A história da Astrologia Védica é tão antiga quanto a história da humanidade. Antes mesmo do desenvolvimento da agricultura, da língua escrita e da construção de cidades, já se percebia e se ponderava sobre os inúmeros corpos luminosos aparentes no céu à noite.
Se perguntava também sobre o significado e a razão deles, e mais ainda, tentava relacionar os movimentos de tais corpos com sua vida diária. Monumentos megalíticos pré-históricos e observatórios de pedra, como Stonehenge na Inglaterra e Carnac em Brittany (França), constituem provas contundentes de que já no mundo antigo o homem detinha um conhecimento razoável e preciso dos céus.
Na Índia, as raízes da Astrologia Védica datam da pré-história anterior aos registros escritos.
Os Puranas (parte dos Vedas que relata as histórias da antiguidade), contam sobre as origens supra-humanas da Astrologia Védica, ao dizer que a mesma originou-se entre os deuses. Brahma, o criador cósmico, foi o primeiro propagador da Astrologia Védica, tendo ensinado, via transmissão oral, a “ciência dos corpos luminosos” (Jyotish) a Surya, o deus do Sol. A partir de Surya, o conhecimento Jyotish passou por uma sucessão de mestres divinos, geração após geração até chegar a Bhrgu Muni, o primeiro ser humano a aprender a Astrologia Védica, que fez dela um patrimônio da humanidade.
Bhrgu Muni foi um sábio, erudito e vidente notável.
Sua capacidade psíquica e seus conhecimentos astrológicos eram tão elevados que ele chegou a calcular o horóscopo de toda a humanidade. Suas previsões foram preservadas em forma de escritura, chamada Bhrgu Samhita, que, segundo alguns pesquisadores, está até hoje nas mãos dos descendentes de Bhrgu Muni.
A civilização desenvolvida no noroeste da Índia, cujo apogeu em termos de sofisticação de cultura e religião deu-se entre 3.000 a.C. e 1.500 a.C., era formada por pequenas cidades-estado governadas por uma monarquia religiosa. Conforme puderam constatar alguns arqueólogos, os sábios desta civilização foram responsáveis por desenvolver muitos elementos do chamado hinduísmo atual - especialmente o Tantra e o Yoga. Pode-se, portanto, concluir que eles também estudaram as estrelas e os planetas e desenvolveram um sofisticado sistema de Astrologia e Astronomia.
Mas a partir do final dos tempos védicos (600 a.C.)
até o início da era cristã, a astrologia passou a ser condenada, e os astrólogos, que faziam horóscopos e prediziam o futuro, passaram a ser considerados membros de classes sociais inferiores.
Após este período de ostracismo imposto à prática da Astrologia Védica, nasceu no século VI da era cristã aquele que viria a ser o responsável por sistematizar e resumir todo o conhecimento disponível de astronomia, astrologia e adivinhação: Varahamihira. Incentivado por seu pai, Varahamihira tornou-se um preeminente astrólogo, astrônomo, matemático e poeta.
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