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terça-feira, 8 de junho de 2021

CICLOS DE QUÍRON - ASPECTOS E RETORNO DE QUÍRON




O Retorno de Quíron aos 50 anos é um período de renascimento. De 9 meses a 1 ano antes do Retorno de Quiron é quando as influências ancestrais são reveladas, quando aquilo que temos que trabalhar nesta reencarnação fica claro. Quíron vai iniciar os mesmos trânsitos ao mapa natal que fez quando nascemos. Antes de começarmos a falar, existimos num campo de experiência muito ligado aos sentidos e não nos recordamos. A nossa consciência está a trabalhar a outro nível. Parece que o retorno de Quiron nos trás à mente o nosso sentido para a vida. Em consultório a autora Melanie Reinhart faz 2 listas de trânsitos que analisa: 1 – 1 ano antes do nascimento até à 1ª quadratura de Saturno 2 – 1 ano antes do Retorno de Quiron e até cerca de 8 anos depois


Europa pode estar mergulhando por baixo da África



O Mar Mediterrâneo, entre Europa e África, fotografado a partir do espaço

A Europa pode estar começando a mergulhar sob a África, dando origem a uma nova zona de subdução com o potencial de aumentar o risco de terremotos no Mediterrâneo ocidental, informam cientistas.

Zonas de subdução formam-se quando placas tectônicas colidem, com uma placa mergulhando por baixo da outra e no manto terrestre. Às vezes essas colisões são graduais, as frequentemente elas ocorrem em grandes saltos que podem desencadear terremotos.

Como a szonas de subdução geralmente se localizam no leito marinho, terremotos nessas áreas podem causar tsunamis, como o que devastou parte do Japão em março.

Por milhões de anos, a placa Africana, que contém parte do leito do Mediterrâneo, vem se deslocando para o norte, rumo à placa eurasiana, numa taxa de cerca de um centímetro ao ano.

Agora, estudos de terremotos recentes na região indicam que uma nova zona de subdução pode estar se formando onde as placas se encontram, ao longo da csota da Argélia e do norte da Sicília.

“A formação de novas zonas de subdução é muito raro”, disse o líder do estudo, Rinus Wortel, geofísico da Universidade de Utrecht, na Holanda.

Mudança de papéis De acordo com Wortel, a situação opsota existia há cerca de 30 milhões de anos, quando a placa africana estava mergulhando sob a eurasiana, ao longo de uma ampla zona de subdução ao longo do Mediterrâneo ocidental. Ali, as rochas densas do leito marinho africano estavam sendo arremessadas sob a placa europeia.

Ao longo de milhões de anos, a África deslocou-se tão ao norte que nada do leito marinho ligado á placa restou na região. Tudo o que ficou foram as rochas do continente, que são mais leves que o leito marinho e não mergulhariam, disse ele.

Mas as placas continuaram a convergir, acumulando tensões tectônicas. Parte dessa tensão foi aliviada quando a placa eurasiana se dobrou para produzir as cordilheiras dos Alpes, do Cáucaso e de Zagros.

Com base na localização e nos movimentos de tremores recentes ao longo dos limites da placa, a equipe de Wortel acredita que a subdução recomeçou – mas, desta vez, com a Europa deslizando para baixo da África.

A nova zona de subdução, anunciada durante reunião da União de Geociência da Europa, em Viena, é uma descoberta estimulante, disse Wortel, porque essas regiões tendem a existir por muito tempo, em termos geológicos.

Risco subestimado? Outros cientistas estão intrigados pela possibilidade de uma nova zona de subdução, mas mantêm-se cautelosos.

“Não ouvi a palestra, mas é perfeitamente plausível”, disse Seth Stein, professor de Geofísica da Universidade Northwestern (EUA), por email. Por exemplo, outras partes da região do Mediterrâneo – como a Itália continental – têm assistido a mudanças nos últimos dois milhões de anos, declarou.

Mas decifrar essas mudanças é um processo muito complexo, disse Chris Goldfinger, diretor do9 Laboratório de Tectônica Ativa e de Mapeamento do Leito Marinho da Universidade Estadual do Oregon (EUA).

“Eu teria de passar uma semana com os dados antes de poder opinar se eles têm algum valor”, disse.

O líder do estudo acrescentou que a formação de uma zona de subdução é um processo lento: “Acontecem numa escala de tempo de vários milhões de anos”.

Por exemplo, disse, a maioria das zonas de subdução estabelecidas são marcadas por gigantescas trincheiras submarinas. Uma trincheira semelhante deve se formar no Mediterrâneo – mas não de um dia para o outro.

Wortel acrecita que os dados podem implicar que o risco de terremoto no oeste do Mediterrâneo vem sendo subestimado, e pode estar aumentando.

“Normalmente, não é considerada uma região de enorme atividade sísmica, não da magnitude que vimos no Japão”, declarou Wortel.

Esse pode ser um caso de complacência histórica. “Só porque algo não aconteceu em centenas de anos, não quer dizer que não exista risco”.

De fato, lembrou, 70.000 pessoas morreram em Messina, na Itália, em 1908, quando um terremoto de magnitude 7,1 causou ondas com altura estimada de 12 metros.

E um dos mais devastadores terremotos da história europeia ocorreu a oeste do Gibraltar em 1755, lançando uma onda gigante sobre Lisboa e matando, segundo algumas estimativas, mais de 100.000 pessoas.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/


Revelados detalhes de queda de asteroide que deixou cratera gigante na Groenlândia há 11.700 anos

 


Um estudo estima que o asteroide que provocou a cratera teria caído há 11.700 anos, causando ventos de 400 km/h e outros efeitos desastrosos.

A cratera de impacto de 31 quilômetros de diâmetro encontrada debaixo das geleiras da Groenlândia há alguns anos poderia ser suficientemente jovem para ter sido formada quando a ilha já estava coberta por uma camada de gelo semelhante à atual, ou inclusive mais grossa.

Simulações computadorizadas da queda de um asteroide no extremo noroeste da ilha demonstraram que a camada de gelo deveria ter entre 1,5 e 2 quilômetros de espessura para que a cratera deixada pelo "invasor cósmico" nas rochas firmes tivesse o perfil que realmente tem e pudesse ser vista debaixo das geleiras de hoje por meio de um radar.

A geologia associa este nível de glaciação à época do Taratiano. Sem levar em consideração outros métodos de datação, o estudo que resume esta modelagem estabelece que o evento pode ter ocorrido entre 2,6 milhões de anos e 11.700 anos atrás.

A área que ocupa Paris em comparação com a cratera de impacto de Hiawatha na Groenlândia
A área que ocupa Paris em comparação com a cratera de impacto de Hiawatha na Groenlândia

Foi uma época de repetidas glaciações, durante grande parte da qual a Groenlândia esteve quase totalmente coberta de gelo, embora de espessura variável.

A razão principal para pensar que o meteorito caiu no gelo é que os cientistas não detectaram nenhuma ejeção rochosa ao longo do perímetro da cratera, como explica o artigo publicado na revista Earth and Planetary Science Letters.

Por sua vez, o asteroide que os pesquisadores associam com esta colisão é bem conhecido da comunidade científica por seus fragmentos metálicos encontrados nos séculos XIX e XX no noroeste da Groenlândia, alguns dos quais estão expostos em museus da Dinamarca e dos Estados Unidos.

"Apesar de terem sido catalogadas até agora aproximadamente 190 estruturas de impacto, esta aparente cratera é interessante porque parece geologicamente jovem e bem conservada e, caso seja confirmado, estará entre as maiores já encontradas na Terra", comentou a primeira autora do estudo, Elizabeth Silber, da Universidade de Ontário Ocidental, Canadá.

Atualmente, a Hiawatha é considerada a 22ª maior cratera de impacto do planeta, porém o ranking não leva em conta que o asteroide poderia ter perfurado até dois quilômetros de gelo antes de atingir a rocha firme.

Os novos dados desafiam as estimativas anteriores do tamanho do objeto espacial que o teria gerado, mas o leito preservado levou a acreditar que o asteroide tinha dois quilômetros de largura.

Não obstante o período bastante extenso apontado pelo estudo como a época possível da queda, a colisão poderia ter ocorrido nos anos mais recentes (11.700 anos atrás).

"Devido ao fato de a cratera estar muito bem conservada, isso aponta para uma idade bastante jovem, tão jovem quando o início do período Dryas", afirmou Silber em referência ao período de resfriamento global ocorrido entre 11.500 e 11.400 anos atrás.

A colisão gerou ventos supersônicos de 400 quilômetros por hora, que pode ter derrubado árvores (se as houvesse) em um raio de 200 quilômetros.

Uma bola de fogo escaldante, quatro vezes maior que o Sol visto da Terra, deve ter sido avistada em um raio de 500 quilômetros, explicou Silber.


Primeiro caso humano de hantavírus é detectado em Michigan

 


Trata-se de uma mulher adulta, que foi hospitalizada por uma doença pulmonar grave causada pelo vírus.

O Departamento de Saúde do estado norte-americano de Michigan (MDHHS, na sigla em inglês) detectou o primeiro caso humano de hantavírus em uma mulher adulta do condado de Washtenaw, segundo comunicado.

O texto indica que a mulher foi hospitalizada devido a uma doença pulmonar grave causada por este vírus, com o qual foi infectada provavelmente ao limpar uma casa desocupada que tinha sinais de infestação ativa de ratos.

A primeira vez que foi constatado que uma síndrome pulmonar por hantavírus (HPS, na sigla em inglês) podia ser transmitida aos seres humanos foi em 1993, no sudoeste dos EUA. Desde então, o HPS infectou pessoas em outros pontos do país norte-americano e das Américas.

As autoridades sanitárias detalham que as infecções por hantavírus estão associadas a atividades domésticas, ocupacionais ou recreativas que colocam os humanos em contato com ratos infectados, especificando que a maioria dos casos foram identificados em adultos e ocorrem apenas entre a primavera e o verão.

"O HPS, causado por algumas cepas de hantavírus, é uma doença respiratória rara, porém grave e por vezes fatal, que pode ser desencadeada entre uma e cinco semanas depois que uma pessoa esteve exposta à urina fresca, excrementos ou saliva de ratos infectados", explicou Joneigh Khaldun, médico executivo e diretor adjunto de saúde no MDHHS.

Os seres humanos são infectados quando os excrementos secos dos ratos são inalados, entram nas feridas na pele ou nas membranas mucosas, ou quando ingerem alimentos ou água contaminada. As mordidas de ratos também podem transmitir a doença.

O maior risco de exposição ocorre ao estar em prédios fechados que estejam infestados de ratos, principalmente durante a limpeza, sendo recomendado ventilar previamente o ambiente por ao menos 30 minutos, portar luvas de látex e usar uma solução desinfetante ou de cloro.

Os sintomas do HPS, que tem uma taxa de mortalidade de 40%, incluem febre, calafrios, dores corporais, dor de cabeça e sinais gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, além de poder provocar tosse e dificuldade para respirar.


NASA lançará sonda para estudar lua de Júpiter que poderia conter vida

 


Na próxima segunda-feira (7), a sonda Juno, da NASA, vai voar a cerca de 1.038 quilômetros de Ganimedes, o maior satélite natural de Júpiter.

Este é o voo mais próximo desde que outro dispositivo espacial, Galileo, voou a 808 quilômetros da lua. No entanto, a sonda Juno está equipada com ferramentas mais avançadas, nos dando a chance de ver "Ganimedes de jeitos nunca antes possíveis", disse o principal pesquisador do projeto, Scott Bolton, citado pelo Phys.org.

Como parte da campanha de informação relacionada ao sobrevoo iminente, a NASA lançou uma animação de Ganimedes, mostrando as estruturas geológicas conhecidas em sua superfície em cores.

A coleta de dados começará cerca de três horas antes da maior aproximação. Para além de captar imagens do satélite natural em estudo, a Juno também estudará várias propriedades importantes do mesmo.

A NASA recria uma lua de Júpiter que poderia conter vida.
A NASA divulgou uma animação de Ganimedes, o maior satélite natural de Júpiter, mostrando as estruturas geológicas conhecidas em sua superfície em cores.

De modo a analisar a composição e temperatura das camadas de gelo que cobrem o Ganimedes – e sob as quais, segundos os cientistas, existe um oceano que poderia ser habitável – a sonda vai utilizar um radiômetro de micro-ondas (MWR, na sigla em inglês).

A Juno também vai estudar a camada exterior da atmosfera da lua de Júpiter, onde os gases formam íons sob a radiação solar.

"Quando a Juno passar atrás de Ganimedes, os sinais de rádio atravessarão sua ionosfera, causando pequenas mudanças na frequência que deve ser captada por duas antenas no complexo de Camberra da Rede do Espaço Profundo, na Austrália. Se pudermos medir essa mudança, poderemos entender a conexão entre a ionosfera de Ganimedes, seu campo magnético intrínseco e a magnetosfera de Júpiter", explica Dustin Buccino, o engenheiro da missão, citado pela mídia.


 

Cientistas revelam detalhes de explosão de raios gama que ocorreu a 1 bilhão de anos-luz (VÍDEO)

 



Um observatório especializado na Namíbia registrou a radiação mais energética e o mais longo pós-brilho de raios gama de uma erupção de raios gama (GRB, na sigla em inglês) até a data.

As GRB são explosões extremamente energéticas que podem ser observadas em galáxias distantes. Elas são os fenômenos mais luminosos que se conhecem no Universo, escreve portal SciTechDaily.

Essas erupções estelares colossais são consideradas o ponto de partida de nascimento de buracos negros.

"Explosões de raios gama são clarões brilhantes de raios X e raios gama observados no céu e emitidos por fontes extragalácticas distantes", explica Sylvia Zhu, cientista do centro de pesquisas DESY da Alemanha e coautora do estudo.

"Elas são as maiores explosões no Universo e estão associadas com o colapso de uma estrela maciça em rápida rotação [se transformando] em um buraco negro. Uma fração da energia gravitacional liberada alimenta a produção de uma onda de explosão ultrarelativística. Sua emissão é dividida em duas fases distintas: uma fase inicial caótica e rápida, com duração de dezenas de segundos, seguida por outra fase de pós-brilho de longa duração, que desvanece lentamente", disse a cientista.

Em 29 de agosto de 2019, os satélites Fermi e Swift detectaram uma explosão de raios gama na constelação de Eridanus. Este evento, que foi catalogado como GRB 190829A, acabou sendo uma das erupções de raios gama mais próximas vistas até agora, com uma distância de cerca de um bilhão de anos-luz. Para se ter uma ideia, as típicas explosões de raios gama acontecem a cerca de 20 bilhões de anos-luz de nós.

"Estávamos na verdade sentados na primeira fila quando essa explosão de raios gama aconteceu", afirmou Andrew Taylor, coautor do estudo do centro DESY.

A equipe de cientistas conseguiu observar a fase de pós-brilho durante três dias após a explosão inicial.

A distância relativamente curta desta explosão de raios de gama permitiu realizar medições detalhadas do espectro de pós-brilho, que é a distribuição de "cores" ou energias de fótons da radiação, na faixa de energia muito alta.

"Foi possível determinar o espectro de GRB 190829A de até 3,3 teraelétrons-volt de energia, isso é cerca de um trilhão de vezes mais energético que os fótons da luz visível", detalhou a coautora do estudo Edna Ruiz-Velasco do Instituto Max Planck de Física Nuclear, em Heidelberg.


As mais vistas da semana

Os Fundamentos Clássicos da Antiscia & Contra-antiscia




Um dos primeiros astrólogos que nos deixou uma demonstração detalhada de antiscia na prática foi o astrólogo romano Firmicus Maternus do 4º século, que dedicou várias páginas para a descrição dos seus efeitos no segundo livro do seu Matheseos Libri VIII [1]. A técnica e a filosofia é evidentemente muito mais antiga e há boas razões para acreditar que foi introduzida numa fase muito anterior ao desenvolvimento do Zodíaco. Firmicus diz-nos que é Grega em sua origem [2] e foi ensinada por Hipparchus no 2º século a.C. [3]. Referências às técnicas são encontradas nos textos astrológicos de Manilius, Ptolomeu, Dorotheus [4], Antiochus, Palchus, Paulus Alexandrinus, e muitos outros.

A teoria subjacente à antiscia parece ter sido influenciada pela filosofia Pitagórica que reivindicou que toda a força no universo tem uma contra força de equilíbrio, a qual também coloca grande ênfase na importância simbólica dos números. Os Pitagóricos consideraram o número dez, o Decad, como o mais importante e perfeito de todos os números e as suas convicções eram que o universo consistia em dez esferas celestes. Junto com os sete planetas visíveis, a Terra e a esfera das estrelas fixas, os Pitagóricos mantiveram a presença de uma ‘contra Terra’, um oposto paradoxal que equilibrou os movimentos da Terra e permaneceu invisivelmente localizado no lado oposto do Sol. Isto era conhecido como o 'antiscion' de anti-cthon que significa ‘terra-oposta’.

O termo Grego 'scia' significa sombra [5]. Em alguma data desconhecida a filosofia de ‘sombras opostas’ ou ‘graus reflectivos’ estava incorporada na astrologia na convicção que cada grau do Zodíaco tem o seu próprio contra grau, reflectindo a sua distância a partir do eixo do solstício no lado oposto do mapa. O eixo do solstício vai de 0° de Caranguejo a 0° de Capricórnio; assim, um planeta a 20° de Sagitário lançará o seu antiscion a 10° de Capricórnio, ambos os planetas estando a uma distância igual a partir do ponto do solstício do Sol a 0° de Capricórnio.
 




Reflexos das Antiscia: imagine que o mapa está dobrado na metade ao longo do eixo do solstício – os planetas ligados pelas antiscia cairão um sobre o outro. Por exemplo, 15° de Caranguejo terá seu grau contrário a 15° de Gémeos; 3° de Touro o terá a 27° de Leão. Além das experiências comuns destes graus acima descritos, o relacionamento de dois planetas conectados desta forma recebem uma potência extra, pelo facto do seu ponto médio cair sobre um grau do solstício.



Manilius descreve este esquema em Astronomica, onde declara que os signos que se opõem um ao outro no eixo do solstício são capazes de se “verem” um ao outro – sua terminologia derivou do facto de que ambos nascerão e se porão na mesma parte do horizonte. Entretanto, a descrição de Manilius difere da de Firmicus, porque ele usa o meio de Caranguejo e Capricórnio como seus pontos de referência, ligando o signo de Gémeos a Leão, Touro a Virgem, Carneiro a Balança, Peixes a Escorpião e Aquário a Sagitário [6]. A explicação óbvia para esta mudança de referência é que o uso das antiscia como uma técnica astrológica tem uma história muito longa, tendo a sua origem no tempo em que os 15° de Carneiro marcava o Equinócio Vernal, e os graus do meio de Caranguejo e Capricórnio correspondiam aos solstícios [7]. O esquema de Manilius é certamente o mesmo de Firmicus, porque ambos criaram uma associação entre os períodos iguais do nascer e pôr-do-sol. Manilius denomina-os de signos que se confrontam, e diz que eles apreciam um ‘princípio de semelhança’ porque o dia é nivelado com a noite em cada um [8].
 






O esquema como descrito por Manilius. Este eixo do solstício estava bastante desactualizado na sua época, revelando que Manilius o retirou de fontes muito mais antigas.


Ptolomeu também descreve este esquema, onde ele diz que ‘os signos que se contemplam um ao outro’ são também signos de igual poder, desde que igualmente distantes dos trópicos. Ele explica que eles se ‘contemplam’ mutuamente em parte porque eles nascem e se põem na mesma parte do horizonte, e em parte porque:

“…quando o Sol entra em qualquer um deles, os dias são iguais aos dias, as noites às noites, e a duração das suas próprias horas é a mesma.” [9]

Naturalmente, uma vez que os solstícios representam os pontos sobre a eclíptica onde o Sol alcança a máxima declinação Norte (a 0° de Caranguejo) e Sul (a 0° de Capricórnio), a sua declinação é paralela nos graus que são igualmente distantes em ambos os lados (veja o diagrama abaixo).
 






Declinação: A distância norte ou sul do equador de um planeta.

Latitude Celestial: A distância norte ou sul da eclíptica de um planeta.

A Eclíptica (trajecto do Sol) atravessa o equador a 0º de Carneiro e Balança, dando ao Sol 0º de declinação nestes pontos.


Isto não significa, naturalmente, que dois planetas ligados entre si por um relacionamento de antiscion irão partilhar o mesmo grau de declinação, como só o ciclo solar é restringido à eclíptica não pode ter latitude. Contudo, alguns autores modernos têm admitido que Ptolomeu estava descrevendo nesta passagem um relacionamento dependente de dois planetas que têm o mesmo grau de declinação, e eles, dessa forma, usam o termo ‘antiscia’ para se referirem a isto. O que é bem diferente do conceito tradicional de antiscia. Muitos têm sido influenciados pelo verbete ‘antiscion’ de Nicholas de Vore, em sua Enciclopédia de Astrologia (1947), onde ele declara (incorrectamente) que o reflexo ao longo do eixo do solstício é uma aplicação moderna, como a usada na ‘Astrologia Uraniana’, mas que a definição original por Ptolomeu

“...é aplicada para dois planetas que têm a mesma declinação no mesmo lado do equador. Um na mesma declinação no lado oposto era designado um contra antiscion.” [10]

Aqui, De Vore interpretou Ptolomeu de modo incorrecto, e referências a outros autores antigos varrem quaisquer dúvidas que o reflexo através do eixo do solstício é a base original e tradicional da técnica. Quando olhamos bem de perto o que Ptolomeu escreveu podemos ver que a afirmação de De Vore não é o ponto que Ptolomeu estava fazendo, em absoluto; nem Ptolomeu, na verdade, usou o termo antiscion, embora ele reconhecesse claramente que a relação dos signos que se ‘vêem um ao outro’ era baseada em uma distância mútua do eixo do solstício. Firmicus, ao mover o ponto de referência para o reflexo do antiscion de 15° dos signos tropicais para 0°, estava meramente corrigindo o erro que se tinha acumulado com o movimento do ponto vernal – um problema que a implantação do Zodíaco tropical erradicou.

Firmicus escreveu a respeito das antiscia,

“Deste modo, Gémeos e Caranguejo enviam antiscia um ao outro. Pois um grau, qualquer que seja o grau de que recebe um antiscion, envia um antiscion para aquele grau. Assim Touro e Leão enviam um antiscion um contra o outro, assim Virgem e Carneiro, Balança e Peixes, Escorpião e Aquário, Sagitário e Capricórnio.” [11]

Firmicus prossegue para sugerir, que quando os planetas não se aspectam entre si, deveríamos considerar se eles estão unidos pela relação de antiscia:

“…Pois, quando eles enviam um antiscion de uma tal forma que eles estão em aspecto através do antiscion, em trígono, quadratura, sextil ou oposição, eles auguram tal e qual como se estivessem assim colocados na disposição normal…”. [12]

Como prova da efectividade das antiscia, Firmicus oferece detalhes de um mapa no qual ele diz poder ser plenamente compreendido apenas por referência às suas influências. Sabendo que a identidade do homem por detrás do mapa é bem conhecida do seu patron, ele o deixou anónimo no livro – um desafio por demais tentador para os estudantes clássicos que têm usado esses factos fornecidos em sua descrição para concluir que este era o mapa de Ceionius Rufius Albinus, um famoso escritor em lógica, geometria, história e poesia, e chefe de prefeitura da cidade de Roma de 30 de Dezembro de 335 d.C., até ser enviado para o exílio em 10 de Março de 337 [13]. Firmicus registou que o pai de Rufius Albinus, após duas funções sucessivas como cônsul, tornou-se um ‘exilado escandaloso’, o mesmo sucedeu ao seu filho pelo crime de adultério, embora mais tarde ele tenha regressado às suas funções. Ele argumenta que os detalhes da queda do pai de Rufius Albinus, o exílio, e as constantes conspirações contra ele apenas são revelados se voltarmos as nossas atenções para a teoria das antiscia.

Firmicus não fornece nenhuma posição dos graus, mas entre muitos dos pontos que ele faz em relação aos efeitos debilitantes das ligações das antiscia no mapa, ele afirma que a Lua está posicionada em Caranguejo, o Ascendente em Escorpião e Marte em Aquário. Apenas por aspecto não haveria nenhuma relação reconhecida entre a Lua e o Marte, porque seus signos estão inconjuntos. Contudo, o antiscion da Lua em Caranguejo cai em Gémeos, o qual aspecta Marte por trígono. O antiscion de Marte em Aquário cai em Escorpião, no Ascendente e, então, em trígono com a Lua. Firmicus viu este relacionamento entre Marte e Lua como indicador de problemas e disputas:

“E assim a Lua Crescente, atacada por todos os lados pelas várias influências de Marte, tornou este homem, fisicamente enfraquecido, finalmente num exilado.” [14]
 

As mais vistas da semana

 

Geralmente é dito que as antiscia expressam uma simpática relação, mas Firmicus demonstra que se elas se ligam a um planeta maléfico ou desafortunado, elas podem ser prejudiciais.

Um método semelhante de averiguar familiaridade é considerar planetas igualmente colocados a partir dos equinócios. É dito que estes são de uma natureza semelhante, porque – nas palavras de Ptolomeu – “…eles ascendem em períodos de tempo iguais e estão em paralelos iguais.” Ptolomeu também diz a respeito destes, que os signos de Carneiro a Virgem são chamados Comandantes (porque o Sol torna o dia mais longo quando nestes signos), e os signos de Balança a Peixes são chamados Obedientes (porque quando o Sol se move através deles o dia é mais curto que a noite) [15]. Um planeta num signo comandante é assim considerado capaz de exercer um efeito dominante sobre o planeta na posição obediente.

Manilius e outros autores antigos designaram tais signos de audentia ‘signos que se ouvem uns aos outros’. William Lilly refere-se a signos que são ‘comandantes e obedientes’ na página 92 da Astrologia Cristã, mas não fornece uma descrição dos seus significados. O astrólogo Grego Paulus Alexandrinus percebeu que os signos que se ‘ouvem uns aos outros’ se dispõem bem a uma fuga de fugitivos, para o exterior, e para acusações, sugerindo que há algum elemento de desarmonia atribuído ao seu significado [16].

Pode parecer que esta técnica caiu em descrédito na tradição posterior, mas de facto ela nos dá as contra-antiscia, as quais Lilly nos diz para encontrarmos olhando simplesmente para o ponto oposto ao antiscion. Isto é correcto porque o reflexo de um grau pelo eixo equinocial encontra-se oposto àquele que reflecte ao longo do eixo tropical. O diagrama abaixo demonstra isso.





As linhas verticais mostram os ‘signos que ouvem uns aos outros’, e inseri no diagrama as posições da Lua e de Marte do exemplo de Firmicus, com as suas antiscia (A) marcadas em azul, e as contra-antiscia (CA) marcadas em vermelho. Note como as contra-antiscia, enquanto opostas às antiscia, também caem directamente no relacionamento designado pela noção clássica de signos ‘audentia’.
 

Podemos ver novamente porque Nicholas de Vore e os subsequentes astrólogos modernos têm erroneamente definido as contra-antiscia como um relacionamento entre dois planetas “na mesma declinação no outro lado [ie., do equador]” – é porque esta definição se aplicará ao Sol e à posição na qual estará quando atingir a sua própria posição de contra-antiscion; mas isto apenas se aplica ao Sol. As contra-antiscia associam planetas a uma distância igual dos equinócios, como por exemplo, 15º de Peixes corresponderá a 15º de Carneiro. Em tais pontos o Sol tem tanta declinação sul do equador a um ponto, como tem ao norte do equador a outro. Isso traz a similaridade dos tempos de ascensão que Ptolomeu considera relevante. Mas esta definição não é válida para os planetas, os quais, naturalmente, podem permanecer nos pontos das contra-antiscia, enquanto estão em níveis variados de declinação ou latitude celestial.

Em astrologia tradicional, a conjunção por latitude celestial (a qual ocorre quando dois planetas estão no mesmo hemisfério e igualmente colocados a norte ou sul da eclíptica) é importante; mas não fazia parte da técnica de antiscia, e não deveria ser confundida com os modernos ‘paralelos de declinação’, que, ao contrário, são medidos a partir do equador. Para os antigos astrólogos, a direcção e latitude de um planeta era muito significativa, usada para revelar muito a respeito da força e fortaleza de um planeta. A melhor posição planetária é estar no hemisfério norte, ascendendo em latitude; a pior no sul, descendendo. Esta consideração é especialmente relevante para a Lua, que é mais afortunada quando está no norte, ascendendo, e ao mesmo tempo aumentando em luz.

O antiscion nos dá, ao invés, uma noção de ‘semelhança’ [17] baseada na similaridade do grau do Zodíaco, relacionando os tempos de ascensão e igualdade dos dias e noites. A contra-antiscia é baseada em um reflexo inverso porque os dias de um são reflectidos pelas noites do outro. Com o antiscion, um factor mais imediatamente equivalente está envolvido; com o contra-antiscion é um princípio oposto, assim o relacionamento é mais difícil, ou antipático. Estes princípios filosóficos concordam com as apreciações de William Lilly:

…e tal como há antiscia, as quais sendo de bons planetas consideramos iguais a sextis ou trígonos, também há contra-antiscia, as quais consideramos como sendo da natureza de uma quadratura ou oposição [18].

Lilly não deixou nenhuma evidência do uso de aspectos de ou para as antiscia. Ou seja, ele usa as antiscia onde elas caem directamente sobre um planeta ou cúspide de casa, mas não onde elas caem sobre o trígono ou quadratura de um planeta ou cúspide, como fez Firmicus. (Excepto a oposição, naturalmente, a qual revela o contra-antiscion).

A partir das referências que encontramos em Astrologia Cristã, podemos ver que ele exigiu uma correspondência exacta ou uma orbe [19] muito próxima e tomou os contactos das antiscia com planetas favoráveis como um apoio, mas contactos com planetas impedidos como destrutivos, com os contactos de contra-antiscia a serem julgados menos úteis. Por exemplo, a conjunção da Lua com o antiscion do Regente do Ascendente é um factor promissor em assuntos de vida ou morte [20], mas a conjunção do regente do ascendente com o antiscion do Regente da oitava casa favorece a morte [21], como faz a conjunção do Sol com o antiscion de um planeta maligno [22].


 

[1] Firmicus Maternus, Matheseos Libri VIII, (‘Eight Books of the Mathesis or Theory of Astrology’), 334 a.C., traduzido por Jean Rhys Bram, Noyes Press, 1975. Disponível numa versão actualizada com observações e notas adicionais por David McCann, da Ascella Publications, London.
[2] Matheseos, II. XXIX.II
[3] II. Praefatio.II: "Nosso Fronto, que publicou as regras para prognosticar pelas estrelas, seguiu a teoria das antiscia de Hipparchus".
[4] É descrito por Dorotheus em seu quarto livro, onde ele se refere a contactos planetários ‘através da revolução dos anos’, (o trânsito do Sol sobre os pontos do solstício traz a mudança das estações). Dorotheus de Sidon, Carmen Astrologicum, trad. David Pingree.
[5] Antiscia é plural; o singular é antiscion (grego) ou antiscium (latim).
[6] Manilius, Astronomica, Harvard Heinemann, (trad. G.P. Goold); Loeb Classical Library. Intro. p.XLVI; 2,466-519.
[7] Referências ao ponto vernal a 15º de Carneiro está preservada nos escritos de Achilles e Eudoxus. O ponto vernal cai próximo a 15º de Carneiro por volta de 800 a.C.; assim, é a partir deste período que podemos presumir que o Zodíaco (12 signos igualmente espaçados de 30°) começou a surgir como substituição para as constelações visíveis em medição astronómica. Os diários astronómicos babilónicos, datados da metade do século VI a.C., mostram que o Zodíaco estava a ser usado naquela época para o registo de informações astronómicas, apesar de as constelações ainda serem referidas, havia uma extensa sobreposição do uso dos signos zodiacais e das constelações visíveis antes do Zodíaco estar igualmente definido e firmemente estabelecido. Para uma análise dos vários pontos vernais veja Studies in the History of Mathematics and Physical Sciences, Vol. I, por O. Neugebauer; p.593 ff.
[8] Manilius, 2.425-435.
[9] Tetrabiblos, 1.15 (Loeb p.77)
[10] Nicholas de Vore, Encyclopedia of Astrology, (Philosophical Library, New York, 1947); pp.8-9.
[11] Matheseos, II,XXIX.6
[12] Matheseos, II.XXIX.9
[13] Firmicus Maternus, The Error of the Pagan Religions; traduzido e anotado por C.A. Forbes, (Newman Press, New York, 1970) intro. p.5.

Em 1894 Theodore Mommsen chamou a atenção que os factos históricos só se poderiam ter ajustado a Albinus, o que foi verificado por Otto Neugebauer que demonstrou que as informações astronómicas confirmavam este candidato, nascido em 14 de Março de 303 d.C. – por volta das 21h00, de acordo com os seus escritos, The horoscope of Ceionius Rufius Albinus, AJPh, 74 (1953) 418-420.
[14] Matheseos, II.XXIX.16.
[15] Tetrabiblos, I.14
[16] Paulus Alexandrinus, Introductory Matters, Séc.378 d.C.; traduzido por Robert Schmidt, (Golden Hind Press, Berkeley Springs, USA, 1993); p.18-22.
[17] Este é um termo usado por Palchus em referência ao grau do antiscion de um significador num antigo mapa horário datado de 478 – Greek Horoscopes, (American Phil. Soc., 1957); p.143.
[18] Christian Astrology, pp.91-92.
[19] “Pouco uso pôde ser feito das antiscia dos planetas nesta figura, porque nenhuma delas caiu exactamente na cúspide de qualquer casa importante, ou no grau exacto de qualquer planeta; observei apenas que o contra-antiscion de Saturno cai perto do grau de Júpiter; de onde eu julguei, …” (CA., p.186: O contra-antiscion de Saturno está dentro de 3° de Júpiter.)
[20] Ibid., p.255.
[21] Ibid., p.257.
[22] Ibid., p.258. Outras referências podem ser encontradas nas p.164; pp.186-187; p.263 e p.288.


Tradução da versão inglesa por,
Paulo Alexandre Silva, DMA
Roberta Ricciulli Leal


Texto  Deborah Houlding



Vimos que o conceito de antíscia se baseia no movimento do Sol e a quantidade de luz que distribui ao longo do dia quando transitando por cada signo, bem como o ponto exato no horizonte leste em que nasce quando atravessa determinados signos. Deste modo, cada um dos signos terá um signo antiscion, um signo reflexivo ou que seja sua sombra. Deste modo a antíscia de câncer é em gêmeos, de leão em touro, de áries em virgem, peixes em libra, aquário em escorpião e capricórnio em sagitário. Agora veremos o que é contra-antíscia.

A contra-antíscia pode ser explicada de várias formas, como signos de mesmo poder, as antíscias se dão com base no Eixo Solsticial, eas contra-antíscias com base no Eixo Equinocial, mas a forma mais prática de se compreender a relação entre signos que formam contra-antíscia é a seguinte: tomaremos como exemplo aqui o signo de Áries. Primeiramente encontramos o seu signo antíscion, neste caso trata-se de virgem. Agora iremos observar qual signo forma oposição ao signo de virgem, que seria peixes. Então dizemos que o signo contra-antiscion de Áries é Peixes! Sim, isso mesmo. É o signo que forma oposição ao signo antíscion. Como se pode ver na imagem anexada. Desta forma temos:

Signo – Antíscia – Contra-antíscia
Áries  – Virgem – Peixes
Touro – Leão – Aquário
Gêmeos – Câncer – Capricórnio
Leão – Touro – Escorpião
Virgem – Áries – Libra
 Libra – Peixes – Virgem
Aquário – Escorpião – Touro
Capricórnio – Sagitário – Gêmeos

O grau simétrico ou complementar,  que vimos sobre antíscia também se aplica para contra-antíscia, será o mesmo grau, com uma orbe mínima aceitável de 3 graus no máximo. Exemplo: Marte em 8 graus de Áries, terá a projeção de seu antíscion para 22 graus de virgem, e projetará seu contra-antiscion para o signo oposto à virgem, ou seja, para o signo de peixes, aos 22 graus de peixes.

Saturno a 17 de Aquário, terá sua antíscia em 13 de escorpião, e sua contra-antíscia no signo oposto, touro, em 13 graus também, e assim por diante.




– Como interpretar antíscia e contra-antíscia?

Podemos observar a aplicação da antíscia e contra-antíscia em natividades através da obra de Firmicus Maternus, no capítulo 29 de seu segundo livro, onde ele toma uma carta com ascendente em Escorpião, Sol e Júpiter em Peixes, Mercúrio e Marte em Aquário, Lua em Câncer, Saturno em Virgem, e Vênus em Touro, como exemplo e faz a delineação da carta usando o conceito de antíscia e contra-antíscia, que terei prazer em replicar aqui em nossa página no futuro. O conceito de antíscia também é aplicado em astrologia horária de modo didático por William Lilly, que observa a antíscia e contra-antíscia dos significadores para determinar o desfecho da questão, quando estes se mostram relevantes.

– Antíscias e Contra-antíscia em Natividades:

As antíscias são consideradas “conjunções ocultas”, conjunções “secretas”, entre dois planetas ou pontos da carta como o ascendente ou MC, e pelo que tenho observado a forma de se interpretar uma antíscia seria praticamente da mesma maneira que se interpretaria uma conjunção corporal. A Antíscia de um determinado planeta recaindo sobre um planeta benéfico seria bom, a antíscia de um planeta recaindo sobre um planeta maléfico pressagia maus augúrios. Além da determinação essencial dos planetas, as antíscias também carregam a determinação acidental dos planetas. Por exemplo, a antíscia do Senhor da Casa da Vida (ascendente) projetada sobre o Senhor da Casa da Morte (casa 8), ainda que sejam planeta benéfico, pressagia mau. Já a contra-antíscia deveria ser analisada de modo similar aos aspectos de oposição, como nos mostra Firmicus Maternus, dando uma ideia de contrariedade, impedimento, obstáculo, conflito, rivalidade e danos. A antíscia tende a ter uma noção de simpatia entre os signos, e portanto entre os pontos envolvidos, mas caso esta relação seja com maléficos essenciais ou acidentais (planetas que governam locais desafortunados) isso pode representar condições adversas e desfavoráveis.

– Antíscia e Contra-antíscia em Astrologia Horária:

Em astrologia horária, quando buscamos por um aspecto entre significadores para determinarmos o desfecho de uma questão e este aspectos não existe, por exemplo: Um Significador colocado em Câncer e o outro em Gêmeos, signos considerados disjuntos ou inconjuntos, podemos observar se existe relação de antíscia entre o grau destes significadores, caso se confirme que estes significadores estão em conjunção oculta, podemos determinar o desfecho da questão de modo similar ao que faríamos se estivessem em aspecto. Com um adicional de que se a questão e o contexto permitir condições ocultas, secretas, a antíscia e a contra-antíscia carrega este sentido também. A contra-antíscia também é capaz de levar assuntos à perfeição, mas com maior dificuldade e esforço, uma vez que sua natureza se assemelha a quadratura e oposição, enquanto a natureza da antíscia se assemelha ao trígono e sextil.

Portanto, se você sabe interpretar aspectos ptolomaicos numa natividade, você sabe agora interpretar antíscia e contra-antíscia. Um Exemplo: Marte formando quadratura ao Regente do Ascendente ou ao Grau ascendente pressagia males para o corpo e a vida do nativo, como acidentes, dores agudas e inimigos. Caso Marte projete sua antíscia sobre o senhor do ascendene ou o grau ascendente, o significado é o mesmo.

No exemplo citado na obra de Firmicus Maternus, ele dá tamanha importância ao conceito de antíscia que ele diz:

“Qualquer pessoa que não conhecesse a teoria dos antíscios e visse o Sol com Júpiter, no mesmo grau, na quinta casa a partir do ascendente – ou seja, na casa da Bona Fortuna – teria predito um pai afortunado, próspero, poderoso e assim por diante, e a mesma coisa para o próprio nativo. No respeitante ao seu exílio e às constantes conspirações contra ele, não teria sido capaz de predizer nada, a não ser que voltasse a sua atenção para a teoria dos antíscios.

Lembram-se que dissemos que Peixes envia um antíscion para Balança e de Balança de novo para Peixes. E assim, o Sol e Júpiter, posicionados juntos em Peixes, enviam antíscio a Balança, neste signo em que fica sem dignidade e debilitado e na décima segunda casa da natividade, ou seja, o Cacodaemon; isto mostra uma origem humilde da família do pai, e para o próprio pai, um escandaloso exílio. Mas Júpiter, cuja força e poder a influência do antíscion transferiu do signo de Peixes para o signo de Balança, localizado na décima segunda casa, ou seja, do cacodaemon, através do antíscio excitou uma grande quantidade de inimigos contra o pai, e contra o próprio nativo, e fez que vencessem.”

Olha só que interessante esse trecho! Podemos depreender muita, mas muita coisa deste pequeno trecho didático! Primeiro: Firmicus projetou a antíscia do Sol, que ia para Libra na casa 12, e o que ele faz? Diz que neste ponto o Sol estava sem dignidade essencial e estava debilitado por estar em casa maléfica, e determinou que esta configuração significava o exílio experimentado pelo Pai do nativo e também pelo próprio nativo. Ou seja, podemos interpretar dignidade essencial, dignidade acidental e o significado da casa, para onde a antíscia de um determinado planeta se projeta – aqui vimos a condição de Exílio, Cadência ou casa desafortunada e o significado da 12 que é exílio e tormentas, revelando que até mesmo a origem do pai era humilde, de baixa classe social. Observe que o Sol é significador essencial do Pai em natividades.

Em segundo lugar veja que Firmicus Maternus leva a determinação local de Júpiter, que estava na Casa da Boa Fortuna, Domiciliado em Peixes, conjunto ao Sol, e projetando sua antíscia para o grau antíscio do Sol e por isso determinando a vitória do nativo e de seu pai sobre seus inimigos, neste caso Júpiter atuando como benéfico e garantindo a melhoria das condições difíceis experimentadas, mitigando os males desta configuração.

Outra coisa interessante de se observar é que Firmicus leva em consideração antíscia por signo inteiro e também por grau, quando ele cita que a antíscia de Marte nesta natividade estava sobre o Grau ascendente, algo que para muitos viria apenas no período Árabe, como já li em várias oportunidades.

“Mas qual a configuração que fez com que este homem se tornasse um adúltero é o que também explicarei: Marte, localizado em Aquário enviava um antíscio a escorpião; assim, o antíscio de Marte encontrou Vênus localizada no descendente no mapa; pois Vênus é desfavorável e indica muitas calamidades se, estando em declinação, localizada no descendente, for afligita por um aspecto hostil de Marte. E, de novo, o antíscio de Vênus, enviado para Leão, estava em oposição à Marte, localizado no Imum Caelum em Aquário; e do Imum Caelum Marte, sem contar o antíscio, estava relacionado com Vênus por Quadratura. De todas estas formas, portanto, através de si mesmos e através dos seus antíscios sobre os pontos cardeais da natividade, Vênus e Marte, quer em oposição, quer em quadratura, atacavam-se entre si com aspecto hostil. Esta configuração fez com que o nativo fosse acusado de adultério.”

Nesta passagem fica muito claro, que o autor está usando antíscia e contra-antíscia, da mesma forma que se usaria conjunção ou oposição naturalmente. Marte quadra Vênus por aspecto ptolomaico, não obstante, estão em contra-antíscia, que tem a natureza de uma oposição, reforçando o testemunho de hostilidade entre Vênus e Marte, significando portanto o adultério, motivo de seu exílio – por adultério, e veja que Vênus na casa 7, no descendente (que represeta danos ao ascendente, ao nativo) se relaciona com Mulheres e com Sexualidade, além de ser o Regente da Casa 12 que é ocupada por Libra. Deste modo o Exílio (casa 12) se relacionava com o adultério (Vênus na 7 em hostilidade com Marte), e este Marte é Regente do Ascendente e tem seu antíscio sobre o grau ascendente, e Vênus se opõe ao ascendente, quadra o regente do ascendente, está em contra-antíscia ao senhor do ascendente e ocupa a casa das parcerias. A contra-antíscia, como vimos, é um aspecto oculto, o que ainda aponta para o intercurso sexual clandestino – o adultério, motivo do exílio temporário do nativo.

Espero que tenham entendido como esta dinâmica funciona. Antíscia é um conceito que acredita-se preceder os gregos, foi usado pelos gregos, citado nas principais obras helenísticas, pelos principais autores, atravessou o período Árabe, Medieval e Renascentista e encontrou campo fértil em Astrologia Horária, sendo utilizada com sucesso a séculos ou milênios.


Bibliografia consultada:
– Matheseos, Firmicus Maternus, Edição Biblioteca Sadalsuud.
– Astrologia Cristã, William Lilly;


15/10/2011
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