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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Astrofísica: Um ‘farol’ diferente no espaço

 diferente no espaço
Astrofísica: Um ‘farol’ diferente no espaço - Ilustração mostra a estrela anã branca do sistema AR Scorpii emitindo um feixe de radiação e partículas na direção de sua companheira anã vermelha, o que faz com que o conjunto tenha variações periódicas de brilho - Mark A. Garlick/Universidade de Warwick

Astrônomos descobrem primeiro pulsar alimentado pela ação de uma estrela anã branca




RIO – Descobertos por acaso nos anos 1960, os pulsares são estrelas de nêutrons – os restos superdensos de astros gigantes que explodiram em supernovas – com poderosos campos magnéticos e girando a altas velocidades, o que faz com que emitam pulsos periódicos de radiação eletromagnética (daí seu nome) em feixes direcionados, como um farol cósmico. Mas astrônomos encontraram recentemente um pulsar com uma configuração diferente, o primeiro do tipo visto no Universo até agora: um exótico sistema binário, isto é, com duas estrelas, em que a radiação emitida por uma anã branca - por sua vez os restos incandescentes de estrelas como nosso Sol - “atiça” periodicamente sua companheira, uma velha e fria estrela anã vermelha, fazendo o sistema como um todo aumentar e diminuir de brilho em intervalos de dois minutos. De acordo com os astrônomos, a anã branca deste sistema binário pulsante, designado AR Scorpii (AR Sco) e a 380 anos-luz de distância na direção da constelação de Escorpião, tem o tamanho aproximado da Terra, mas uma massa 200 mil vezes maior, produzindo um campo magnético 100 milhões de vezes mais intenso que o do nosso planeta. Já a anã vermelha tem só um terço da massa de nosso Sol, “queimando” tão lentamente seu combustível nuclear que deverá continuar a brilhar ainda por trilhões de anos. Ambas estão separadas por cerca de 1,4 milhão de quilômetros, ou pouco mais de três vezes a distância Terra-Lua, completando uma órbita em torno de seu centro de gravidade comum a cada 3,6 horas. Mas assim como as estrelas de nêutrons dos pulsares “convencionais”, a anã branca do AR Sco também gira rapidamente, fazendo com que emita ondas de partículas carregadas e radiação na direção de sua companheira. Segundo os astrônomos, estas emissões estão concentradas em um feixe muito parecido com os produzidos por aceleradores de partículas, algo também nunca visto antes no Universo, que aceleram os elétrons na atmosfera da anã vermelha para próximo da velocidade da luz, outra observação inédita em sistemas binários do tipo. - O AR Sco é como um dínamo gigante em que um ímã do tamanho da Terra, com um campo (magnético) 10 mil vezes mais forte do que qualquer um que possamos produzir em laboratório, gira a cada dois minutos e gera uma enorme corrente elétrica na sua estrela companheira, o que então produz as variações no brilho que detectamos – resume Boris Gänsicke, professor do Grupo de Astrofísica da Universidade de Warwick, no Reino Unido, e um dos autores da descoberta, relatada nesta terça-feira no periódico científico “Nature Astronomy”, ao lado de Tom Marsh, também da instituição britânica, e David Buckley, do Observatório Astronômico da África do Sul. Fonte:http://oglobo.globo.com/ 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Sabedoria Dog: A nova inteligência dos cães

  cães

Para os novos estudos de cognição canina não há raças mais inteligentes – cada cão tem um complexo perfil de inteligência, composto de diversas habilidades


Muitos ainda acreditam que cão inteligente é aquele que faz truques, repete movimentos ou obedece ao dono sem hesitar. Os novos estudos em cognição canina, no entanto, revelam que essa é apenas uma pequena parte da complexa inteligência desses animais, formada por um leque variado de sofisticadas habilidades. Memória, atenção, capacidade de tomar decisões ou solucionar problemas são algumas das características dos cachorros que têm sido investigadas em novos centros de pesquisas espalhados pela Europa e Estados Unidos. Segundo os cientistas, não há raças mais espertas que outras – cães têm perfis individuais de inteligência que, junto a uma incrível desenvoltura social, fazem com que sejam os animais de estimação mais populares do planeta. No Brasil, o número de cães superou o de crianças em 2013: são 52 milhões de cachorros contra 43 milhões de jovens até 14 anos, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados de 2013 e 2015. “Os estudos têm nos mostrado que os cães não apenas são capazes de ler uma inacreditável variedade de sinais humanos, como quando apontamos algo ou estabelecemos contato visual, mas também conseguem conquistar a nossa atenção quando precisam de ajuda”, afirma a psicóloga americana Angie Johnston, do Centro de Cognição Canina da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

Inteligência de cachorro 

Os estudos sobre a cognição e inteligência dos cães começaram a se multiplicar nas duas últimas décadas, quando centros de pesquisa sobre o tema passaram a reunir biólogos, psicólogos e antropólogos dedicados a compreender a mente desses animais. Em 1994, Stanley Coren, especialista em comportamento animal da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, publicou A inteligência dos cães, livro que classificou 110 raças de cachorros. O ranking, baseado em uma pesquisa com duzentos treinadores, considerou a inteligência dos animais com base no grau de facilidade ou dificuldade para aprender e repetir comandos (a título de curiosidade, no topo da lista apareciam o border collie, poodle e pastor alemão e, nos últimos lugares, buldogue, basenji e galgo afegão). A edição ajudou a popularizar tanto a ideia de que há raças mais espertas do que outras como o conceito de que cães são animais inteligentes porque obedecem o dono. “Quando alguém diz que seu cachorro é inteligente, provavelmente está afirmando que ele é fácil de treinar. Porém, essa é apenas uma das habilidades do cão. Os novos estudos têm revelado que, se o cachorro é obediente, ele costuma ter menos facilidade para resolver problemas por conta própria – e solucionar problemas é uma das habilidades que consideramos mais fundamentais para o conceito de inteligência”, explica a italiana Claudia Fugazza, especialista em comportamento animal da Universidade Eötvös Loránd, na Hungria. Para os cientistas, inteligência é uma noção complexa, que, em geral, costuma ser definida como um conjunto de habilidades que caracteriza um indivíduo e o ajuda a tomar as melhores decisões. Como os pesquisadores trabalham com dados mensuráveis, preferem escolher uma ou outra dessas habilidades – como memória ou atenção – para fazer seus testes e chegar a conclusões. Nos últimos anos, os cientistas conseguiram colocar cães em máquinas de ressonância magnética ou acoplar sensores que conseguem captar sinais cerebrais e comportamentais. Os resultados dessas técnicas revelaram que a variedade de características cognitivas dos animais é muito mais ampla do que se imaginava. Além de não haver evidências de que esteja relacionada à raça, a inteligência dos cães inclui habilidades altamente sofisticadas como a capacidade de aprender, resolver novos desafios, tomar decisões ou ter independência para resolver seus próprios problemas. Um panorama das mais recentes descobertas sobre o assunto foi publicado em uma edição especial da revista Current Directions in Psychological Science, em outubro. Sem surpresas, os pesquisadores perceberam que os cães que têm altas notas na maior parte das capacidades cognitivas são os que mais dão trabalho aos seus donos. Eles são inquietos, não obedecem e podem se entediar com facilidade. Um estudo de setembro de 2016, feito pelo Centro de Cognição Canina de Yale, mostrou que os cães podem ser até melhores em solucionar desafios do que crianças de três e quatro anos. De acordo com os resultados, os animais tendem a tomar a decisão mais eficiente, em vez de simplesmente imitar as ações de um adulto. Outro estudo, da Universidade Eötvös Loránd, afirma que os cães sabem distinguir palavras e entonações como nós e usam para isso as mesmas áreas cerebrais que os humanos.

Perfis caninos

A existência de tantas habilidades, segundo os pesquisadores, está relacionada ao estreito convívio entre cães e homens. Domesticados a partir dos lobos, cerca de 15.000 anos atrás (algumas evidências demonstram que a domesticação pode ser ainda mais antiga, há quase 20.000 anos), os cachorros foram sendo moldados por nós ao longo da evolução. Aqueles que exibiam características mais úteis ao convívio humano, como a capacidade de caçar, pastorear rebanhos, fazer companhia ou defender territórios, foram acolhidos por nós e passaram sua herança genética adiante. Os cães atuais são uma espécie extremamente afeita à vida doméstica. Alguns pesquisadores afirmam que nós e nossos cachorros passam pela chamada “convergência evolutiva”, ou seja, quando seres vivos desenvolvem características semelhantes. Por essa razão quando os pesquisadores decidem medir as habilidades caninas, acabam procurando características muito parecidas às humanas. “Como evoluímos juntos, o ambiente natural de cães e humanos é o mesmo, o que nos ajuda muito na hora de estudá-lo”, afirma Claudia. Além do aperfeiçoamento da tecnologia, os cientistas contam nos últimos anos com a parceria dos donos de cães para fazer os estudos – conhecer o nível de inteligência de seu cachorro e incentivá-la é um convite altamente sedutor. Segundo os especialistas, os cães ganharam um papel fundamental nas famílias nos últimos anos e muitas pessoas consideram o animal de estimação como um membro da família. Da mesma forma que os pais querem que seus filhos tenham uma boa educação e entrem em boas universidades, estão dispostos a fazer testes e investir nas habilidades cognitivas de seus cães. A indústria pet percebeu a tendência e tem patrocinado centros de pesquisas – com os dados, podem criar gadgets e brinquedos que estimulem os animais. “Famílias têm várias oportunidades de aprender mais sobre seus filhos a partir do seu desempenho escolar, recitais de ballet, jogos de vôlei, entre outros. Mas é raro que participem de atividades extracurriculares com seus cachorros”, comenta. “Trazendo-os para o nosso centro, os indivíduos têm uma oportunidade de observá-los em um ambiente centrado nos cães e aprender mais sobre eles”, afirma Angie Johnston, do Centro de Cognição Canina da Universidade de Yale. Nesse centro de estudos, os donos levam, voluntariamente, seus cães para que participem de pesquisas e levantamentos feitos pelos cientistas. Os animais podem sair de lá com um certificado de ingresso na Ivy League (reunião das oito universidades mais prestigiadas americanas) e até mesmo diplomas de graduação ou mestrado em Yale. O especialista em comportamento animal Brian Hare, da Universidade Duke, nos Estados Unidos, montou em 2012 o site Dognition, em que os donos fazem testes com seus cachorros e, pagando valores entre 19 e 79 dólares, podem receber um relatório completo sobre o perfil de inteligência de seu animal de estimação. Em cinco anos, 30.000 cães já receberam seus resultados. As informações enviadas pelos donos por meio do site, segundo os cientistas, são tão confiáveis quanto os testes feitos em laboratório, e podem ajudar os pesquisadores em seus estudos (o SensDog, uma coleira com um Apple Watch que recolhe dados sobre o cão e o envia ao celular do dono, é o mais inovador método de coleta de dados caninos à distância). Para montar o site, Hare reuniu estudos feitos nos últimos vinte anos e chegou a nove perfis, que demonstram a prevalência de certas habilidades cognitivas em relação a outras. Cães do tipo “expert” são hábeis em solucionar problemas, enquanto o “independente” não precisa dos donos para enfrentar as dificuldades caninas. Segundo o especialista, cães têm múltiplas inteligências – não há um cão mais esperto que outro, mas animais mais hábeis em algumas áreas. Confira abaixo os nove perfis de inteligência caninos, de acordo com o site Dognition:

Cães sociáveis são os mais comuns entre todos os perfis: 22% de todos os cães se encaixam nesse tipo. Os animais com esse perfil não são muito bons em resolver problemas por conta própria, mas são especialmente talentosos em usar os humanos para conseguirem o que querem – sabem lançar um olhar ou fazer alguma graça para terem o alimento ou o passeio que desejam. Irresistíveis e perspicazes, esses cães têm estratégias quase infalíveis para conquistar os humanos.

Cães sedutores são muito bons lendo e interpretando sinais humanos. Segundo estimativas dos cientistas, 16% de todos os cachorros têm esse perfil – são muito espertos e sabem usar informações que seus donos fornecem como pistas para encontrar seu próprio caminho e tomar decisões. Isso pode torná-los cooperativos ou extremamente travessos.

Muito confiantes em suas habilidades, os cachorros do tipo "atento" apresentam uma flexibilidade impressionante em todas as dimensões cognitivas. São extremamente apegados aos donos, mas também sabem resolver problemas sem precisar dos humanos. Prestam atenção aos mínimos detalhes e são capazes de aprender com facilidade -- parecem estar sempre um passo à frente dos outros.

Entre 25.000 e 15.000 anos atrás, quando os primeiros lobos foram domesticados, eles demonstravam algumas características que os distinguiam dos demais. Apesar de muito independentes, tinham habilidades sociais incríveis, apegaram-se aos humanos e deram origem aos cães que conhecemos. Os cães do tipo tradicional são espontâneos e independentes na maior parte do tempo, mas também sabem recorrer aos humanos quando necessário.

Bom em resolver problemas, comunicativos e muito astutos. Cães do tipo "talentoso" têm muita desenvoltura e sabem ler e interpretar informações sociais. Representam cerca de 10% de todos os cães e o único problema é que, às vezes, são espertos demais. Podem tentar pegar coisas que não devem e depois lançar um olhar irresistível de perdão para conquistar os donos.

Os cães tímidos costumam ser considerados "distantes" por seus donos. Muito independentes, confiam mais em suas próprias estratégias do que na colaboração humana. Por conta do seu lado próximo aos lobos, esses cachorros parecem mais selvagens e não têm habilidades sociais tão desenvolvidas. Podem ser difícil de treinar e têm dificuldades em obedecer.

Com todas as habilidades cognitivas necessárias para resolver problemas do cotidiano sozinhos, cães do tipo "expert" costumam confiar menos em humanos que os outros perfis. Com uma excelente memória, são capazes de desenvolver as suas próprias estratégias, em diversas áreas, deixando seus donos impressionados.

Com características próximas aos lobos, os cães independentes preferem fazer tudo do jeito deles. De acordo com os cientistas, 7% dos cães fazem parte desse perfil. São animais que sabem analisar o ambiente que os rodeia e encontrar, sozinhos, as melhores soluções para seus problemas.

Cachorros do tipo "Einstein" são considerados os "cientistas" do mundo canino. Com excelente memória, eles têm uma impressionante habilidade de fazer inferências e compreender relações de causa e efeito, tornando a resolução de qualquer problema uma tarefa fácil. Contudo, as habilidades sociais não são seu forte: podem passar horas entretidos com algo que aguça sua curiosidade.
Fonte: Veja/Por Leticia Fuentes

Astrofísica: Espaçonave japonesa fotografa onda gigante em Vênus

Imagem da enorme onda que cientistas japoneses fotografaram em Vênus, em dezembro de 2015
Imagem da enorme onda que cientistas japoneses fotografaram em Vênus, em dezembro de 2015 (Planet-C/Divulgação)

A onda registrada na atmosfera do planeta é uma das maiores já vistas no sistema solar, com mais de 10.000 km de extensão do polo norte ao sul de Vênus


Uma gigantesca onda de gravidade com 10.000 quilômetros de extensão foi fotografada por uma espaçonave japonesa em Vênus, segundo estudo publicado nesta segunda-feira na revista Nature Geoscience. A sonda, que foi lançada em 2015 e recebeu o nome de Akatsuki, registrou impressionantes imagens da onda de gravidade, que foi formada pelo fluxo da baixa atmosfera sobre as montanhas rochosas do planeta. Segundo os cientistas, essa é uma das maiores ondas do tipo já observadas em todo o sistema solar, com 65 quilômetros de altura – é a maior já registrada em Vênus. O fenômeno revela que a atmosfera do planeta é ainda mais complexa do que os pesquisadores acreditavam.

As ondas de gravidade são formadas de modo muito semelhante às ondulações que vemos na Terra, quando a água flui sobre as pedras e rochas em um leito de rio. São diferentes das ondas gravitacionais, que são minúsculas ondas no espaço-tempo (aquilo que os físicos descrevem metaforicamente como o tecido do universo, o ambiente dinâmico onde todos os acontecimentos transcorrem). As ondas de gravidade são ondulações na atmosfera de um planeta, segundo a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla e inglês) – na Terra o fenômeno também acontece e causa interferências no clima, além de ser responsável pela turbulência. Não é a primeira vez que os cientistas registram ondas do tipo em Vênus: em 2014, a ESA detectou várias ondas de gravidade durante a missão Venus Express.

Onda gigante 


Graças a um efeito estufa que faz com que as temperaturas atinjam 462 graus Celsius, Vênus é o planeta mais quente do sistema solar. Os cientistas da Agência Espacial Japonesa (JAXA, na sigla em inglês) acreditam que os ventos da superfície do astro produziram a enorme onda quando atingiram a Aphrodite Terra, uma cordilheira de montanhas de 4,5 quilômetros de altura localizada perto do equador de Vênus. As fotos foram tiradas em quatro dias de dezembro de 2015. “Ondas estacionárias como essa podem ter uma dimensão muito grande, talvez a maior já observada no sistema solar”, diz a publicação. Segundo os pesquisadores, a escala dessas ondas pode ser grande o suficiente para alterar o clima do planeta. Para registrar o fenômeno, a sonda Akatsuki usou raios infravermelhos e câmeras ultravioletas. Segundo The Guardian, a onda, que havia se formado nas densas nuvens de ácido sulfúrico do planeta, estava com seu centro exatamente acima das ladeiras ocidentais das montanhas. Em Vênus, as nuvens viajam a 350 quilômetros por hora – muito superior à velocidade de rotação do próprio planeta. Na verdade, o movimento do astro em torno do seu próprio eixo é tão lento que, em comparação com a Terra, dia em Vênus equivaleria a um ano terrestre.

Espaço: Saiba o que é Bennu, o ‘asteroide do fim do mundo’

Imagem ilustrativa da chegada da sonda OSIRIS-Rex ao asteroide Bennu, em 2018.
Imagem ilustrativa da chegada da sonda OSIRIS-Rex ao asteroide Bennu, em 2018. (Divulgação/Nasa)

A chance de que o corpo celeste atinja a Terra daqui a 150 anos é de 1 em 2.500 - bastante remota, portanto. Em setembro, a Nasa envia missão para estudá-lo


Ele é uma rocha de 492 metros de diâmetro e, a cada seis anos, cruza a órbita do nosso planeta. Segundo cálculos dos astrônomos, o asteroide Bennu tem 1 chance em 2.500 de colidir com a Terra no século XXII, em 2135. Ou seja, é muito remota a possibilidade de que esse seja o asteroide responsável pelo fim do mundo, como alguns o têm chamado. Mas a colisão, pouco possível, é uma das razões por que a Nasa está enviando a sonda OSIRIS-Rex, no início de setembro, até ele. É a primeira missão espacial da Nasa que irá visitar um asteroide, colher amostras e voltar para a Terra.

Descoberto pelos cientistas em 1999, Bennu nasceu de uma violenta colisão entre asteroides e testemunhou o surgimento do sistema solar, há aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Por isso, os astrônomos acreditam que ele possa oferecer algumas respostas para questões centrais sobre a Terra (de onde viemos e para onde vamos). A missão, que parte em 8 de setembro de Cabo Canaveral, na Flórida, e deve chegar ao asteroide em 2018, voltará cinco anos depois carregada de informações sobre o corpo celeste. “As experiências vividas por Bennu vão nos dizer mais sobre as origens do nosso sistema solar e como ele evoluiu. Como detetives, vamos examinar as evidências trazidas para compreender melhor nossas origens”, afirmou Edward Bershore, da Universidade do Arizona, um dos principais pesquisadores da missão, em comunicado. Além disso, os asteroides podem conter os precursores moleculares para a origem da vida e oceanos da Terra. Algumas teorias acreditam que o choque de asteroides com o planeta pode ter contribuído para formar os primeiros seres vivos e ou a água de nosso planeta.

Asteroide do fim do mundo 


As grandes dimensões e composição do asteroide, junto com a órbita perigosa, fizeram com que ele fosse escolhido como o alvo da nova missão. Bennu é considerado um objeto próximo da Terra (NEO, na sigla em inglês). Daqui a 150 anos, a Nasa acredita que existam chances mínimas de que, ao passar entre a Terra e a Lua, o asteroide possa ter sua rota alterada graças à força exercida por ambos corpos – e, assim, ser empurrado em direção a nosso planeta. O choque teria a potência de 80.000 bombas de Hiroshima. Mas também há chances de que ele seja enviado para longe da Terra devido à interação com os planetas do sistema solar e seus satélites. A missão poderia fornecer pistas de como evitar um possível impacto. O Jet Propulsion Laboratory (JPL), da Nasa, é bastante preciso na observação e manutenção da órbita de objetos próximos da Terra – com ajuda internacional, ele consegue identificar e mapear a rota de 95% dos corpos celestes que podem colidir com o planeta. Assim, além de determinar com exatidão as propriedades físicas e químicas do asteroide, a missão OSIRIS-Rex também ajudará os cientistas a desenvolverem estratégias para evitar um possível impacto do asteroide com o nosso planeta no futuro.

Perigos do céu: Como um projétil pode impedir a colisão de asteroides com a Terra

Apesar de raros, objetos potencialmente perigosos ainda são uma ameaça ao planeta e preocupam astrônomos (iStock/Como um projétil pode impedir a colisão de asteroides com a Terra)

Estudando o meteorito que atingiu Chelyabinsk, na Rússia, cientistas afirmam que é possível desenvolver estratégias para impedir o impacto de asteroides


Fazer uso de um projétil para desviar a órbita de um asteroide e evitar a colisão com a Terra seria uma estratégia possível, segundo um estudo do Instituto de Estudos do Espaço da Catalunha (IEEC-CSIC, na sigla em espanhol). A pesquisa, publicada na edição de janeiro do periódico científico The Astrophysical Journal, foi feita com base no meteorito Chelyabinsk, que explodiu em 2013 sobre céu russo após atravessar a atmosfera. A análise demonstra que, de acordo com a composição, densidade e estrutura interna da rocha, é possível que uma missão, desenvolvida com antecedência, consiga impedir o impacto.


O estudo não é o primeiro a investigar maneiras de evitar um possível confronto entre um objeto próximo à Terra (NEO, sigla em inglês) de grandes dimensões e o nosso planeta. No início do ano, o governo americano também divulgou um plano para lidar com esse tipo de ameaça.

De acordo com os cientistas, a probabilidade de uma rocha com quilômetros de diâmetro ter consequências devastadoras após se chocar com a Terra é estatisticamente pequena, já que é mais frequente que objetos de poucas dezenas de metros (como o de Chelyabink), que são descobertos continuamente, alcancem a atmosfera terrestre. As chances, entretanto, ainda existem – e astrônomos afirmam que, se não for identificado a tempo, o impacto não poderá ser evitado.

Como impedir a colisão 
Quando explodiu sobre a Rússia, o meteorito de aproximadamente 18 metros de diâmetro se fragmentou em milhares de pedaços que caíram na superfície do planeta. O rompimento do objeto na atmosfera mostrou que a Terra atua como um eficiente escudo — por causa do atrito com a atmosfera, o corpo celeste se desintegrou e apenas 4.000 quilos de suas 13.000 toneladas atingiram a superfície. O maior pedaço, de 570 quilos, foi encontrado no lago Chebarkul. Apesar de ser um meteorito pequeno, o choque que ocorreu quando entrou na atmosfera, a uma velocidade de 19 quilômetros por segundo, deixou centenas de feridos e grandes danos materiais. Em laboratório, a equipe dirigida pelo pesquisador Jordi Sort, da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), realizou medições das propriedades mecânicas do meteorito que, segundo os cientistas, tem características semelhantes a alguns tipos de asteroides. A análise obteve de maneira rigorosa e sistemática as propriedades dos materiais que formam esse corpo celeste, em particular, a dureza, a elasticidade e a resistência à fratura. Essas informações são determinantes para que o impacto de um projétil consiga desviar a órbita desse objetos. Segundo os resultados, a composição, a estrutura interna, a densidade e outras propriedades físicas são fundamentais para o êxito de uma missão na qual seria lançado um projétil cinético – tipo de projétil que não possui carga explosiva – para desviar a órbita de um asteroide perigoso.

Asteroides, meteoritos e meteoros 

Asteroides são corpos celestes menores que planetas que vagam pelo sistema solar desde sua formação, há 4,6 bilhões de anos. Meteoritos, por sua vez, são pedaços de asteroides que eventualmente atingem a superfície da Terra. Já os meteoros são as rochas que atravessam a superfície da Terra e deixam rastros luminosos no céu, resultado do atrito com o ar – são popularmente reconhecidos como estrelas cadentes. O objeto que explodiu sobre o céu de Chelyabinsk é um meteorito de uma classe conhecida como condrito ordinário. Os pesquisadores o escolheram porque esse tipo de rocha é mais consistente e pode ser considerado representativo dos materiais formativos da maioria dos objetos potencialmente perigosos para a Terra. (Com EFE)
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