Através de uma nova técnica de raios X, astrônomos conseguiram medir a velocidade de rotação de cinco buracos negros supermassivos a uma distância de 8,8 bilhões a 10,9 bilhões de anos-luz da Terra.
Para que o mais novo método fosse posto em prática, os cientistas combinaram observações em comprimentos de onda de raios X do telescópio Chandra da NASA com um efeito cósmico chamado "lente gravitacional".
De acordo com o estudo, publicado na revista científica Astrophysical Journal, os pesquisadores estudaram seis quasares, cada um dos quais consiste em um buraco negro supermassivo que consome rapidamente a matéria de um disco de acreção de gás e poeira aquecida.
Além disso, os cientistas também detectaram que a matéria em um desses vórtices cósmicos está girando em torno de seu buraco negro em mais de 70% da velocidade da luz.
Esses raios X são gerados quando o disco de acreção de rotação rápida cria uma coroa de alta temperatura ao redor do buraco negro.
© FOTO : NASA/CXC/UNIVERSIDADE DE OKLAHOMA/X. DAI ET AL.
Radiografia dos quaseres de Cruz de Einstein e de HE0435 em uma galáxia distante
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Dessa forma, essa radiação eletromagnética reflete a borda interna do disco de acreção e é distorcida pelas forças gravitacionais do buraco negro.
Velocidade máxima
Por outro lado, uma região menor de emissão de raios X implica uma órbita muito fechada, o que pode significar que o buraco negro deve estar girando muito rapidamente.
Com a ajuda do estudo, os astrônomos calcularam que um dos buracos negros, no quasar chamado "Cruz de Einstein", gira à velocidade máxima possível, ou próxima à máxima.
Isso corresponde ao horizonte de evento, o ponto sem retorno do buraco negro, que gira à velocidade da luz, que é aproximadamente a 1.078 milhão de km/h.
Em média, os outros quatro buracos negros estudados giram a cerca de 50% desta taxa máxima, enquanto que a sexta volta do quasar não foi possível ser medida.
Vida sustentada por buracos negros
Como sabemos, os buracos negros são destruidores em uma escala cósmica, entretanto, eles também podem abrigar vida.
De acordo com novas pesquisas, a radiação emitida por eles pode gerar blocos de construção biomolecular, além de fotossíntese de potência, resultando em diversos outros mundos orbitando pela Via Láctea, que poderiam abrigar vida, afirmam os especialistas.
Cientistas criaram modelos computadorizados com o objetivo de observar os discos de gás e poeira chamados de núcleos ativos de galáxia, que giram em torno dos buracos negros supermassivos.
Esses núcleos se formam conforme a gravidade de um buraco negro suga a matéria e conforme essa matéria gira em torno de um buraco negro, liberando uma grande quantidade de luz e radiação. Segundo pesquisadores, assa radiação poderia ser o motivo de não vermos nenhuma vida extraterrestre complexa em direção ao centro da Via Láctea.