Asperitas: nuvem se forma em baixa altitude, e surge do choque e sobreposição de duas massas de ar com temperatura e densidade diferentes (Top 10 Stuff/Reprodução) |
A pior tempestade da sua vida não dá mais medo que a asperitas, nuvem "inédita" que acaba de ser reconhecida oficialmente pela ciência
Ficar com a cabeça nas nuvens é ótimo – todos nós precisamos de férias. Mas há quem leve a expressão popular à sério (e ao pé da letra): “nós amamos as nuvens”, lê-se na página inicial da CAS, a Sociedade de Apreciação das Nuvens.
“Para nós, elas são a poesia da Natureza [sim, com “N” maiúsculo] e a mais igualitária de suas demonstrações, pois todos podem ter uma visão fantástica delas […] As nuvens são feitas para sonhadores, e sua contemplação é boa para a alma.”
Em 2009, Gavin Pretor-Pinney, o fundador da sociedade, adotou para si uma missão muito particular: incluir a “undulatus asperatus”, um tipo de nuvem não reconhecido pela ciência, no Atlas Internacional das Nuvens, um dos livros de referência mais importante dos estudos meteorológicos.
Agora, oito anos depois, ele conseguiu. O nome mudou de leve – foi abreviado para “asperitas”, simplesmente, palavra latina que deu origem ao português “aspereza” – mas a nuvem, que você pode ver na compilação de vídeos abaixo, está na primeira leva de adições oficiais ao atlas desde a edição de 1975.
É preciso admitir: nem um cientista com coração de frente fria resistiria à descrição literária que Pretor-Pinney faz de sua felpuda de estimação:
“Há ondas na base da nuvem, que podem ser lisas ou salpicadas de pequenos traços característicos – inclusive pontas afiadas descendentes, como quem vê a superfície do mar revolto por baixo [imerso na água]. Níveis variados de iluminação e espessura criam efeitos visuais dramáticos.”
Segundo o The Verge, esse tipo de nuvem se forma em baixa altitude, e surge do choque e sobreposição de duas massas de ar com temperatura e densidade diferentes.
Além da nova colega áspera, as nuvens que já estão no atlas ganharam outras onze companheiras na edição de 2017. A “cavum”, que tem um buraco no meio, a “murus”, que flutua abaixo de tempestades intensas e volta e meia se torna parte de um tornado, são outros dois destaques da primeira atualização do livro em mais de 40 anos. Também foi incluída na classificação oficial uma categoria chamada “homogenitus” – inteira dedicada a nuvens geradas pela atividade humana, como as trilhas de condensação de água deixadas para trás pelas asas e turbinas de aviões. Vale lembrar que nuvens tem níveis de classificação diferentes, e onze dos doze novos nomes são subdivisões inéditas de tipos de nuvem já conhecidos. Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Superinteressante.
Além da nova colega áspera, as nuvens que já estão no atlas ganharam outras onze companheiras na edição de 2017. A “cavum”, que tem um buraco no meio, a “murus”, que flutua abaixo de tempestades intensas e volta e meia se torna parte de um tornado, são outros dois destaques da primeira atualização do livro em mais de 40 anos. Também foi incluída na classificação oficial uma categoria chamada “homogenitus” – inteira dedicada a nuvens geradas pela atividade humana, como as trilhas de condensação de água deixadas para trás pelas asas e turbinas de aviões. Vale lembrar que nuvens tem níveis de classificação diferentes, e onze dos doze novos nomes são subdivisões inéditas de tipos de nuvem já conhecidos. Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Superinteressante.