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domingo, 15 de novembro de 2015

Livros: Autoajuda, um segmento que floresce em tempos de crise


Mais vendidos

Por: Meire Kusumoto


Biblioteca da Universidade de Bolton
Biblioteca da Universidade de Bolton(VEJA.com/Divulgação)
A recessão abateu a economia brasileira como um todo em 2015, e não foi diferente com o mercado editorial. Segundo dados da consultoria GfK, o setor de livros registrou queda de 2,8% no volume de vendas entre janeiro e setembro de 2015, em relação ao mesmo período do ano passado. Um nicho, porém, vem resistindo firme e forte a esse desequilíbrio: o ramo dos livros de autoajuda. As vendas de títulos como Ansiedade - Como Enfrentar o Mal do Século (Saraiva), Casamento Blindado (Thomas Nelson Brasil) e O Segredo (Ediouro) cresceram 5,9% entre janeiro e setembro deste ano, em comparação com igual intervalo de 2014. Isso porque, em vez de sair prejudicada, essa fatia do mercado parece ter se beneficiado do quadro econômico hostil. É nisso que apostam especialistas ouvidos pelo site de VEJA.



Para Vera Rita de Mello Ferreira, professora de psicologia econômica da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), a ansiedade provocada pelo medo de perder o emprego, entre outros temores que grassam nos períodos de retração econômica, é um fator que pode ajudar na venda de livros. "O mercado editorial sempre vai acompanhar o que está acontecendo na sociedade e na economia. Livros sobre como ficar milionário vão 'bombar' em tempos de bolha no mercado financeiro. Já em tempos de crise, as pessoas geralmente ficam angustiadas e buscam uma espécie de palavra mágica que as ajudem a sair dessa situação", diz. Omar de Souza, publisher da Thomas Nelson, que publica livros de autoajuda com orientação cristã, concorda. "Com um cenário complicado, tempestuoso, é natural que as pessoas se sintam frustradas. A autoajuda dá esperança, um alento para que seu público não deixe o sonho morrer", diz.
"Além disso, com o movimento econômico mais lento, muitas pessoas estão desempregadas ou trabalhando menos, portanto, têm mais tempo livre para ler", afirma a professora Vera. De acordo com ela, esses períodos também beneficiam atividades escapistas - tal como aconteceu no primeiro semestre do ano, com o fenômeno dos livros para colorir. "A coisa estava tão feia que as pessoas precisaram de um desenho bonitinho para pintar, para esquecer a vida e os problemas e relaxar", afirma.
Segundo Lucas Jun Sakajiri, responsável pelo Painel de Livros GfK Brasil, o crescimento das vendas no setor de autoajuda pode ter paralelo com o que é conhecido como "efeito batom", conceito criado pelo empresário americano Leonard Lauder durante a crise econômica do começo dos anos 2000 para designar o aumento da procura por cosméticos durante períodos difíceis da economia. De acordo com Lauder, nesses momentos, as pessoas tendem a trocar a compra de bens duráveis e mais caros pela compra de cosméticos, que são mais baratos e prometem um efeito belezura na autoestima.
"O aquecimento da autoajuda poderia estar relacionado com o fato de esses livros terem um preço menor e o objetivo declarado de fazer com que as pessoas se sintam melhor", afirma Sakajiri. Segundo a GfK, o preço médio dos livros de autoajuda ficou em 25,62 reais durante os primeiros nove meses de 2015, enquanto o mercado geral teve um preço médio de capa de 33,75 reais, mesmo quando se desconsideram, do levantamento, livros de Direito, os didáticos e aqueles voltados para concursos públicos, que costumam ser caros. Sakajiri cita o sucesso de obras isoladas, como Não se Apega, Não e sua sequência, Não se Iluda, Não, de Isabela Freitas, dois fenômenos editoriais do ano, como outra causa para o crescimento do setor.
Marcos Pereira, um dos sócios da Sextante, a editora por trás de títulos famosos de autoajuda, como Nunca Desista de Seus Sonhos, de Augusto Cury, e O Monge e o Executivo, de James C. Hunter, concorda com essa tese. "Eu não consigo dizer que vejo esse movimento do mercado, a partir da Sextante. Acho que existe aí uma questão relacionada aos títulos, como o da Isabela Freitas e O Poder da Escolha (Editora Vida e Consciência), da Zibia Gasparetto, que fizeram muito sucesso neste ano", diz Pereira. "A Sextante ficou por quase dez anos na total liderança desse nicho, de 1998 a 2007, período em que o país estava se desenvolvendo economicamente."

Desenvolvimento pessoal - Aqueles que buscam os livros de autoajuda, em geral, querem algo além de relaxar. "Nessas épocas, as pessoas procuram livros que as ajudem a superar a crise, querem alguma coisa que inspire e facilite o seu desenvolvimento pessoal. Querem saber como lidar com desemprego e inflação, por exemplo", diz Ismael Borges de Sousa, coordenador do Bookscan da Nielsen, que monitora o mercado editorial. No painel da empresa, o crescimento em vendas da autoajuda foi de enormes 45,37%, de janeiro ao começo de outubro, em relação ao mesmo período de 2014. O número astronômico se deve, em parte, à metodologia da Nielsen, que considera alguns livros para colorir como autoajuda - aqueles que dão uma indicação, em sua capa ou contracapa, de que são "terapêuticos", como Jardim Encantado e Fantasia Celta (ambos da Editora Alaúde).
De acordo com Vera, parte dessa população angustiada com a crise econômica quer "se desenvolver" e procura nos livros de autoajuda um atalho para isso. "Em alguns casos, as pessoas não estão interessadas em construir, pouco a pouco, uma trilha para o seu desenvolvimento pessoal, fazendo uma faculdade, por exemplo, que é um curso de, no mínimo, quatro anos. Não há a vontade de estudar muito, se empenhar para crescer, mas sim a de encontrar um caminho fácil. E aí surge o livro de autoajuda", diz a professora. Omar de Souza, da Thomas Nelson Brasil, complementa o raciocínio: "Enquanto livros de ficção, por exemplo, podem tratar de problemas pessoais e profissionais de maneira mais sutil, usando de subterfúgios, a autoajuda vai direto na questão. Você sabe que o leitor desse gênero está procurando algo que tenha uma relação imediata com o problema dele".
Autoajuda para dois - A crise também pode estar salvando casamentos - e com a contribuição dos livros de autoajuda. A advogada de direito da família Diana Poppe vem observando uma queda no número de divórcios neste ano e acredita que isso pode estar relacionado à crise econômica. "A procura para esse tipo de caso continua a mesma, mas a tomada de decisão tem sido mais devagar e menos efetiva. Com um país em crise, as pessoas pensam nas dívidas que vão contrair ao se divorciar. Além dos honorários do advogado, elas vão ter que sustentar duas casas em vez de uma, ou uma sozinhas, caso se separem", afirma.
"A crise acaba beneficiando as reconciliações. Alguns, claro, vão se separar de qualquer jeito ou esperar a economia melhorar para isso, mas outros vão tentar salvar o casamento." Para a advogada, o contexto influencia a forma como as pessoas enxergam a família. "As possibilidades individuais crescem junto com a economia. Se lá fora não estamos em um bom momento, você tenta se valer mais do seu contexto seguro de família. Os casais se amparam um no outro para aguentar a tensão."
Quando problemas pessoais ou ligados a relacionamentos surgem, as pessoas tendem a procurar uma solução antes de tomar medidas drásticas. Para Omar de Souza, da Thomas Nelson, a leitura de livros de autoajuda pode ter um papel aí. "Para os evangélicos, o divórcio é sempre o último recurso, por toda a questão religiosa. Mas o não evangélico ou o não religioso também entende que, em momentos como esse, o divórcio não é uma solução simples", afirma. "Um dos nossos livros, Casamento Blindado, pode ser perfeito para essas pessoas, que precisam racionalizar em momento de crise", vende.
Renato e Cristiane Cardoso, o casal por trás do hit literário Casamento Blindado, que já vendeu mais de 2,5 milhões de cópias, também faz a aposta. "Quando o homem considera o divórcio, o baque financeiro costuma fazê-lo repensar a decisão. Nesses tempos de crise, mais ainda. A mulher também pensa muito este lado, mas suas considerações normalmente são mais familiares e emocionais. Ambos então costumam tentar 'mais um pouco' e é aí que um livro como Casamento Blindado tem entrado na história desses casais, em muitos casos com ótimos resultados", afirmaram, em resposta conjunta, Renato e Cristiane, que é filha do bispo Edir Macedo, dono da emissora onde os dois têm um programa sobre relacionamentos que teria servido de base para o best-seller, Escola do Amor.

Maior estudo genético: Primeiros cachorros surgiram há 15 mil anos na Ásia

Primeiros cachorros - Maior estudo genético feito até o momento indica que os cães foram domesticados na região que hoje seria o Nepal e a Mongólia

A razão para o surgimento dos cães parece ter sido uma estratégia evolutiva que deu certo: próximo aos homens, eles encontraram alimento fácil e abrigo o que permitiu sua multiplicação.(VEJA.com/Thinkstock)
Em algum lugar da Ásia Central, há cerca de 15.000 anos, um lobo diferente surgiu. Mais manso, ele ajudaria os homens a caçar, pastorear rebanhos, defender territórios e também lhes faria companhia, dando origem aos quase 1 bilhão de cães atuais. Publicado na última terça-feira (20), no periódico Proceedings of the Nationa Academy of Sciences (Pnas), o mais amplo estudo até o momento das origens dos cachorros modernos revela que suas raízes não são apenas europeias - e podem ser mais antigas que o previsto. Estimativas anteriores indicavam que a domesticação dos cães teria acontecido há 11.000 anos, em algum lugar entre o Oriente Médio, o Leste Asiático e a Europa.

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Amigo do homem - A nova pesquisa, liderada pelos cientistas Adam Boyko e Laura Shannon, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, analisou o genoma de 4.392 cachorros de raça e 549 vira-latas pertencentes de 38 países. Os resultados confirmaram que o lobo cinzento é o ancestral de nossos cachorros, que começaram a viver entre os humanos na região onde hoje é a Mongólia ou o Nepal. "Encontramos fortes evidências de que os cachorros foram domesticados na Ásia Central e depois se espalharam para o Leste", escrevem os autores no estudo.
No entanto, os pesquisadores não são categóricos ao afirmar que a origem asiática é a única. Os indícios do DNA apontam para a Ásia, mas esse ancestral comum dos cães modernos pode ter chegado até lá por meio de migrações.
A evolução dos cães apoiou-se em uma estratégia certeira: próximo aos homens, eles encontraram alimento fácil e abrigo, o que permitiu sua multiplicação. Ao longo das gerações, as características desses animais foram selecionadas pelos humanos até chegar aos bichos de estimação atuais. Hoje, o número de cachorros supera o dos lobos, que não deve passar de 10 milhões.
Os pesquisadores esperam que as descobertas estimulem pesquisas genéticas mais profundas sobre a origem dos cães, como análises em fósseis ou ossos caninos encontrados em sítios arqueológicos.

Astrofísica: Missão Rosetta: oxigênio descoberto em cometa desafia teorias de formação do Sistema Solar

De acordo com estudo publicado na revista 'Nature', o oxigênio (mesmo gás que respiramos) é abundante na "atmosfera" do cometa 67P. A revelação "surpreendente", de acordo com os cientistas, é importante para a compreensão das origens do Sistema Solar 

 

118Imagem do cometa 67P feita por Philae durante a descida, a 3 quilômetros da superfície (Foto: ESA/Rosetta/Philae/ROLIS/DLR/Divulgação)

(ESA/Atg Medialab/EFE/EFE) Em 1993, a Missão Internacional Rosetta foi aprovada pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), com o objetivo de programar a expedição a um cometa, considerado um vestígio dos primórdios do Sistema Solar que continua vagando pelo espaço. Ela custou 1 bilhão de euros.

(ESA/AFP/VEJA/VEJA) Rosetta é a primeira missão a pousar na superfície de um cometa. Acredita-se que os sistemas planetários se formam a partir de uma estrela, que são nuvens de gás e poeira que colapsam sob a gravidade. Em torno delas, com o tempo, as partículas de poeira vão se unindo e gerando areia, pedras e rochas que, ao adquirirem massa suficiente, se tornam asteroides, cometas e planetas. De acordo com algumas teorias, os cometas podem ter sido os responsáveis por trazer a água, ou até mesmo a vida, para o planeta. "Acredita-se que [os cometas] tenham surgido no início do Sistema Solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos, e que se mantenham quase idênticos ao que eram em seu nascimento", afirma Nicolas Altobelli, um dos cientistas da ESA que participam da missão. Por isso, decifrar um cometa é também decifrar o princípio da formação do Sistema Solar.



(ESA/British Museum/Divulgação/VEJA/VEJA) A sonda foi batizada em homenagem à Pedra de Roseta, uma rocha vulcânica descoberta por soldados franceses em 1799, no Egito. Ela ajudou a desvendar o Egito Antigo para os exploradores, por possuir escritos em hieróglifos – linguagem egípcia escrita, que até então era desconhecida – e sua tradução em grego, que já era conhecido. A comparação entre os escritos permitiu que os pesquisadores decifrassem os códigos da civilização egípcia – assim como os cientistas esperam que a sonda Rosetta desvende as peças mais antigas do Sistema Solar, os cometas.


A sonda espacial Rosetta encontrou oxigênio entre os gases que cercam o cometa 67P/ Churyumov-Gerasimenko, uma descoberta importante para compreender as origens do Sistema Solar, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (28) na revista Nature. De acordo com os cientistas, essa é a descoberta mais surpreendente sobre o cometa que recebeu, em novembro do ano passado, o robô Philae, entregue por Rosetta, em um evento histórico. A existência do gás ao redor de todo o cometa pode sugerir que o Sistema Solar se formou de maneira "suave" e não violenta, como preveem as atuais teorias.
É a primeira vez que gás oxigênio (o mesmo que respiramos) é encontrado em um cometa. Ele é o quarto gás mais abundante da nuvem que recobre o cometa, depois de vapor d'água, monóxido e dióxido de carbono. A substância foi detectada pelo espectrômetro de massa da sonda Rosetta, que acompanha o cometa 67P em sua viagem ao redor do Sol.
"Foi muito surpreendente", disse André Bieler, pesquisador da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo. "Não esperávamos encontrar oxigênio."






Oxigênio primordial - Apesar de ter sido detectado em outros corpos celestes que contêm gelo - como, por exemplo, as luas de Júpiter e Saturno - até o momento era desconhecida a presença de oxigênio em um cometa. Para os astrônomos, a aparição do gás na nuvem que rodeia o 67P é intrigante, pois a molécula é altamente reativa e tende a se combinar com outras substâncias. Os cientistas não esperavam que o oxigênio se mantivesse "solitário" por tanto tempo no cometa.
Além disso, as medições mostram uma relação de 3,8% em relação à quantidade de água do cometa. Essa razão demonstra que o oxigênio e a água presentes no cometa têm a mesma origem.
Somado ao fato de que a molécula foi identificada ao redor de todo o cometa isso indicaria, de acordo com os astrônomos, que o oxigênio detectado é "primordial", ou seja, teria sido incorporado ao cometa durante sua formação junto ao Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos. No entanto, os modelos atuais não preveem condições para que isso ocorra. Uma das possibilidades, levantadas pelos cientistas na Nature, é que, na origem do Sistema Solar, partículas de alta energia viajando pelo espaço tenham esbarrado em gelo e quebrado as ligações das moléculas de água, liberando o oxigênio que, em seguida, ficou preso em vazios gelados. Ao longo de bilhões de anos, esse gelo foi incorporado aos cometas, que tiveram origem bem longe do Sol - do contrário, o calor do astro teria liberado esse oxigênio no cosmo.
Essa possibilidade condiz com as teorias de que os cometas são relíquias da formação do Sistema Solar, mas desafia outras, como as que sugerem um processo violento de aquecimento dos materiais primitivos durante a formação do nosso sistema planetário - nessas circunstâncias, o oxigênio teria reagido com outros elementos e jamais permaneceria em sua forma gasosa.
"Todos os modelos afirmam que o oxigênio não deveria ter sobrevivido por tanto tempo, o que nos diz algo sobre a formação do Sistema Solar: ele deve ter sido muito suave", afirma Bieler.
Origens cósmicas - Rosetta vai continuar a monitorar a presença de oxigênio para tentar entender o que isso significa, bem como as transformações que aconteceram no cometa 67P depois que ele passou, em agosto, pelo periélio, o ponto mais próximo em sua órbita elíptica ao Sol.
Com seus 11 instrumentos, a sonda faz órbitas irregulares ao redor do cometa, que está a 270 milhões de quilômetros da Terra. Sobre ele está o robô-laboratório Philae, que não mostra nenhum sinal de vida desde 9 de julho. Suas baterias são carregadas com dificuldade porque está em uma área montanhosa com pouca exposição à luz solar.
Diversas revelações já foram feitas pelos instrumentos da missão, que deve se estender até 2016. No final de julho, uma série de estudos publicados na revista Science revelou que o 67P/Churyumov-Gerasimenko é uma "sopa orgânica congelada", composto de moléculas que podem ser consideradas precursoras da vida na Terra. Um planeta com condições favoráveis à vida que recebesse o cometa poderia provocar a multiplicação desses compostos que, no futuro, talvez gerassem algum processo vital.

GJ1132b, o novo exoplaneta: Astrônomos descobrem planeta parecido com a Terra que pode ser o “mais importante” até o momento

Chamado GJ1132b, o novo exoplaneta descrito na revista ‘Nature’ está tão próximo da superfície terrestre que possibilitará medições inéditas em sua atmosfera

apesar das altas temperaturas, os cientistas acreditam que o GJ1132b
apesar das altas temperaturas, os cientistas acreditam que o GJ1132b
Apesar das altas temperaturas, os cientistas acreditam que o GJ1132b tenha atmosfera.(Dana Berry/Divulgação)
Um novo planeta parecido com a Terra situado fora do Sistema Solar foi identificado pelos astrônomos a uma proximidade inédita. A 39 anos-luz (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros) da superfície terrestre, o GJ1132b está tão perto de nós ("perto" em termos astronômicos, pois nessa área as medidas costumam ser feitas em centenas de anos-luz) que possibilitará medidas na atmosfera, de massa e densidade que jamais foram feitas em um exoplaneta. Por esse motivo, o novo mundo está sendo considerado pelos cientistas como "o mais importante" planeta semelhante à Terra já encontrado.

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O corpo celeste, descrito na última edição da revista Nature, está localizado na Constelação de Vela, é rochoso e está três vezes mais perto de nós que qualquer outro planeta com características semelhantes à Terra. De acordo com os astrônomos, o GJ1132b orbita uma estrela anã vermelha com um quinto do tamanho do Sol. Contudo, o planeta está tão próximo a ela que a temperatura em sua superfície pode chegar a 260°C. Isso impossibilita a retenção de água líquida e o torna inóspito para a existência de vida, mas não é quente o bastante para torná-lo incapaz de ter uma atmosfera.
"Se descobrirmos que esse planeta conseguiu 'segurar' sua atmosfera por bilhões de anos, isso traz bons indícios de que haja outros planetas, menos quentes, que tenham atmosferas e possam abrigar vida", disse Zachory Berta-Thompson, pesquisador do Massachusetts Institutte of Technology (MIT) e um dos autores do estudo, em comunicado. "Finalmente temos um alvo para pontar nossos telescópios e, assim, podermos ir mais fundo na pesquisa sobre planetas rochosos."
Alvo futuro - Para detectar o exoplaneta, os astrônomos usaram oito telescópios robóticos do Observatório de Cerro Tololo, no Chile. De acordo com os cientistas, a órbita do GJ1132b em torno de sua estrela dura 1,6 dias. Além disso, enquanto um lado do corpo celeste está à luz do dia, o outro está virado para a escuridão.
De acordo com os astrônomos, o exoplaneta será um dos principais alvos para futuras missões. Além disso, a equipe de cientistas usará os telescópios espaciais Hubble e Spitzer para observar outros detalhes do GJ1132b, como a velocidade de sues ventos ou mesmo a cor do nascer e pôr-do-sol.
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