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terça-feira, 6 de setembro de 2011

As Domificações na Astrologia - a divisão das casas

A história da DOMIFICAÇÃO começou no ano 140 AC., no Egito, onde surgiu o primeiro sistema eclíptico de divisão, denominado SIGNO CASA. Alguns afirmam que seu autor é o filósofo e astrólogo PETOSIRIS, outros dizem que este foi apenas um dos primeiros a definir e utilizar o Ascendente como um fator astrológico importante.

DOMIFICAR é dividir em casas. A Astrologia de domificação ou horoscópica (do grego "horoskopos" que significa marca da hora) tem pouco mais de 2 milênios e surgiu na Grécia, onde passou a enfocar os destinos individuais, personalizando a visão do Céu. A DOMIFICAÇÃO é importante, porque dá origem às casas, que constituem o fator mais particular ao nascimento e determinam áreas de experiência. São elas que emolduram o Céu, num certo momento, para um local especifico e possibilita a verificação da relação do homem com seu meio. São nelas onde os planetas, coloridos pelos signos, expressam seus significados. A todo momento as casas estão sendo alteradas, porque estão relacionadas com o movimento de rotação da Terra. 

O sistema original consistia em tomar o signo ascendente como referência e fazê-lo corresponder à primeira casa, o signo seguinte à segunda casa e assim sucessivamente para as demais casas. Não havia ainda a indicação de um grau específico para o começo da casa. Este sistema foi desenvolvido posteriormente com a colocação do grau Ascendente do Signo como cúspide da primeira casa, e a cada 30º deste ponto, o início das casas seguintes. Esta modificação recebeu a designação de CASAS IGUAIS e foi divulgada por Ptolomeu no TETRABIBLOS, sem mencionar entretanto a autoria. Embora tenham surgido outros sistemas, a utilização das CASAS IGUAIS permaneceu até a Idade Média, foi retomada no nosso século principalmente na Inglaterra, e até hoje é aplicada. Através dos séculos, muitos outros sistemas foram desenvolvidos, e classificados em ECLÍPTICOS, que tem como base da divisão o caminho aparente do Sol, (Porphyrius, Graduação Natural além do Signo Casa e Casas Iguais); TEMPORAIS, que enfocam o tempo sideral que um dado grau leva para percorrer o semi arco diurno do Ascendente ao Meio do Céu e o semi arco noturno do Ascendente ao Fundo do Céu (Alcabitius, Placidus, Koch, Topocêntrico); e ESPACIAIS, que dividem estes dois semi-arcos em relação ao espaço (Campanus, Regiomontanus, Morinus, Rotação Axial, Zenital, Ponto Leste). Seus autores foram estudiosos ou matemáticos que almejavam suprir falhas encontradas em sistema anteriores.

Parte do problema é projetar uma figura tri-dimensional em uma superfície bi-dimensional. Em nosso século, alguns tentaram criar a figura tri-demiensional, como o inglês Norman Blundson e o francês Dom Néroman, mas nenhuma destas tentativas obteve popularidade. Recordemos que o cálculo das posições das casas é o resultado da interseção da divisão da esfera celeste com o plano da eclíptica, a partir local do nascimento. A grande dificuldade foi localizar o Zodíaco nas cúspides das casas, porque a ascensão de um signo no horizonte ocorre paralela ao equador celeste e devido à obliqüidade da eclíptica, alguns signos ascendem muito mais rápido que outros, por isso chamados de "curta ascensão". Para as latitudes entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio (23º 27' a Norte ou a Sul) esta questão não é um problema tão grave, mas a medida que a latitude vai crescendo, afastando-se portanto da elíptica, as deformações aumentam nos sistemas de quadrantes e as casas tornam-se muito desiguais. Até mesmo na faixa entre os trópicos, embora com uma desigualdade menor, surge muitas vezes a questão da interceptação, quando duas cúspides situam-se em um mesmo signo e no seu oposto, enquanto em outro eixo, dois signos não recebem nenhuma cúspide. Interessante aqui é que em alguns casos, se optarmos por outro sistema, a interceptação pode desaparecer, ou mudar o eixo de signos interceptados. Isto nos leva a uma pergunta: 'Como considerar na interpretação os signos interceptados?'

Dentre os vários sistemas (os de maior aceitação como Placidus, Koch, Topocêntrico, Campanus e Regiomontanus), consideram a correspondência do Ascendente e do Meio do Céu como as cúspides das casas I e X (por este motivo eles são denominados sistemas de quadrantes, respeitam os semi arcos diurno e noturno, entretanto a base utilizada para a subdivisão varia. Mas a questão de relacionar um corpo celeste com a Terra ainda não foi resolvida. Embora alguns sistemas tenham uma pretensão maior que outros, não há acordo com relação ao método mais correto. Uns defendem Campanus, como o matematicamente melhor, outros Placidus como o mais tradicional e difundido, outros o Koch e outros ainda o Topocêntrico. Parte do problema é projetar uma figura tri-dimensional em uma superfície bi-dimensional. Em nosso século, alguns tentaram criar a figura tri-demiensional, como o inglês Norman Blundson e o francês Dom Néroman, mas nenhuma destas tentativas obteve popularidade.

No Círculo Ártico, (Latitude 66º 33' Norte) a metade dos signos não ascende, pois em 0º de Capricórnio, o Ascendente passa bruscamente para 0º do signo de Câncer. Próximo da latitude 80º, o movimento é mais curioso ainda, apenas quatro signos chegam a ascender. Problemas similares ocorrem com o Meio do Céu. Lembramos, que nas latitudes altas, também os planetas podem permanecer circumpolares, sem ascender ou culminar, mantendo-se acima ou abaixo do horizonte durante longos períodos do ano. Os dias e as noites polares e o Sol da meia noite são bastante conhecidos.

A DOMIFICAÇÃO provoca um outro problema. A da interpretação de planetas nas casas, porque a mudança de sistema pode alterar a casa em que o planeta se localiza. Como lidar com esta condição, se a posição do planeta na casa é importante? Este é um dos motivos para a nossa defesa da interpretação de um planeta, situado 5º antes da cúspide de uma casa, ser estudado não só na casa em que ele realmente se encontra, como também na casa seguinte, com cuja cúspide está em conjunção. A partir dos Círculos Polares entretanto, a situação agrava-se tornando-se problemática inclusive a ascensão e a culminação, porque signos inteiros tornam-se circumpolares, ou seja, não ascendem e não culminam, levando a um movimento esquisito do Ascendente.

As diferenças entre os sistemas dificultam a utilização da DOMIFICAÇÃO em latitudes altas e impossibilitam a aplicação de sistemas de quadrantes, nesses casos somente os sistemas Eclípticos (Signo Casa e Casas Iguais ) podem ser aplicados, porque não sofrem deformações. Também podemos fazer uso aqui da Cosmobiologia do alemão Reinhold Ebertin, ou da técnica da Escola de Hamburgo, ambas não utilizam casas em seus "dails".

Uma questão importante em relação aos sistemas de casas é o fato de que determinadas técnicas foram criadas com um sistema especifico, e neste caso para utilizar a técnica é preciso respeitar o sistema indicado. Esta é a questão dos evolutivos: o Fatum utiliza o Regiomontanus, a Proluna o Placidus e o Ponto Idade o Koch. Para a área médica, é quase uma unanimidade a utilização do sistema Koch, indicado para este assunto por Robert Jansky em seu livro "Introdução à Astrologia Médica Holística". O grande mestre inglês Charles Carter, indica a conveniência da utilização simultânea de dois sistemas: o de Casas Iguais e um dos sistemas de quadrantes. Emma Belle Donath no seu livro "Houses : Which and When" afirma que um único sistema não responde a todas as necessidades e sugere que cada um deles seja usado para o exame de circunstâncias particulares e apresenta suas sugestões.

Casas Iguais - Herança dos membros da família, traços genéticos, relações próximas. Campanus - Condições mundiais imediatas e como elas afetam a sociedade. Placidus - Objetivos de vida, compreensão psicológica, respostas a questões horárias e eletivas e tempos de eventos. Koch - Objetivos passados, presentes e futuros, reações esperadas para eventos e condições. Topocêntrico - Eventos mundiais, dispositivos de tempo.

A questão da DOMIFICAÇÃO não tem solução fácil. Normalmente utilizamos apenas um dos sistemas, mas sempre resta a dúvida de se o escolhido é o melhor. Porque este e não outro? Quais as justificativas para esta escolha? Elas são astrológicas, astronômicas ou foi a confiança em quem defende o sistema que ocasionou a nossa escolha? Gustave L. Brahy fez estas perguntas em 1938, no "Les Problémes des Maisons Astrologíques", mas elas continuam atuais. Considerando a importância da DOMIFICAÇÃO, é fundamental conhecer e entender as diferenças entre os vários sistemas, observá-los e estudá-los na prática. A movimentação de trânsitos dos luminares e planetas rápidos através das cúspides é um método simples para testar os sistemas mais difundidos.

Fonte de pesquisa: Celisa Beranger é astróloga.

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