Ilha De Thades
11:00h
Entre
a América e a África, no Atlântico Sul, cobrindo 11.940.000 km²,
localiza-se a mais famosa das Grandes Ilhas Sagradas construídas por
Thades na Terra. Chamada pelos humanos de Nova Atlântida, a Ilha De
Thades é o Pólo Místico Central do Joadhret Keauriothen graças a
Harizaellaa Harok, a qual elevou conjuntamente toda a Terra ao respeito
que merece diante de todos os Evoluídos da Criação. Atualmente governada
pela filha única da Senhora Do Raio com Thades, Urizallaa, possui Os
Dois Maiores Templos Terrestres e do Joadhret: o da Darzh Anreteniud, ao
norte da ilha, 5.712.000 km² e 401.800.000 moradoras; e o da Lophst
Anreteniud, ao sul da ilha, 3.268.000 km² e 260.200.000 moradoras. Entre
os dois Templos, que elevam-se até 7000 km além da atmosfera terrestre,
torres maciças do Metal Místico Keauriotheniano denominado Draherhew
equilibradas pela Pulsação Vital Da Natureza Terrestre, uma bela
floresta onde vivem várias espécies animais terrestres e
keauriothenianas, dóceis e amáveis com todos, coroa a Ilha com vigorosa
energia existencial. Desde as 06:00h Beria, Kartheniara, Thadus,
Urizallaa, Tharabalza, Arjuna, Selene, Unghiar e Belah estão reunidos no
Salão Mestre Deauma Harok do Templo da Lophst Anreteniud (987º andar
deste) discutindo os últimos detalhes dos preparativos para a guerra
após receberem as informações de Sirap. São discutidos detalhes básicos
de estratégia defensivas do Continente Americano com clareza rigorosa e
calma, uma calma que contrasta com o nervosismo das residentes da Ilha.
99%
das Verfdaxs, Verfdaxs Pdehuuyfs e Oryshasdars da Ilha Do Raio jamais
estiveram em uma guerra. Temerosas, sabem que seus Treinamentos
Místicos-Militares-Marciais foram simulações de situações que não
ocorrerão da mesma forma durante batalhas mortais. Apenas Urizallaa e
Tharabalza, Grandes; Beria e 1100 Verfdaxs Pdehuuyfs, Waylekrishteeans,
participaram de guerras pelo Império Keauriotheniano. Mesmo as várias
reuniões com essas 1103 experientes combatentes acostumadas com a
ferocidade de uma guerra não aliviaram as tensões daquelas. Muito
preocupadas com seus Vohuyts, mais do que consigo mesmas, encontram-se
todas em polvorosa, falantes nervosamente, por todos os recantos da
Ilha. Estão nervosas e temerosas, mas revestidas com armaduras, prontas
para qualquer ataque que possa ocorrer em seu lar, o qual, mesmo sendo
Solo Sagrado, pode ser atacado, como ocorreu com as Ilhas De Thidan e
Thaiden. Calmas estão sete inseparáveis amigas que, saindo do confuso
alvoroço dos arredores do Templo da Lophst Anreteniud, caminham até o da
Darzh Anreteniud. As sete inseparáveis amigas não querem unir-se ao
alvoroço e silenciosas, para não serem percebidas, atravessam a floresta
ouvindo o falatório histérico de suas companheiras. Anastasia põe em
seus braços um pequeno filhote de tigre branco assustado com o festival
de histeria coletiva que assiste, sob a aprovação da mãe do mesmo, que
deixa Kaisha, saltando do colo de sua mãe Marine, montar nela. Zippora,
enquanto caminha ouvindo toda a inútil situação de desespero, já que
todas estão preparadas para guerrear sem nenhuma possibilidade de
passarem qualquer tipo de vergonha por falta de habilidades (falta que
nelas inexiste), quase tem vontade de bater em algumas para fazê-las
calar-se; June, percebendo tal intenção dela, acalma-a tocando em um
assunto acerca de detalhes sobre algumas lutas que assistiram juntas no
Brasil. Zarana e Tâmis com dificuldade seguram seus risos, olhando para
os rostos assustados de algumas de suas companheiras; achando-as
ridículas sem nenhum motivo para o serem, seguem o trajeto até o outro
Templo com o riso preso em suas gargantas a fim de não arrumarem brigas.
A
239 m. da entrada do Templo, Anastasia cumprimenta as suas primas
Keline, Igraine, Divine, Harya, Yba, Zile, Zanyuska, Karyuske, Ielena,
Bereny, Neel, Asymyn, Yessika, Miri, Haze, Jast, Ohana, Reile, Anse,
Alerise, Benezya, Ryssa, Lary, Ayla, Lasy, Kathya, Kathala, Kaline,
Nekra, Kammy, Myaelle, Akyda, Fman, Ladya, Asyan, Karsa, Naiga, Gêmis,
Yêmeis, Kêmis, Dêmis, Anya e Hinra Kronham-Rominsky. Com paciência, a
carismática Anastasia ouve por vinte minutos os temores de suas primas,
acariciando com grande carinho o filhote de tigre branco, que ela nomeou
de Angelus, enquanto suas amigas, também pacientes, aguardam-na.
Dizendo-lhes para serem ferrenhas guerreiras e incentivando-as com
palavras doces e carinhosas, sempre de uma maneira um tanto altiva,
Anastasia aos poucos livra-se do encontro e prossegue caminhando em
direção ao Templo. A 55 m. da entrada deste, ela encontra todas as suas
inimigas reunidas em um grupo tenso, o qual pára de conversar ao
avistá-la. A calma e fria Ariadne, ao lado da melancólica e rancorosa
Rachelle, primas, põem-se à frente das demais, todas primas delas:
Shênya, Baleara e Karana Rinji-Narinsky Jokat Nersky Samlah; Adna,
Elasa, Jsadel, Amsi, Mispah, Nolemi, Mahan, Orpha e Rueth
Rinji-Narinsky; Aharnasta, Inalgrid, Régia, Igraneth, Debtorah, Rosania,
Jerusta, Karline, Kaalrine, Jeauliania, Ohpra, Tarina, Maaka, Nebat,
Rosante, Bauata, Bauasa, Athalia, Karin e Shelbarath Jokat Nersky
Samlah. Anastasia e Ariadne encaram-se; esta nem se importa com a
presença de Zippora e Marine, as quais juntas podem quebrar todos os
ossos das 34 inimigas também delas que atrapalham sua trajetória até o
Templo da Darzh Anreteniud. As primas de Anastasia, percebendo o
encontro perigoso metros á frente delas, correm para juntarem-se à ela e
suas amigas. Mantendo seu olhar frio no olhar frio de Ariadne,
Anastasia continua acariciando o filhote em seus braços; Ariadne percebe
a linda criatura nos braços de sua inimiga, criatura que há três horas
atrás pôs no colo e junto com a mãe dele brincou por meia hora na
floresta. O filhote pula dos braços de Anastasia para os de Ariadne,
quebrando-lhe a intenção de atacar sua inimiga; Marine retira Kaisha,
sob protestos desta, do dorso da tigresa, que deita-se aos pés de
Ariadne.
Esta,
com o seu pequeno amigo ao colo, olha para suas primas, as quais abrem
um corredor para a passagem das sete que se dirigem ao Templo. Mantendo o
olhar frio dirigido ao olhar frio de Ariadne, Anastasia caminha entre
as suas inimigas seguida por suas seis acompanhantes. Entrando no
Templo, elas sobem uma escadaria em direção ao 29º andar, o destino
final da caminhada delas. Zippora, ainda subindo a parte térrea da
escadaria secundária templária, vocifera irritada:
— Eu
já estou cansada demais, Anastasia, dessa sua indecisão sobre o que
você deve fazer com essa porra dessa Ariadne e a porra da mãe dela! Eu
arrebentaria as caras idiotas dessas duas imbecis e das priminhas delas
logo de uma vez, mas arrebentaria com o intuito de desfigurá-las! Eu
arrebentaria as caras dessas russas todinhas que a discriminam apenas
porque você é filha de dois dos exterminadores dos Vohuyts delas! Pelos
exemplos de “boas meninas tolerantes” que elas dão aqui na Ilha De
Thades, bem que os Vohuyts delas mereceram o fim que tiveram! Deviam
todos eles juntos serem um monte de merda preconceituosa como elas!
— Os
Vohuyts dessas minhas compatriotas eram dotados de muitos seres
tolerantes de verdade, diferentes dessas sujeitinhas que querem que eu,
minhas primas e as russas pertencentes aos Vohuyts inimigos do Grupo De
Beria sejam expulsas da Ilha De Thades. Uma minoria dos Rinji-Narinsky,
Jokat Nersky Samlah e Rinji-Narinsky Jokat Nersky Samlah, com as índoles
idênticas às dessas preconceituosas, foi a responsável pelo
desaparecimento quase total deles aqui na Terra e no Joadhret. Não quero
“arrebentar” nenhuma delas, Zippora, mesmo que por vezes, excetuando
hoje, quando me provocam frontalmente para tirarem-me a razão, eu tenha a
vontade de perfurar com os meus pés as bucetas ruivas e louras, talvez
até com pêlos negros e castanhos, de cada uma delas...
Elas
tem um momento de descontração com a bem-humorada observação anatômica
de Anastasia, gargalhando com tempestuosa força, demasiadamente alto.
Kaisha, de apenas seis anos, gargalha com elas, mas fica curiosa com um
detalhe, o qual emite a Marine:
— Mãe, o que é buceta?
— É
a nossa vagina, Kaisha, por onde nós fazemos a necessidade fisiológica
do urinar e por onde recebemos o pênis de um homem quando com ele
sexualmente nos relacionamos.
— Ah, então é a mesma coisa que a Verfdax Kartheniara me ensinou!
— Bem,
Kaisha, isso depende da conotação na qual a palavra “buceta” é
empregada. Se queremos chamar uma mulher de “vadia toda aberta para todo
pau que fica duro”, dizemos “buceta” quando nos referimos a esse
comportamento sexual dela. Se queremos cientificamente nos referirmos ao
local mais sagrado do corpo de uma mulher, com respeito e até
veneração, porque através dele nós damos à Criação outras mulheres e os
homens, chamamos de “vagina” ao dito local.
— Tudo depende da conotação... Então, Anastasia, qual é a conotação da sua vontade de perfurar as bucetas delas com os seus pés?
— A vagina, Kaisha...
— Buceta, Anastasia!
— Tá
bom, Kaisha! A buceta é a parte mais delicada de uma mulher fisicamente
falando. Seja a mulher de qualquer Raça Moldada Da Criação, a sua
buceta vai ser sempre a parte mais frágil do seu corpo, fácil de ser
ferida com vigor e ferocidade. Tanto que nos Torneios De Lophst
Anreteniud, nas lutas entre mulheres, os golpes nas bucetas são
proibidos.
— Então, você ia usar um golpe proibido nelas?
— Não,
Kaisha, não! — Gargalha com mais vontade do que antes diante da
curiosidade em aprender da inteligentíssima neta de Cush. — Eu e aquelas
sujeitinhas iríamos brigar e em uma briga, como em uma guerra, todo
tipo de golpe é aceito.
— Se todo golpe é aceito em uma guerra, igual à que nós vamos travar, então, toda guerra deve ser aceita, June?
— Deve,
pois nós somos mulheres moldadas para sermos amantes de toda guerra na
qual podemos dar-nos o moldar de nossos sucessos ou fracassos. Somos
Oryshasdars, Kaisha, nascidas para darmos ao nosso Ser Guerreiro as
máximas lições que as batalhas nos podem dar ao nível das nossas formas
de vermos o que somos guerreando. Há homens como nós pela Criação, mas
na Raça Keauriotheniana as mulheres foram agraciadas pela Darzh
Anreteniud com o poder de serem melhores na Arte Da Guerra do que eles.
— Mas,
June, nós que somos mulheres guerreiras devemos aceitar isso como nosso
Destino Eterno que devemos sempre cumprir retamente? E devemos também,
me lembrei de uma palavra da Anastasia dita há pouco, aceitarmos o
preconceito como o das bucetas russas contra a vagina russa da
Anastasia? Por que há a guerra e o nosso dever para com ela? Por que há o
preconceito e o nosso dever para aceitá-lo?
— A
Guerra Moldada É Tudo O Que Nos Garante Viver Como Molde De Nossos
Próprios Vitoriosos Atos Guerreiros, Kaisha, conclui isto Lendo O Livro
Do Meu Eu Verdadeiro. Na Guerra, em todas as Guerras, Veja O Sentido da
Palavra Verdadeira Guerra, Kaisha, além dos meus lábios, fora dos meus
lábios, Além E Fora Da Sua Mente; na Guerra, Kaisha, encontramos a Paz
Do Nosso Eu. O preconceito é uma guerra que foi vencida coletivamente,
principalmente neste planeta que um dia foi reduto de milhares de
preconceitos. A nossa cor de pele nos humanos, Kaisha, era discriminada
muito antes da Colonização Keauriotheniana, a “inteligência” dos que se
achavam racialmente puros fazia-os acreditar que os negros e os mestiços
eram existencialmente inferiores. O homossexualismo era também muito
criticado, visto como anormalidade, como aberração de homens e mulheres
considerados como lixo da sociedade duramente. Esses dois tipos de
preconceito eram altos, mas eles, como todos os outros, através da
Iluminação Existencial que Thades iniciou na Humanidade, foram
ultrapassados. Mas, Rudolf Myers desenvolveu a Ideologia Mais Humana e o
preconceito contra os Keauriothenianos e Keriaunotheds provocou sete
Levantes Do Aço, sendo findado apenas quando finalmente os humanos que
nos discriminavam compreenderam que fomos seus guardiães e somos seus
irmãos. Coletivamente acabou-se a Guerra Dos Preconceitos, mas
individualmente esta desgraça continua neste planeta, como bem o sabemos
nós. E contra o Preconceito, Kaisha, de gente como as nossas
companheiras “bucetas russas”, devemos ser guerreiras furiosas,
incansáveis.
— Tal
Guerra, June, apenas os golpes de nossos corpos poderiam resolver. — A
tempestuosa opinião da explosiva Zippora. — Eu e Selene já tivemos
muitas desavenças por causa do que ela vem fazendo com Anastasia e as
nossas outras amigas russas. Garanto que se aqui estivesse uma Gnaix ela
se reuniria com a filhinha e as priminhas para linchá-la. Essa é a
realidade do que é o preconceito de “Mentes Evoluídas” como a da Selene;
nós somos muito amigas, mas não concordamos sobre o que devemos fazer
para acabar com essa babaquice dela! Nossa Verfdax Kartheniara parece
que não quer que a sua queridinha fique manchada como preconceituosa e
mantém aqui na Ilha De Thades esse problema encarcerado! Beria sabe
disso e concorda com Selene! Nós, Anastasia, que gostamos de vocês e das
que sofrem com esse preconceito, devemos, outra vez o dever, devemos
ficar inertes como um bando de babacas vendo um bando de escrotas
imporem uma discriminação fodida como a que estão impondo? Você quer
continuar sempre com os braços cruzados diante de tudo o que Selene e
suas seguidoras estão fazendo?
— Elas
tornam quase impossível a minha existência e a de minhas primas e
amigas russas aqui. Já me provocaram muito com piadinhas, espalharam
livrinhos me ridicularizando, quebraram de propósito muitas vezes em
treinos leves todas as partes possíveis de serem quebradas do meu corpo e
o de todas que perseguem… Já humilharam muitas com palavras que fariam
até você, Zarana, a mais calma de todas nós, perder a compostura…
Algumas de minhas primas foram espancadas fora daqui por elas, que
sempre negaram tudo à nossa Verfdax… Todas as vezes que ocorreu isso,
desde que com cinco anos nós viemos para cá, eu jamais ergui-me
violentamente contra elas porque nossa Verfdax deu-me a missão de tudo
poder suportar para ser uma melhor Oryshasdar do que todas essas
cretinas. Por isso, Zippora, eu nunca briguei com qualquer uma delas e
suportei calada cada humilhação, cada perseguição, sem reclamar, sem
chorar, feliz pela missão dada a mim por nossa Verfdax. Eu tentei
controlar as demais que passavam pelo mesmo, mas fui nisto imperfeita e
todas elas se engalfiaram com nossas inimigas pela Ilha De Thades, o que
somente elevou a nossa rivalidade e inimizade. Culpam-nos por sermos
dos Vohuyts “malignos” que exterminaram inúmeros dos Vohuyts delas; e
agem como malignas muito imperfeitas por tentarem nos fazer abaixar as
cabeças e sairmos da Ilha. Não, Zippora, eu nunca estive com os meus
braços cruzados; eu ajo com mais sutileza do que Selene e sempre venço.
Selene é vencível, veja o que Anirak Gnaix fez com ela e conosco, já que
a nossa “genial” General De Guerra Suprema Terrestre diminuiu quase
toda a defesa da América. Eu venço, como Anirak, Selene, Zippora; e,
como Anirak, não vou jamais decapitá-la porque gosto de vê-la
diariamente vencida, derrotada, esgotada, mesmo fazendo piadinhas para
dizer-se feliz.
— A
sua positividade diante do ódio que Selene e as asseclas dela dirigem a
tudo que lembra você me é admirável, Anastasia; eu faria o mesmo, com a
mesma serenidade e racionalidade. — Tâmis revela, com um brilho sincero
no rosto. — Tenho uma pequena observação a fazer com relação a tal
assunto e não sei se alguma de vocês concordará comigo. A melhor de
todas elas, a que eu penso ser diferente, é a Rachelle; não que eu seja
amiga desta, mas nós conversamos algumas vezes enquanto estudávamos as
Ciências Tecnomísticas De Thades e notei que ela é um pouco contra a
atitude das outras.
— São todas iguais, Tâmis, e aquela carinha de menininha sofrida da Rachelle não me ilude. — Zippora, sempre diretamente sincera.
— Rachelle apenas segue Selene porque esta a obriga, ela insiste em dizer-me isto sempre que conversamos.
— Você é amiguinha dela, Tâmis?
— Não
sou amiguinha dela, Zippora. Ophir e Lasha Rinji-Narinsky foram dois
miseráveis covardes cruéis que divertiam-se matando pelo mundo os seus
desafetos em brigas e sempre escapavam do Julgamento Imperial De Thades
por utilizarem como argumento de defesa a obrigatoriedade de matar
quando sentir-se ameaçado presente em nossas Leis Imperiais. A minha
tia, Kaja, foi assassinada por eles em 12 de abril de 3056 em Roma,
junto com doze Oryshasdars Grilock, todos amigos de minha mãe. Se eu
fosse como Selene, eu veria em Rachelle uma inimiga; porém, ela não é
como Ophir e Lasha, não é uma assassina divertindo-se pelo mundo a
matar. Rachelle não a odeia, Anastasia, e nem a nenhuma outra que Selene
diz serem “o lixo maior da Rússia”; e não sente dor pelo fato dos pais
terem sido decapitados por Anirak na Batalha Da Tomada De Moscou, porque
sabe que eles mereceram aquele fim guerreiro.
— Tâmis,
acho que na frente de Anisal não devemos falar desse assunto de Guerra
Eterna entre Vohuyts, para ela isto é excessivamente doloroso. — A
tímida Zarana, tendo alguma dificuldade em subir a escadaria por causa
de sua estatura, pede.— Ophir e Lasha assassinaram os pais dela por
causa dessa estupidez eterna, a qual Selene radicalmente continua a
alimentar com um prazer que não é digno da Darzh Anreteniud. As próprias
integrantes dos Vohuyts inimigos dos dela e de Rachelle não são tão
propensas a atuarem como ela, reagindo apenas à medida do aumento da
perseguição promulgada pela herança de ódio entre esses Vohuyts.
Anastasia
fica a ouvir calada o que suas amigas conversam sobre A Maior Das
Inimizades Eternas Entre Vohuyts Do Joadhret Keauriothen. Ouve-as e ao
mesmo tempo reflete consigo sobre o que não tem coragem de dizer-lhes. “Se
tudo fosse apenas a questão de uma Inimizade Eterna, a solução rápida e
fácil seria continuar a alimentá-la, como Zarana observou. Uma solução
que eu poderia ter tomado há muito, mas por causa da minha diferente
maneira de ser, diferente maneira de agir, resolvi não continuar com o
ciclo de ódio que sobrevive no Joadhret Keauriothen há inumeráveis Eras
Universais. Minhas amigas sabem que eu não sou como os meus pais e
nenhuma das russas amigas nossas aqui são como os pais delas; contudo,
não Sabem que em meu caso há algo que me obriga a herdar a Inimizade
Eterna contra os Rinji, Rinji-Narinsky, Jokat Nersky Samlah e os outros
Vohuyts que os seguem. Fui gerada pela minha avó e o filho único dela
para ser A Maior Dos Kronham-Rominsky, uma Produção Bioespiritual
determinada pelas Leis Automanifestas Do Sangue Eterno De Thades. A
Marca De Thades em mim está marcada por essas Leis, que por todos os
dias me obriga a lutar contra os fatores que ligam-me à Ilha De Thades.
Meus pais enviaram-me para ser treinada aqui por causa de Harizaellaa
Harok, que foi a Verfdax de minha mãe e batizou o meu pai no Centro
Maior deste Templo. Eles querem que eu decida entre apoiá-los ou
ser-lhes inimiga… Não sou como eles… Não posso ser inimiga deles… Não
quero dar a Selene a vitória diante da minha entrega ao Ódio Eterno que
eu condeno! Não quero ser inimiga dos meus pais… Não quero ser inimiga
destas companheiras que eu amo como minhas irmãs… Não quero ser inimiga
da Verfdax Kartheniara, uma mãe que me ama mais do que Betharyna-Shallah
Kronham-Rominsky… Não quero ser inimiga de Betharyna-Shallah… Não quero
ser Anastasia Kronham-Rominsky… Não quero ser uma realização apenas de
um plano de grandiosidade de um Vohuyt… Não quero ser a Realização Maior
Dos Kronham-Rominsky! Não quero ser! Não quero me submeter a isso! Não
quero! Não quero…”
— ...penso
que matar em batalha é igual a lutar em um Torneio. — Marine está com
Kaisha em seu colo. — Conforme os Princípios Do Wa Kajer Wan-Sareyt
desenvolvidos pelo Espadachim Maior Keauriotheniano Wyor Borack, “A
Espada Guiada Em Uma Celebração Da Celebrada Arte Da Espada É A Mesma
Espada Guiada Em Uma Celebração Do Celebrar A Glória Da Vida Eterna Em
Todo Guerrear. Guerreamos Em Tudo No Existir Dos Firmamentos E Esferas
De Guerras Rodeiam O Ar Da Eterna Toda Guerra Dos Guerreiros Da Criação,
Os Quais São Todos Os Seres. Cair Em Um Torneio É Vencer Uma Guerra;
Cair Em Uma Guerra É Vencer Toda Guerra Inscrita Nos Firmamentos E Nas
Esferas”.
— Texto 1090 do Trigésimo Terceiro Pergaminho Das Tradições Esgrimistas Do Vohuyt Borack. — Tâmis localiza a citação de sua amiga.
— E
há, em todos os Vohuyts Keauriothenianos, uma Tradição nascida daquelas
Tradições Do Primeiro Dos Borack, os quais são Os Maiores Espadachins
Keauriothenianos. O Milésimo Ducentésimo Trigésimo Segundo Filho
Keauriotheniano De Thornadoriusis Shodolon, O Iniciador Do Amor À Espada
na Raça Keauriotheniana, contribuiu em tudo o que também constitui os
Estilos Da Darzh Anreteniud desenvolvidos. A Filosofia Da Guerra tem a
sua origem em nossa Raça e não é, como os humanos acreditaram quando nos
primeiros anos da Colonização Terrestre Keauriotheniana, uma
exacerbação do barbarismo existencial, próprio de Raças Moldadas isentas
de desenvolvimento em relação aos seus Conhecimentos Existencialistas.
Guerrear É Uma Filosofia Porque Explica Por Si Mesmo O Que É O Motivo
Único Do Esquema Moldado; este Motivo Único, como nossa Verfdax
Kartheniara escreveu no Primeiro Novo Livro Do Raio, é “O Motivo
Equivalente Ao Venerar De Toda Vontade Que Se Propõe A Evoluir Como
Motivo Para Equivaler-Se Como Vontade Que Prioriza O Não-Guerrear Por
Guerrear E Guerreia Porque O Motivo Do Não-Guerrear É Guerrear”. Todo
Princípio Filosófico Da Guerra vem a constituir uma explicação das
guerras travadas na História Da Criação. Somos treinadas para O Único
Motivo e em questões como termos receios de matarmos devemos apenas
pensar em tudo que estudamos, no quanto treinamos, no quanto sabemos da
Celebração Da Existência Eterna Que É O Guerrear.
— Mãe, eu posso matar todos os meus inimigos por causa dessa Celebração?
— A
Celebração é permitida pelos Automanifestados, Kaisha, pois O Que Seria
Da Evolução De Tudo Na Matéria E Na Imaterialidade Sem Todo O Guerrear
Do Guerrear?
— Mas, mãe, a Paz Do Evoluir, uma determinação necessária a todo Guerrear, não daria o mesmo resultado à Celebração?
— Paz E Guerra São O Guerrear, Kaisha.
— Paz E Guerra juntas, mãe?
— A
Paz é um estar pacificamente ciente do seu dever em agir no Guerrear,
em ser, de toda forma, de toda maneira, um Filho De Toda Guerra; A
Guerra é um ficar absorto belicamente no dever todo de saber que a
dedicação latente do Filho Da Guerra é para com todo Ato Da Paz Que
Internamente Fundamenta O Guerrear. A Paz nós temos sendo Oryshasdars; A
Guerra Nós Somos Sendo Filhas Da Guerra Na Paz De Nossos Deveres
Existenciais Para Todo O Nosso Dever De Guerrear.
— Se
pelo motivo da Guerra nós vamos matar, eu não gostaria de fazer isso
com alguns dos nossos inimigos pelos quais tenho grande respeito. —
Zippora exibe na voz um raro momento de sensibilidade. — Nas arenas eu
respeito muito os meus adversários, mas bato com a vontade de vencer
esse respeito e derrotá-los. Lutei aqui na Terra e pelo Joadhret
Keauriothen com homens e mulheres que, em sua maioria, são respeitáveis.
Por eles eu não tive o instinto que derruba o Espírito Do Oryshasdar
Anreteniud, o instinto de matá-los em luta. Gosto de ser rival de Tênisa
Ekin e não inimiga que será obrigada a matá-la em combate; ela não
gosta de mim, me odeia por eu tê-la retirado do posto de grande campeã
ininterrupta de Torneios pelas Colônias Keauriothenianas, mas Sei que
não deseja matar-me. Por Thades, eu não sou uma sentimental, mas
abala-me ter que ser obrigada a matar muitos daqueles que conheci pelas
arenas terrestres, alguns que até são meus amigos.
— E
todas aquelas bestas idiotas que vimos desesperadas enquanto
caminhávamos até aqui não sabem o que será pior para elas se continuarem
se comportando como as fracas que não são.— Tâmis, tratando com um
pouco de desprezo aquelas que observou, tentando segurar o riso.
— Elas
não são bestas idiotas, Tâmis; elas são apenas mulheres e meninas
assustadas quanto ao fato de terem de retirar vidas enquanto que aqui
foram ensinadas a respeitarem toda vida antes de tudo. — June, com
serena sapiência sóbria.
— June,
nós somos mulheres como elas e não estamos assustadas com o que iremos
fazer. Respeitamos toda vida, mas sabemos que nossos inimigos não
respeitam vida nenhuma. A História Terrestre conta com muitos exemplos
de homens e mulheres que não respeitavam a vida, sendo mortos, em
guerra, pelos respeitadores da vida. Sei que isto é uma filosofia
medíocre comparada a todas as tradições filosóficas que nasceram neste
planeta, mas aqui, como em todos, até em Keauriothen, a Cadeia Evolutiva
Do Esquema Moldado por Nossa Mãe Automanifestada concebeu-a para que O
Equilíbrio Da Balança Seja Firme Equilíbrio De Lanças Exatas Em Seu
Seguir A Direção De Seu Surgir.
— June
está certa, Tâmis, porque sabemos que aqui não há bestas idiotas, em
nenhum Templo voltado para os Ensinamentos Das Darzhs e da Lophst
Anreteniud da Criação há bestas idiotas.— Anastasia avista o último
lance de escadas em direção ao 29º andar. — Estamos chegando...
Glenddha, Saal, Jalasal e Kiasal devem ser lindas como as mães delas.
— Principalmente as três últimas devem ter herdado algo do lindo do pai delas... — Tâmis, sorrindo maliciosamente.
— Borus ama demais Anisal, Tâmis! Está querendo-o como homem?
— Eu iria querê-lo como a uma mulher, Anastasia?
— Bem,
esse belo alto negócio de querer mulheres é comigo, Tâmis. — Zippora
sorri, o que não ocorre com facilidade. — Mas, até que com o Borus eu
poderia abrir uma exceção...
— Tâmis,
Zippora, calma aí com as bucetas quentes! — Marine, gargalhando e
fazendo todas gargalharem. — Ele está lá e não quero ver nenhuma das
duas com gracinhas com ele! Se fizerem alguma, eu, como uma tia
corrigindo sobrinhas taradas, meto-lhes nas bundas muitas boas porradas!
A
descontração é total, mais estonteante agora do que quando começaram a
subir a escadaria. Anastasia referiu-se a quatro novas integrantes de
Sehnidon no Plano Físico, nascidas à meia-noite deste dia 31 de dezembro
de 3088. Glenddha é filha de Iniringa com Thadus; Saal, Jalasal e
Kiasal, de Anisal e Borus. As duas estão com as filhas no Salão Dos
Partos Místicos Keauriothenianos, Asyugerweaur, de 788 m² de extensão,
sendo as únicas mulheres na Terra, neste dia, a darem à luz. Vinte
discípulas de Tharabalza, lideradas por esta, auxiliaram-na nos Partos
Místicos, nos quais a Darzh Anreteniud é evocada para envolver os corpos
das mães e a Zuladht Anreteniud para envolver os das crianças. Somente
praticado pelas Verfdaxs Pdehuutfs, o Ytereb Rthudan, como também é
conhecido, é um Ritual Místico complexo, exigindo da Servidora De
Canalização Bioenergética, que foi Tharabalza, todos os seus Recursos
Espirituais De Ydrasgkutha; e das Auxiliares De Manipulação
Bioespiritual, todas Ydrasgkuthas, Recursos acima de suas Condições
Evolutivas. Iniringa e Anisal escolheram esse Ritual porque são
tradicionalistas com relação à Civilização Keauriotheniana e queriam que
suas filhas nascessem como elas nasceram. Os Partos duraram nove dias e
as meninas, logo que nasceram, foram batizadas por Tharabalza no Centro
Maior Templário, no térreo deste em contato com o espaço, com as Forças
Cósmicas Do Espírito Planetário Terrestre alimentadas pelo Espírito
Automanifesto Do Kosmos. Envoltas em mantos dourados de Rehgr, um tecido
místico keauriotheniano, estão dormindo deitadas com as mães, as quais
também estão adormecidas desde a realização dos partos.
Thadus
esteve em Asyugerweaur quando chegou de São Paulo, às 05:30h e
encontrou suas esposa e filha dormindo. Borus, que chegara à 00:30h no
Salão, conversou com ele um pouco e depois sentou-se entre as camas
delas, permanecendo a admirá-las e a meditar sobre o que aguardará as
crianças que crescerão em um mundo tomado pela guerra. Ele está sozinho
com elas e ouve as gargalhadas próximas do grupo de amigas delas. Antes
que elas cheguem a 30 m. da porta, ele teletransporta-se e surge à
frente de Tâmis, que reage com um pequeno sorriso, enquanto que suas
amigas olham-na querendo gargalhar.
— Elas
e as crianças estão adormecidas, Irmãs Na Darzh Anreteniud. Os Partos
foram grandiosamente dispensadores de esforços além do que elas devem
exercer como praticantes das Darzhs.
— Podemos ver as crianças?
— Podem, Tâmis, mas caladas.
Caminhando
nas pontas dos pés, elas seguem em direção à porta. Borus a esta abre
teletransportando-se para o interior do Salão; Zarana é a mais cuidadosa
em seu caminhar, já que suas pisadas, normalmente, estremecem o solo, o
que ocorre com todos os gigantes. Com ele à frente, caminham 16 m. até
as camas delas, cuidadosamente silenciosas, silenciosamente cuidadosas,
abrindo sorrisos de deslumbramento com o que vêem. As mães, com túnicas
brancas, estão abraçadas às filhas, enlaçadas amorosamente,
carinhosamente, sentindo espiritualmente umas às outras. Até Zippora
emociona-se com a cena, pois elas Vêem os Espíritos Eternos das seis
Filhas De Sehnidon adormecidas à sua frente em um enlace amoroso que
transcende o que elas conhecem como amor nos Úteros Automanifestos Da
Darzh Anreteniud E Da Lophst Anreteniud. É O Amor Automanifesto que
uniu-as no Observar Verdadeiro desta União De Espíritos, Amor que Borus,
um Filho De Adonothon, também Sente pairar Vendo os Espíritos nos
Úteros Das Mães Da Criação. Da Visão que está tendo, Anastasia recebe
uma mensagem silenciosa, à qual ninguém percebe, que a faz retirar-se,
sem que os outros percebam, do Salão. Recostando-se na porta, ela se
recusa a aceitar o que recebeu; afastando a sua fortaleza de
invulnerável equilíbrio, contém seu choro, derramando lágrimas que com
rapidez enxuga; fazendo-se novamente fortaleza, decide calar-se sobre
mais um dos seus torturantes segredos íntimos.
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