulo, o grande disseminador das palavras de Jesus, em suas cartas aos coríntios, anotadas no Novo Testamento: "Se Cristo não foi ressuscitado, nós não temos nada para anunciar e vocês não têm nada para crer. (...) Se Cristo não foi ressuscitado, a fé que vocês têm é uma ilusão. (...) Se Cristo não ressuscitou, os que morreram crendo nele estão perdidos. (...) Se a nossa esperança em Cristo só vale para esta vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo". A ideia da ressurreição foi a faísca do cristianismo, que então deixou de ser uma seita do Império Romano para se transformar na maior religião do planeta.
Três dias haviam se passado da morte agonizante de Jesus na cruz do Gólgota, ponto final do calvário. Era uma madrugada de domingo, Páscoa judaica. Ainda estava escuro, e Maria Madalena foi ao sepulcro ungir o corpo de Jesus com especiarias. Ao se aproximar, viu o túmulo aberto e saiu correndo para avisar os discípulos. Eles entraram e encontraram o sepulcro vazio. Apenas a mortalha que envolvia o corpo de Cristo estava lá. Maria Madalena, dizem os textos sagrados do cristianismo, permanecera distante, chorando, quando dirigiu o olhar em direção ao túmulo e avistou dois anjos, que lhe perguntaram: "Mulher, por que você está chorando?". Ela respondeu: "Levaram embora meu Senhor e não sei onde o puseram". Maria Madalena então olhou para trás e viu uma figura humana em pé que ela pensou se tratar do jardineiro, à qual se dirigiu: "Se o tirou daqui, diga onde o colocou e eu irei buscá-lo". A resposta veio curta: "Maria". Nesse momento ela reconheceu Jesus e respondeu: "Mestre". Descrita no Evangelho de São João, essa história, tão singela quanto misteriosa, resistiu e se fortaleceu com a passagem dos milênios.
Para os cristãos, a ressurreição tem mais valor do que os sermões e os milagres de Jesus em vida. Como disse São Paulo aos coríntios, sobre ela foi erguida toda a catedral de fé do cristianismo. Sem ela, toda a esperança humana se resume aos limites da vida terrena. Com ela, a vida terrena é uma vida vicária, uma vida no lugar da verdadeira vida eterna. "Quem crê em mim, ainda que morra, viverá, e quem vive e crê em mim nunca morrerá", disse Jesus.
Do ponto de vista do proselitismo religioso, do convencimento dos fiéis, a ressurreição é vital pela transcendência. Ela é a garantia de uma graça concedida a toda a humanidade - a da vida eterna. "Sob o aspecto antropológico da fé, a doutrina da ressurreição é a resposta à vontade mais primitiva do ser humano, a da imortalidade", diz monsenhor Antonio Luiz Catelan Ferreira, teólogo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. O cristianismo conquistou o paganismo romano com a promessa da vida eterna, de mãos dadas com o Cristo ressurrecto. Nas palavras do filósofo marxista alemão Ernst Bloch (1885-1977): "Não foi a moralidade do Sermão da Montanha que permitiu ao cristianismo conquistar o paganismo romano, e sim a crença de que Jesus se erguera dos mortos. Numa era em que os senadores romanos competiam para ver quem tinha mais sangue de cordeiro na própria toga - acreditando que isso evitaria a morte -, o cristianismo competia pela vida eterna, e não pela moralidade"

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

UNIVERSO PARALELO existe? Essa é uma teoria em Gestação

UNIVERSO PARALELO existe? Essa é uma teoria em Gestação
UNIVERSO PARALELO existe? Essa é uma teoria em Gestação


Cientistas dizem que neutrões viajam por universo paralelo

"Mosaico" da nossa galáxia Via Láctea captado pela Nasa. A nova teoria pode ajudar a explicar a chamada 'matéria escura' que a compõe.
 

Um fenómeno da natureza até agora inexplicado será causado pela existência de universos paralelos. Esta é uma nova teoria avançada por dois cientistas da Universidade de Aquila divulgada esta semana.
Há muito que é os cientistas observam que, sob determinadas circunstâncias, os neutrões (partículas atómicas sem carga elétrica) desaparecem momentaneamente.
O fenómeno é conhecido - e pode inclusivamente ser manipulado em experiências - mas desconhece-se por que razão tal acontece.

Os físicos Zurab Berezhiani e Fabrizio Nesti, da universidade italiana de Aquila, avançaram com uma ideia, à primeira vista extraordinária, mas que aparentemente explica os fenómenos observados.
Berezhiani e Nesti sugerem neste estudo que os neutrões, quando desaparecem, na realidade estão a passar por um universo paralelo ao nosso.

As suas experiências mostram que o ritmo a que o número de partículas 'desaparecem' está directamente ligado à direção e intensidade de um campo magnético quando aplicado a um sistema de neutrões livres (que não se encontram ligados a protões).

Os físicos teorizam que este fenómeno pode ser explicado se existir um universo paralelo formado por 'partículas espelho'. Nestas circunstâncias, os neutrões 'trocam de posição' com os seus paralelos, que são invisíveis para nós - por isso parecem desaparecer. Passado algum tempo, o processo repete-se, dando a ilusão que a partícula reaparece do nada.

A teoria prevê que esta oscilação entre os neutrões e as suas partículas-espelho acontecerá em períodos de segundos, o que é consistente com os valores observados experimentalmente.

São ainda necessárias várias experiências para comprovar (ou falsear) a teoria. No entanto, ela tem potencial para ajudar a explicar outro mistério: a origem da chamada 'matéria escura' do Universo

Esta substância desconhecida, que não conseguimos ver mas podemos observar a sua influência nas órbitas das estrelas e das galáxias, compõe cerca de 90 por cento do Universo conhecido. Uma hipótese será ela estar em 'dimensões paralelas', às quais não podemos chegar mas cujos efeitos podem ser observados.

FONTE: Diário de Notícias/via: http://sufandonoassude.blogspot.com.br

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A ciência humana não é dona da verdade

É muito engraçado ver a ciência querendo ser a detentora das verdades! Quando se indaga um cientista logo vem a famosa frase "não é comprovado cientificamente"! Nem tudo comprovado pelas ciências dos homens é irrevogável! Tá cheio de pesquisa que desmente outras, remédios que são removidos das prateleiras das farmácias por que novos estudos acham que eles trazem risco a saúde, enquanto estudos anteriores recomendavam seu uso! E assim por diante, muita coisa que conhecíamos no século passado, caiu por terra em nossa época, ao mesmo tempo, muito do que conhecemos agora, também cairá no futuro... As verdades são relativas, ou a verdade absoluta não podemos acessar sempre. Apenas naquilo que nos é permitido.

A Ciência e boa parte dos cientistas aceitam a famosa ideia de que "nada se perde tudo se transforma", então porque querem teimar contra a reencarnação? Se a mente humana apreende tantas coisas, guarda tantas lembranças em sua memória e nosso corpo tem um centro vital de energia, porque nossa alma ao morrer o corpo não se transforma também? Quem disse que nosso espírito não é formado por energia? A ideia que repudio de Darwin não diz que a tal evolução nos trouxe desde ratos, saruês e macacos, porque o espírito não poderia evoluir também? A alma não está vulnerável ao tempo e a matéria como nosso corpo. Na verdade como disse o Cristo "o espírito é forte, apenas a carne é fraca"...

sábado, 29 de dezembro de 2012

Ciência e espaço: Novo cometa ISON pode ser o mais brilhante já registrado




Em setembro, astrônomos russos descobriram o ISON, que deve ser avistado a olho nu da Terra no final do ano que vem e poderá brilhar mais do que a Lua. Entenda o que pode acontecer até a sua visita - O ISON (em destaque) não é mais do que um pontinho luminoso a quase um bilhão de quilômetros da Terra. Mas se nada der errado durante sua viagem, ele tem tudo para ser um grande espetáculo para os amantes da astronomia (E. Guido, G. Sostero, N. Howes - Remanzacco Observatory, Italy)



Neste exato momento, a um bilhão de quilômetros, mais ou menos entre as órbitas de Saturno e de Júpiter, um cometa segue a toda velocidade em direção ao Sol. Quando passar próximo à Terra, no final do ano que vem, seu  brilho será o mais intenso já registrado no céu em toda a história, superando o da Lua Cheia. A oportunidade é única: quando seguir seu caminho, o ISON, como foi batizado, não voltará tão cedo.
O cometa foi descoberto no último dia 21 de setembro, quando uma dupla de astrônomos amadores do International Scientific Optical Network (ISON), observatório da Rússia, avistou algo novo na constelação de Câncer. Mal identificaram o pontinho luminoso, Artyom Novichonok e Vitaly Nevski publicaram as coordenadas aproximadas no site da União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês). Nas horas seguintes, outras praças ao redor do mundo começaram a acompanhar imediatamente a aproximação do objeto, reconhecido oficialmente pela IAU como um cometa – e nomeado de C/2012 S1 (ISON), em homenagem ao centro russo – três dias depois.
Mas por que o ISON é razão para tamanho entusiasmo entre os amantes da astronomia? A resposta é simples, segundo o astrofísico Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar): o ISON pode brilhar, e brilhar muito. “Os astrônomos utilizam uma escala de magnitudes para indicar o brilho dos objetos celestes. Nessa escala, quanto menor o número, maior o brilho. E se o ISON sobreviver, algumas projeções indicam que a magnitude será de -13. Na escala, números negativos indicam corpos muito brilhantes”, afirma.
Não é pouca coisa, visto que a Lua Cheia tem magnitude -12,7 e Vênus, o planeta mais brilhante do sistema Solar, -4,8. Ou seja, pode ser que esse cometa passe pela Terra e produza um efeito comparável – se não superior – ao do Ikeya-Seki, que teve magnitude -10 (veja lista com os mais brilhantes cometas dos últimos 50 anos).
Como um gato — Os parágrafos acima se referem às mais otimistas expectativas que circulam pelos sites de aficionados por astronomia. Por outro lado, sob a máxima cunhada por David Levy, um famoso observador espacial canadense, segundo o qual essas imensas rochas que cruzam o sistema solar são iguais a gatos (“cometas têm cauda, e fazem qualquer coisa que quiserem”), há astrofísicos que preferem adotar um discurso mais cauteloso. Pode ser que o ISON de fato proporcione um espetáculo superior aos grandes cometas avistados no século 20. Mas também pode ser que, tal qual inúmeros outros exemplos, ele se desintegre muito antes de chegar ao Sol e nem sequer dê o ar da graça. “Qualquer estimativa agora é como tentar adivinhar quem vai ganhar a Copa de 2014. Não dá pra dizer”, diz o professor Amaury Augusto de Almeida, astrofísico do departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG-USP).
A órbita calculada do ISON indica que ele provém da nuvem de Oort, uma espécie de redoma com trilhões de rochas a quase um ano-luz do Sol. É de lá que costumam vir os cometas de longo período, denominação dada àqueles que demoram mais de 200 anos para percorrer seu trajeto de ida e volta ao Sol.
Normalmente alguma perturbação, como um choque entre duas rochas gigantes em Oort, joga um corpo para o interior do sistema solar. Atraído pelo maior campo gravitacional existente, o Sol, ele viaja a centenas de milhares de quilômetros por hora, contorna a estrela e retoma o caminho de “casa”, podendo repetir a órbita no futuro ou simplesmente se perder pelo universo.
Os primeiros cálculos apontam que o ISON tem um período orbital de impressionantes 1,2 milhão de anos. “Só um ancestral muito antigo do homem pode tê-lo avistado algum dia”, diz o astrofísico do IAG-USP. Os cometas de curto período, por sua vez, costumam ser originários do Cinturão de Kuiper, bem mais próximo. É o caso do popular cometa Halley, que demora “só” 76 anos para dar sua volta pelo sistema solar.
Coma e cauda — Um cometa é uma espécie de bola de neve suja. O seu interior é formado por gases congelados (gelo) e poeira cósmica e, na medida em que vai se aproximando do Sol, a radiação faz com que esses gases se vaporizem, originando duas coisas: a coma, que envolve o núcleo do cometa, e uma ou mais caudas. Quando atinge o periélio, ou aproximação máxima com a estrela, o calor faz com que o cometa alcance seu pico de atividade, podendo formar uma cauda com milhões de quilômetros de extensão. Vale lembrar que tudo isso depende de uma série de fatores, como o tamanho do núcleo, sua composição e a velocidade com que faz a volta no Sol.
Além do mais, a órbita calculada para o ISON estima que ele passará, no periélio, a “apenas” 1,4 milhão de quilômetros do astro, o que o classifica como um cometa sungrazer, ou que faz um voo rasante. Quanto mais próximo da fonte de calor, mais radiação, mais vaporização e, consequentemente, maior e mais brilhante sua cauda. Embora ainda seja muito cedo para determinar o tamanho do ISON, o fato de ele ter um período orbital extremamente longo indica que não se trata de um objeto pequeno. A cada vez que contorna o Sol, a radiação faz com que um cometa perca matéria – uma das explicações para o Halley, cuja passagem é registrada desde a Antiguidade, ser relativamente pequeno. Dessa forma, quanto menos vezes um cometa realiza sua passagem pela estrela incandescente, mais preservado é. E quanto mais matéria ele tiver para queimar, mais brilhante tende a ficar. Um dos mais importantes cometas observados no último século, o Hale-Bopp (também originário de Oort), tinha 40 quilômetros de diâmetro, o maior visto até hoje.




Boom Mas o que pode dar errado e nos privar do brilho do ISON? Em resumo, conforme explicam os astrofísicos ouvidos pelo site de VEJA, qualquer coisa. “Não existe nenhuma lei da matemática que indique como um cometa vai se comportar”, explica Enos Picazzio, também astrofísico do IAG-USP. Quando estiver no periélio, por exemplo, a radiação intensa pode simplesmente destruir o cometa. Como tampouco sabemos de que forma está agregada a estrutura interna da rocha – se tem bolsões de gás com monóxido de carbono, por exemplo –, o gradual aumento de temperatura durante a aproximação com o Sol pode desencadear explosões e fragmentá-la. Ainda, como já aconteceu antes, a interferência de outra força gravitacional pode fazer com que o cometa se desfaça em vários pedaços muito antes de chegar perto da Terra ou do Sol. Foi o que aconteceu em 1994, quando o Shoemaker-Levy 9 foi puxado pela gravidade de Júpiter e se rompeu em 21 pedaços, que depois colidiram com o maior planeta do nosso sistema.
Reserve a data – Caso o ISON sobreviva à aproximação com o Sol e siga sem ser incomodado o seu caminho, os astrônomos esperam que ele seja observável a olho nu por dois meses, entre novembro de 2013 e janeiro do ano seguinte. Pela trajetória calculada, o hemisfério norte terá uma vista mais privilegiada, mas o cometa também será observável do hemisfério sul. Quem tiver acesso a um telescópio amador conseguirá acompanhar a jornada do cometa já a partir de agosto de 2013.
O ponto alto da visita do ISON tem data marcada, de acordo com Amaury Augusto de Almeida, do IAG-USP. No dia 28 de dezembro de 2013, um mês depois do periélio, ele realizará a aproximação máxima do nosso planeta: uma distância de mais ou menos 64,3 milhões de quilômetros.
Também a partir de agosto do ano que vem, quando o ISON estiver a uns 450 milhões de quilômetros do Sol, será possível ter uma melhor dimensão do quão brilhante o cometa poderá ser. A essa distância, a radiação deve começar a produzir alguma atividade de vaporização no interior do núcleo.     
De volta para o passado – Além do brilho que pode exibir, um cometa como o ISON representa a oportunidade de os cientistas estudarem um material proveniente literalmente dos primórdios do sistema solar. Acredita-se que a nuvem de Oort contenha as propriedades que deram origem ao nosso sistema, há 4,6 bilhões de anos. “Um cometa é uma espécie de fóssil do sistema solar, que carrega uma matéria primitiva”, afirma o professor Enos Picazzio.
Estudar a composição desse material, seja por fotografias clicadas por sondas espaciais que orbitam a Terra ou Marte, seja nas observações por telescópio, pode permitir um contato com compostos que, de outra forma, estariam totalmente fora do nosso alcance. Para se ter uma ideia, a NASA lançou, nos anos 70, uma sonda espacial com o objetivo de ir o mais longe possível. Após mais de 30 anos de caminhada rumo ao sistema solar exterior, a Voyager é hoje o objeto enviado da Terra mais distante no espaço. Mesmo assim, o ISON vem de uma distância pelo menos 500 vezes maior. “A chegada do ISON é como se o tempo estivesse vindo em nossa direção”, concluiu o professor Picazzio.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reveja: A 10 trilhões de °C, LHC pode ter criado novo estado da matéria

Imagem gerada em computador reproduz a colisão de átomos de chumbo. Foto: Cern/Divulgação Imagem gerada em computador reproduz a colisão de átomos de chumbo
No último dia 7, o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), maior acelerador de partículas do mundo, começou a colidir átomos pesados (de chumbo), em vez da usual colisão entre prótons, o que causou a produção de "mini big bangs". Por causa desses fenômenos, o colisor está alcançando a temperatura de 10 trilhões de °C, marca recorde em um experimento científico. "A importância deste novo fato é que espera-se com essa temperatura a criação de um novo estado da matéria, o chamado plasma de quarks e glúons", diz o brasileiro Gilvan Augusto Alves, doutor em física e colaborador do projeto do LHC.
Essa comprovação, afirma Alves, é importante para verificar se a teoria das interações fortes - a cromodinâmica quântica - descreve de forma adequada as interações que mantém as partículas unidas no núcleo do átomo.
O que é a teoria da cromodinâmica quântica?
Desde que se observou que os prótons e nêutrons são compostos de quarks, ficou claro que a mesma força que mantém o núcleo atômico unido, chamada de força nuclear forte, também é responsável por manter os quarks unidos no interior de prótons e nêutrons. "A teoria da cromodinâmica quântica explica como acontecem as interações entre quarks, e consequentemente, toda a matéria nuclear."
Na opinião de Gilvan Alves, essa teoria é importante não só pelo fato de descrever as forças que formam prótons, nêutrons e toda a matéria nuclear, mas também por explicar como se produzem todos os outros tipos de quarks, como o quark top, e até mesmo como deve ser a produção do Bóson de Higgs, um dos principais objetivos dos experimentos do LHC.
Conclusões só depois de 2012
Essa foi a primeira vez que esse tipo de colisão de núcleos foi feita no LHC, e o processo deve durar até 6 de dezembro. Alves explica que a comunidade científica não espera um resultado conclusivo agora, pois o projeto possui outros objetivos mais imediatos. "Acontece que a prioridade do LHC é descobrir o bóson de Higgs e outros fenômenos que não estejam previstos pela teoria (da cromodinâmica quântica), então as colisões de núcleos pesados tem que esperar, pois até 2012 o LHC vai operar com prótons, que é o modo de operação onde se tem mais chance de produzir esses novos fenômenos", diz o pesquisador.
"Na verdade essa confirmação leva um certo tempo, pois são necessárias várias colisões com as mesmas características para que se tenha certeza que o estado foi produzido, e nem todas as colisões produzem o plasma de quarks e glúons. Além disso, espera-se que todos os experimentos (os detectores Alice, CMS e Atlas, que fazem os registros das colisões) confirmem esse estado e isso também não é imediato", falou.
Ele define esta fase como uma espécie de teste, que verificou se o acelerador funciona bem com a colisão de núcleos. "São necessários vários meses de colisões para que se tenham dados suficientes para uma resposta conclusiva, e isso só deve acontecer depois de 2012", revelou.
O acelerador de partículas vai continuar colidindo núcleos de chumbo para estudar em detalhes esse tipo de fenômeno até o dia 6 de dezembro. Depois disso, haverá uma pausa para manutenção e, em fevereiro de 2011, retomará as colisões de prótons a 7 teraelétron-volts (TeV) - energia 3,5 vezes superior a qualquer outro acelerador de partículas, mas bem abaixo dos 14 TeV que os pesquisadores pretendem atingir em 2013 -, que devem continuar até o final de 2011.
Como o LHC não derrete?
Mesmo atingindo tal temperatura, o equipamento não derrete devido à colisão dos núcleos de chumbo ocorrer no vácuo do acelerador. Quando as partículas resultantes da colisão atingem os detectores, que estão fora do vácuo, a temperatura já é baixa o suficiente para não causar problemas ao equipamento, embora ainda cause algum tipo de dano pela radiação intensa, o que segundo Gilvan Alves, "é aceitável".
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