Novas fotos de Plutão impressionam por geleiras similares com as da Terra
Fotos também mostram camadas finas de névoa na atmosfera de nitrogênio.
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Geleiras em Plutão se assemelham a fluxos na Groenlândia e Antártica.
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Imagem de Plutão mostra região Sputnik (à direita) rodeada à leste (esquerda) por montanhas de gelo (Foto: NASA/JHUAPL/SwRI)
Uma nova leva de imagens feita pela sonda New Horizons em sua passagem
por Plutão chegou à agência espacial americana (Nasa) e impressionou os
cientistas. Segundo a Nasa, o que chamou a atenção não foram apenas as
paisagens, montanhas geladas e fluxos de nitrogênio congelado do
planeta-anão, mas também uma aparência estranhamente familiar com a
Antártica.
Setas mostram fluxo de gelos, provavelmente de
nitrogênio, em Plutão (Foto: NASA/JHUAPL/SwRI)
Combinadas com outras fotos recentes de Plutão, as novas imagens ajudam
a evidenciar, segundo a Nasa, um ciclo “hidrológico” notavelmente
parecido com o da Terra, mas com gelos exóticos, incluindo de
nitrogênio, em vez de gelos de água.
Áreas brilhantes a lesta da vasta planície gelada - que lembra o
formato de um coração e que foi informalmente chamada de Sputnik -
parecem terem sido cobertas por esses gelos, que podem ter evaporado da
superfície da Sputnik e, em seguida, terem sido redepositados ao leste.
Também é possível ver geleiras que fluem desta região coberta brilhante
de volta para a Sputnik. Estas características, segundo os cientistas,
são semelhantes a fluxos congelados nas margens de calotas de gelo da
Groenlândia e da Antártica, na Terra.
Neblinas
As fotos também mostram novos detalhes de neblinas na tênue atmosfera
de nitrogênio de Plutão. Nelas aparecem mais de uma dúzia de camadas
finas de névoa que se estendem desde a superfície do planeta até pelo
menos 100 km acima.
Quinze
minutos depois de atingir o ponto mais próximo com Plutão, a sonda New
Horizons fez essa imagem do planeta-anão em que aparecem as montanhas e
planícies de gelo (Foto: NASA/JHUAPL/SwRI)
“Além de serem visualmente impressionantes, estas névoas baixas sugerem
uma mudança no tempo a cada dia em Plutão, assim como ocorre na Terra”,
diz Will Grundy, pesquisador do Observatório Lowell, no Arizona, na
nota da Nasa.
Trajetória da New Horizons
A breve passagem da sonda New Horizons por Plutão ocorreu no dia 14 de julho.
À noite, a sonda se comunicou com a Terra, indicando que o encontro com
Plutão tinha sido bem-sucedido. Na manhã do dia seguinte, durante uma
transmissão de dados mais longa, a New Horizons enviou as principais informações obtidas no encontro.
A sonda espacial viajou durante nove anos por quase 5 bilhões de
quilômetros (que é a distância entre Plutão e a Terra) até chegar perto
do planeta anão.
Ela foi lançada em 2006, dos Estados Unidos,
a bordo do foguete Atlas. A sonda viajou até Júpiter e usou a gravidade
desse planeta como um estilingue para acelerar sua velocidade. Desde
então, ficou adormecida e viajou pelo espaço até ser reativada, em
dezembro de 2014.
Sete instrumentos que estão a bordo da sonda captam essas imagens, que
serão transmitidas para a Terra. O tempo de transmissão dos dados de
Plutão até a Nasa, nos EUA, é de quatro horas e meia.
Imagem de Plutão foi produzida pela sonda New Horizons em julho (Foto: Nasa)