Oráculos Ciganos: 2016 o ano da Estrela do Horóscopo Cigano e de quem tá pronto pra brilhar
Alma do Oriente - o poder orácular dos ciganos
O ano 2016, ano do Sol, de Oxalá e de
força do fogo pela astrologia ocidental, é também um ano de muita força
cigana. Assim toda pessoa que tem linha cigana, proteção das linhas do
Oriente e tem um carma de andarilho pela terra tende a ser abençoado por
esta vibração. E no Horóscopo Cigano, teremos a regência da ESTRELA, que tem a regência da Cigana Madalena. E
esse signo tem correspondência com a carta da Casa do baralho cigano.
Afinal de contas, Leão se refere a ajustar e comandar nosso lar nossa
família e a curtir as crianças, em especial que sejam nossos filhos.
O poder dos números e arcanos: 2016 - O Nono Portal
Se levamos em conta o ano civil 2016, temos portais e ciclos importantes
mudando. Na numerologia conhecida por todos, a chamada "pitagórica",
temos a soma dos números do ano, que nos revela um algarismo, como por
exemplo somando 2+0+1+6 = 9. Pois bem, mas, se os caros leitores
observarem bem, eu não gosto muito de utilizar a numerologia
convencional ou mais popular nos meus estudos e análises. Primeiro
porque não sabemos de fato em que ano estamos, pois o calendário
gregoriano que conhecemos é recente, comparado a idade da civilização. O
calendário iorubá por exemplo, tem mais de 10 mil anos, enquanto o
judeu tem mais de 5 mil anos, como também o calendário chinês que é bem
mais antigo. E assim por diante. A meu ver, o calendário que seria
melhor aplicado, seria se tivéssemos a constatação exata da era
astrológica, se soubéssemos o ano exato da Era de Peixes ou de Aquário
que estamos agora. Porém como isso ainda não é possível, só nos resta
usar o ano civil que conhecemos agora.
Porém, mesmo usando essa forma popular da numerologia, ainda discordo da
impressão de que teriam apenas 9 tipos de portas do saber. E por isso,
muita gente soma identificando o ano como um ano "9", como se ele
trouxesse as mesmas coisas de um ano 9 anterior e não é bem assim. Pra
mim os números são infinitos e a redução dos algarismos é o que mais me
incomoda na numerologia, pois limita toda complexidade da vida e do
cosmos. Definir o ano 2016 apenas como 9 seria como dizer que poderia
ser um ano igual a 2007, mas, basta olhar para a composição do ano, para
percebermos que o 9 será composto por outros algarismos, assim, a
qualidade desse número é diferente! Dessa forma uma pessoa que nasce num
dia 18, que é 9, é bem diferente de uma que nasce no dia 27, que também
é 9. A energia é diferente. Um é formada de 1+8, dois algarismos de
naturezas mais profunda do que a da soma 2+7. Veja que ambas formadas
por um número ímpar e outro par, mas, em posições invertidas. No caso do
dia 18, o ímpar está à frente, enquanto no dia 27 o número par está
atrás.
2016 ano que a luz revela o que está escondido nas sombras do mundo e de si mesmo
Ano de Oxalá - fim de ciclos
Olá pessoal, estamos prestes a adentrar mais um ano de trabalho,
desafios e vivências. Deixando pra trás um 2015 de lutas, dificuldades e
temores. Mas, pra alguns privilegiados, do meio artístico e do meio
esportivo, muita grana no bolso e sucesso. 2015 que é um ano de Marte,
não é propriamente uma regência de riqueza e glórias artísticas, mas, é
de vigor, impulso e de como sempre ligado a desejos e erotismo, favorece
os meios que falam disso. Assim musicas que se referem a sexo, ritmo e
paixão, tiveram muitos ganhos nesse ano que entrega um projeto novo a
2016.
O ano 2015 governado por Ogum, revelou-nos um trabalho excelente da
Polícia Federal e MPF, com muitas prisões importantes e desavenças no
meio político, justamente por causa das investigações. Ogum, plantou um
novo projeto de Brasil, tanto na política, quanto na economia e no meio
social. O guerreiro comandante que veio a frente como batedor, preparar o
terreno e o trono do juiz Oxalá o regente do ano 2016.
A
recessão abateu a economia brasileira como um todo em 2015, e não foi
diferente com o mercado editorial. Segundo dados da consultoria GfK, o
setor de livros registrou queda de 2,8% no volume de vendas entre
janeiro e setembro de 2015, em relação ao mesmo período do ano passado.
Um nicho, porém, vem resistindo firme e forte a esse desequilíbrio: o
ramo dos livros de autoajuda. As vendas de títulos como Ansiedade - Como Enfrentar o Mal do Século (Saraiva), Casamento Blindado (Thomas Nelson Brasil) e O Segredo
(Ediouro) cresceram 5,9% entre janeiro e setembro deste ano, em
comparação com igual intervalo de 2014. Isso porque, em vez de sair
prejudicada, essa fatia do mercado parece ter se beneficiado do quadro
econômico hostil. É nisso que apostam especialistas ouvidos pelo site de
VEJA.
Para Vera Rita de Mello Ferreira, professora de psicologia econômica
da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras
(Fipecafi), a ansiedade provocada pelo medo de perder o emprego, entre
outros temores que grassam nos períodos de retração econômica, é um
fator que pode ajudar na venda de livros. "O mercado editorial sempre
vai acompanhar o que está acontecendo na sociedade e na economia. Livros
sobre como ficar milionário vão 'bombar' em tempos de bolha no mercado
financeiro. Já em tempos de crise, as pessoas geralmente ficam
angustiadas e buscam uma espécie de palavra mágica que as ajudem a sair
dessa situação", diz. Omar de Souza, publisher da Thomas Nelson, que
publica livros de autoajuda com orientação cristã, concorda. "Com um
cenário complicado, tempestuoso, é natural que as pessoas se sintam
frustradas. A autoajuda dá esperança, um alento para que seu público não
deixe o sonho morrer", diz.
"Além disso, com o movimento econômico mais lento, muitas pessoas
estão desempregadas ou trabalhando menos, portanto, têm mais tempo livre
para ler", afirma a professora Vera. De acordo com ela, esses períodos
também beneficiam atividades escapistas - tal como aconteceu no primeiro
semestre do ano, com o fenômeno dos livros para colorir. "A coisa
estava tão feia que as pessoas precisaram de um desenho bonitinho para
pintar, para esquecer a vida e os problemas e relaxar", afirma.
Segundo Lucas Jun Sakajiri, responsável pelo Painel de Livros GfK
Brasil, o crescimento das vendas no setor de autoajuda pode ter paralelo
com o que é conhecido como "efeito batom", conceito criado pelo
empresário americano Leonard Lauder durante a crise econômica do começo
dos anos 2000 para designar o aumento da procura por cosméticos durante
períodos difíceis da economia. De acordo com Lauder, nesses momentos, as
pessoas tendem a trocar a compra de bens duráveis e mais caros pela
compra de cosméticos, que são mais baratos e prometem um efeito belezura
na autoestima.
"O aquecimento da autoajuda poderia estar relacionado com o fato de
esses livros terem um preço menor e o objetivo declarado de fazer com
que as pessoas se sintam melhor", afirma Sakajiri. Segundo a GfK, o
preço médio dos livros de autoajuda ficou em 25,62 reais durante os
primeiros nove meses de 2015, enquanto o mercado geral teve um preço
médio de capa de 33,75 reais, mesmo quando se desconsideram, do
levantamento, livros de Direito, os didáticos e aqueles voltados para
concursos públicos, que costumam ser caros. Sakajiri cita o sucesso de
obras isoladas, como Não se Apega, Não e sua sequência, Não se Iluda, Não, de Isabela Freitas, dois fenômenos editoriais do ano, como outra causa para o crescimento do setor.
Marcos Pereira, um dos sócios da Sextante, a editora por trás de títulos famosos de autoajuda, como Nunca Desista de Seus Sonhos, de Augusto Cury, e O Monge e o Executivo,
de James C. Hunter, concorda com essa tese. "Eu não consigo dizer que
vejo esse movimento do mercado, a partir da Sextante. Acho que existe aí
uma questão relacionada aos títulos, como o da Isabela Freitas e O Poder da Escolha
(Editora Vida e Consciência), da Zibia Gasparetto, que fizeram muito
sucesso neste ano", diz Pereira. "A Sextante ficou por quase dez anos na
total liderança desse nicho, de 1998 a 2007, período em que o país
estava se desenvolvendo economicamente."
Desenvolvimento pessoal - Aqueles que buscam os
livros de autoajuda, em geral, querem algo além de relaxar. "Nessas
épocas, as pessoas procuram livros que as ajudem a superar a crise,
querem alguma coisa que inspire e facilite o seu desenvolvimento
pessoal. Querem saber como lidar com desemprego e inflação, por
exemplo", diz Ismael Borges de Sousa, coordenador do Bookscan da
Nielsen, que monitora o mercado editorial. No painel da empresa, o
crescimento em vendas da autoajuda foi de enormes 45,37%, de janeiro ao
começo de outubro, em relação ao mesmo período de 2014. O número
astronômico se deve, em parte, à metodologia da Nielsen, que considera
alguns livros para colorir como autoajuda - aqueles que dão uma
indicação, em sua capa ou contracapa, de que são "terapêuticos", como Jardim Encantado e Fantasia Celta (ambos da Editora Alaúde).
De acordo com Vera, parte dessa população angustiada com a crise
econômica quer "se desenvolver" e procura nos livros de autoajuda um
atalho para isso. "Em alguns casos, as pessoas não estão interessadas em
construir, pouco a pouco, uma trilha para o seu desenvolvimento
pessoal, fazendo uma faculdade, por exemplo, que é um curso de, no
mínimo, quatro anos. Não há a vontade de estudar muito, se empenhar para
crescer, mas sim a de encontrar um caminho fácil. E aí surge o livro de
autoajuda", diz a professora. Omar de Souza, da Thomas Nelson Brasil,
complementa o raciocínio: "Enquanto livros de ficção, por exemplo, podem
tratar de problemas pessoais e profissionais de maneira mais sutil,
usando de subterfúgios, a autoajuda vai direto na questão. Você sabe que
o leitor desse gênero está procurando algo que tenha uma relação
imediata com o problema dele". Autoajuda para dois - A crise também pode estar
salvando casamentos - e com a contribuição dos livros de autoajuda. A
advogada de direito da família Diana Poppe vem observando uma queda no
número de divórcios neste ano e acredita que isso pode estar relacionado
à crise econômica. "A procura para esse tipo de caso continua a mesma,
mas a tomada de decisão tem sido mais devagar e menos efetiva. Com um
país em crise, as pessoas pensam nas dívidas que vão contrair ao se
divorciar. Além dos honorários do advogado, elas vão ter que sustentar
duas casas em vez de uma, ou uma sozinhas, caso se separem", afirma.
"A crise acaba beneficiando as reconciliações. Alguns, claro, vão se
separar de qualquer jeito ou esperar a economia melhorar para isso, mas
outros vão tentar salvar o casamento." Para a advogada, o contexto
influencia a forma como as pessoas enxergam a família. "As
possibilidades individuais crescem junto com a economia. Se lá fora não
estamos em um bom momento, você tenta se valer mais do seu contexto
seguro de família. Os casais se amparam um no outro para aguentar a
tensão."
Quando problemas pessoais ou ligados a relacionamentos surgem, as
pessoas tendem a procurar uma solução antes de tomar medidas drásticas.
Para Omar de Souza, da Thomas Nelson, a leitura de livros de autoajuda
pode ter um papel aí. "Para os evangélicos, o divórcio é sempre o último
recurso, por toda a questão religiosa. Mas o não evangélico ou o não
religioso também entende que, em momentos como esse, o divórcio não é
uma solução simples", afirma. "Um dos nossos livros, Casamento Blindado, pode ser perfeito para essas pessoas, que precisam racionalizar em momento de crise", vende.
Renato e Cristiane Cardoso, o casal por trás do hit literário Casamento Blindado,
que já vendeu mais de 2,5 milhões de cópias, também faz a aposta.
"Quando o homem considera o divórcio, o baque financeiro costuma fazê-lo
repensar a decisão. Nesses tempos de crise, mais ainda. A mulher também
pensa muito este lado, mas suas considerações normalmente são mais
familiares e emocionais. Ambos então costumam tentar 'mais um pouco' e é
aí que um livro como Casamento Blindado tem entrado na
história desses casais, em muitos casos com ótimos resultados",
afirmaram, em resposta conjunta, Renato e Cristiane, que é filha do
bispo Edir Macedo, dono da emissora onde os dois têm um programa sobre
relacionamentos que teria servido de base para o best-seller, Escola do Amor.
Primeiros cachorros - Maior estudo genético feito até o momento indica que os cães foram domesticados na região que hoje seria o Nepal e a Mongólia
Em
algum lugar da Ásia Central, há cerca de 15.000 anos, um lobo diferente
surgiu. Mais manso, ele ajudaria os homens a caçar, pastorear rebanhos,
defender territórios e também lhes faria companhia, dando origem aos
quase 1 bilhão de cães atuais. Publicado na última terça-feira (20), no
periódico Proceedings of the Nationa Academy of Sciences
(Pnas), o mais amplo estudo até o momento das origens dos cachorros
modernos revela que suas raízes não são apenas europeias - e podem ser
mais antigas que o previsto. Estimativas anteriores indicavam que a
domesticação dos cães teria acontecido há 11.000 anos, em algum lugar
entre o Oriente Médio, o Leste Asiático e a Europa.
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Amigo do homem - A nova pesquisa, liderada pelos
cientistas Adam Boyko e Laura Shannon, da Universidade Cornell, nos
Estados Unidos, analisou o genoma de 4.392 cachorros de raça e 549
vira-latas pertencentes de 38 países. Os resultados confirmaram que o
lobo cinzento é o ancestral de nossos cachorros, que começaram a viver
entre os humanos na região onde hoje é a Mongólia ou o Nepal.
"Encontramos fortes evidências de que os cachorros foram domesticados na
Ásia Central e depois se espalharam para o Leste", escrevem os autores
no estudo.
No entanto, os pesquisadores não são categóricos ao afirmar que a
origem asiática é a única. Os indícios do DNA apontam para a Ásia, mas
esse ancestral comum dos cães modernos pode ter chegado até lá por meio
de migrações.
A evolução dos cães apoiou-se em uma estratégia certeira: próximo aos
homens, eles encontraram alimento fácil e abrigo, o que permitiu sua
multiplicação. Ao longo das gerações, as características desses animais
foram selecionadas pelos humanos até chegar aos bichos de estimação
atuais. Hoje, o número de cachorros supera o dos lobos, que não deve
passar de 10 milhões.
Os pesquisadores esperam que as descobertas estimulem pesquisas
genéticas mais profundas sobre a origem dos cães, como análises em
fósseis ou ossos caninos encontrados em sítios arqueológicos.
De
acordo com estudo publicado na revista
'Nature', o oxigênio (mesmo gás que respiramos) é abundante na
"atmosfera" do cometa 67P. A revelação "surpreendente", de acordo com os
cientistas, é importante para a compreensão das origens do Sistema
Solar
118Imagem do cometa 67P feita por Philae durante a descida, a 3 quilômetros da superfície (Foto: ESA/Rosetta/Philae/ROLIS/DLR/Divulgação)
(ESA/Atg Medialab/EFE/EFE)
Em 1993, a Missão Internacional Rosetta foi aprovada pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), com o objetivo de programar a expedição a um cometa, considerado um vestígio dos primórdios do Sistema Solar que continua vagando pelo espaço. Ela custou 1 bilhão de euros.
(ESA/AFP/VEJA/VEJA)
Rosetta é a primeira missão a pousar na superfície de um cometa. Acredita-se que os sistemas planetários se formam a partir de uma estrela, que são nuvens de gás e poeira que colapsam sob a gravidade. Em torno delas, com o tempo, as partículas de poeira vão se unindo e gerando areia, pedras e rochas que, ao adquirirem massa suficiente, se tornam asteroides, cometas e planetas. De acordo com algumas teorias, os cometas podem ter sido os responsáveis por trazer a água, ou até mesmo a vida, para o planeta. "Acredita-se que [os cometas] tenham surgido no início do Sistema Solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos, e que se mantenham quase idênticos ao que eram em seu nascimento", afirma Nicolas Altobelli, um dos cientistas da ESA que participam da missão. Por isso, decifrar um cometa é também decifrar o princípio da formação do Sistema Solar.
(ESA/British Museum/Divulgação/VEJA/VEJA)
A sonda foi batizada em homenagem à Pedra de Roseta, uma rocha vulcânica descoberta por soldados franceses em 1799, no Egito. Ela ajudou a desvendar o Egito Antigo para os exploradores, por possuir escritos em hieróglifos – linguagem egípcia escrita, que até então era desconhecida – e sua tradução em grego, que já era conhecido. A comparação entre os escritos permitiu que os pesquisadores decifrassem os códigos da civilização egípcia – assim como os cientistas esperam que a sonda Rosetta desvende as peças mais antigas do Sistema Solar, os cometas.
A sonda espacial Rosetta encontrou oxigênio entre os gases que cercam o
cometa 67P/ Churyumov-Gerasimenko, uma descoberta importante para
compreender as origens do Sistema Solar, segundo estudo publicado nesta
quarta-feira (28) na revista Nature. De acordo com os
cientistas, essa é a descoberta mais surpreendente sobre o cometa que
recebeu, em novembro do ano passado, o robô Philae, entregue por
Rosetta, em um evento histórico. A existência do gás ao redor de todo o
cometa pode sugerir que o Sistema Solar se formou de maneira "suave" e
não violenta, como preveem as atuais teorias.
É a primeira vez que gás oxigênio (o mesmo que respiramos) é encontrado
em um cometa. Ele é o quarto gás mais abundante da nuvem que recobre o
cometa, depois de vapor d'água, monóxido e dióxido de carbono. A
substância foi detectada pelo espectrômetro de massa da sonda Rosetta,
que acompanha o cometa 67P em sua viagem ao redor do Sol.
"Foi muito surpreendente", disse André Bieler, pesquisador da
Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e um dos autores do
estudo. "Não esperávamos encontrar oxigênio."
Oxigênio primordial - Apesar de ter sido detectado em
outros corpos celestes que contêm gelo - como, por exemplo, as luas de
Júpiter e Saturno - até o momento era desconhecida a presença de
oxigênio em um cometa. Para os astrônomos, a aparição do gás na nuvem
que rodeia o 67P é intrigante, pois a molécula é altamente reativa e
tende a se combinar com outras substâncias. Os cientistas não esperavam
que o oxigênio se mantivesse "solitário" por tanto tempo no cometa.
Além disso, as medições mostram uma relação de 3,8% em relação à
quantidade de água do cometa. Essa razão demonstra que o oxigênio e a
água presentes no cometa têm a mesma origem.
Somado ao fato de que a molécula foi identificada ao redor de todo o
cometa isso indicaria, de acordo com os astrônomos, que o oxigênio
detectado é "primordial", ou seja, teria sido incorporado ao cometa
durante sua formação junto ao Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos. No
entanto, os modelos atuais não preveem condições para que isso ocorra.
Uma das possibilidades, levantadas pelos cientistas na Nature, é
que, na origem do Sistema Solar, partículas de alta energia viajando
pelo espaço tenham esbarrado em gelo e quebrado as ligações das
moléculas de água, liberando o oxigênio que, em seguida, ficou preso em
vazios gelados. Ao longo de bilhões de anos, esse gelo foi incorporado
aos cometas, que tiveram origem bem longe do Sol - do contrário, o calor
do astro teria liberado esse oxigênio no cosmo.
Essa possibilidade condiz com as teorias de que os cometas são
relíquias da formação do Sistema Solar, mas desafia outras, como as que
sugerem um processo violento de aquecimento dos materiais primitivos
durante a formação do nosso sistema planetário - nessas circunstâncias, o
oxigênio teria reagido com outros elementos e jamais permaneceria em
sua forma gasosa.
"Todos os modelos afirmam que o oxigênio não deveria ter sobrevivido
por tanto tempo, o que nos diz algo sobre a formação do Sistema Solar:
ele deve ter sido muito suave", afirma Bieler. Origens cósmicas - Rosetta vai continuar a monitorar a
presença de oxigênio para tentar entender o que isso significa, bem
como as transformações que aconteceram no cometa 67P depois que ele
passou, em agosto, pelo periélio, o ponto mais próximo em sua órbita elíptica ao Sol.
Com seus 11 instrumentos, a sonda faz órbitas irregulares ao redor do
cometa, que está a 270 milhões de quilômetros da Terra. Sobre ele está o
robô-laboratório Philae, que não mostra nenhum sinal de vida desde 9 de
julho. Suas baterias são carregadas com dificuldade porque está em uma
área montanhosa com pouca exposição à luz solar.
Diversas revelações já foram feitas pelos instrumentos da missão, que
deve se estender até 2016. No final de julho, uma série de estudos
publicados na revista Science revelou que o 67P/Churyumov-Gerasimenko é uma "sopa orgânica congelada",
composto de moléculas que podem ser consideradas precursoras da vida na
Terra. Um planeta com condições favoráveis à vida que recebesse o
cometa poderia provocar a multiplicação desses compostos que, no futuro,
talvez gerassem algum processo vital.
Chamado
GJ1132b, o novo exoplaneta descrito na revista ‘Nature’ está tão
próximo da superfície terrestre que possibilitará medições inéditas em
sua atmosfera
apesar das altas temperaturas, os cientistas acreditam que o GJ1132b
Um
novo planeta parecido com a Terra situado fora do Sistema Solar foi
identificado pelos astrônomos a uma proximidade inédita. A 39 anos-luz
(cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros) da superfície
terrestre, o GJ1132b está tão perto de nós ("perto" em termos
astronômicos, pois nessa área as medidas costumam ser feitas em centenas
de anos-luz) que possibilitará medidas na atmosfera, de massa e
densidade que jamais foram feitas em um exoplaneta. Por esse motivo, o
novo mundo está sendo considerado pelos cientistas como "o mais
importante" planeta semelhante à Terra já encontrado.
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O corpo celeste, descrito na última edição da revista Nature,
está localizado na Constelação de Vela, é rochoso e está três vezes
mais perto de nós que qualquer outro planeta com características
semelhantes à Terra. De acordo com os astrônomos, o GJ1132b orbita uma
estrela anã vermelha com um quinto do tamanho do Sol. Contudo, o planeta
está tão próximo a ela que a temperatura em sua superfície pode chegar a
260°C. Isso impossibilita a retenção de água líquida e o torna inóspito
para a existência de vida, mas não é quente o bastante para torná-lo
incapaz de ter uma atmosfera.
"Se descobrirmos que esse planeta conseguiu 'segurar' sua atmosfera
por bilhões de anos, isso traz bons indícios de que haja outros
planetas, menos quentes, que tenham atmosferas e possam abrigar vida",
disse Zachory Berta-Thompson, pesquisador do Massachusetts Institutte of
Technology (MIT) e um dos autores do estudo, em comunicado. "Finalmente
temos um alvo para pontar nossos telescópios e, assim, podermos ir mais
fundo na pesquisa sobre planetas rochosos."
Alvo futuro - Para detectar o exoplaneta, os
astrônomos usaram oito telescópios robóticos do Observatório de Cerro
Tololo, no Chile. De acordo com os cientistas, a órbita do GJ1132b em
torno de sua estrela dura 1,6 dias. Além disso, enquanto um lado do
corpo celeste está à luz do dia, o outro está virado para a escuridão.
De acordo com os astrônomos, o exoplaneta será um dos principais
alvos para futuras missões. Além disso, a equipe de cientistas usará os
telescópios espaciais Hubble e Spitzer para observar outros detalhes do
GJ1132b, como a velocidade de sues ventos ou mesmo a cor do nascer e
pôr-do-sol.
Imagem: Representação artística simplificada de um 'enxame de
Dyson', forma como se imagina que possa se organizar uma esfera de Dyson
(Vedexent/Wikipedia)
Sim, disse! Esta semana um estudo a respeito de uma estrela observada
pelo satélite Kepler está dando o que falar. E certeza que vai
continuar a repercutir durante algum tempo. Vamos lá:
Uma equipe de pesquisadores lidera por Tabetha
Boyajian, da Universidade de Yale (EUA), publicou um artigo reportando o
estudo de uma estrela observada pelo satélite Kepler, o mais profícuo
caçador de exoplanetas da história. Trata-se de KIC 8462852, uma estrela
um pouco mais quente que o nosso Sol a uma distância de 1.500 anos luz
na direção da constelação do Cisne. Na verdade, o Kepler não vê
exoplanetas, ele observa continuamente as estrelas na constelação do
Cisne e da Lira, e se por acaso um planeta passar na frente da estrela, o
minúsculo decréscimo de brilho dela será registrado. Esse fenômeno é
chamado de trânsito, que identifica um bom candidato a exoplaneta, mas a
confirmação só vem depois com o uso de outras técnicas, como a
dispersão da luz da estrela, numa técnica chamada espectroscopia.
A suspeita da vez, a estrela KIC 8462852, mostrou
sim variações de brilho ao longo dos 4 anos da primeira parte da missão
do Kepler. Algumas delas esperadas para estrelas, mas nenhuma que fosse
uma assinatura típica de um trânsito de exoplaneta. Mas o que chama a
atenção são quatro eventos de queda de brilho que estão tirando o sono
de todo mundo que viu esse trabalho publicado.
Em duas delas, o brilho da estrela cai uns 15%, o
que já é bastante, mas em outra época ocorrem duas outras quedas de
brilho, mas nesses casos de 25%!! Isso é assustadoramente muito! Sério,
trânsito de exoplanetas do tamanho de Júpiteres gigantes são
responsáveis por diminuir o brilho de sua estrela hospedeira em valores
pequenos, como 1-2% no máximo. Não há exoplaneta que bloqueie quase um
quarto do brilho de uma estrela. O que poderia ser então?
Poderia ser uma estrela bem mais escura, mas não é. A espectroscopia mostraria isso.
Poderia ser uma densa nuvem de destroços oriunda de
uma gigantesca colisão entre planetas em formação, mas também não é. Se
fosse isso a estrela emitiria grandes quantidades de radiação
infravermelha e não é o caso.
Gigantescas manchas estelares (as manchas solares
das estrelas) também não explicam essa perda de brilho descomunal. Elas
precisariam cobrir quase a metade da superfície da estrela. Na verdade,
uma das variações de brilho observada na curva de luz de KIC 8462852
revela a presença de manchas estelares e marcam bem o período de rotação
da estrela, que é de apenas 21 horas! Muito rápido. Imagine uma estrela
um pouco maior que o Sol girando mais rápido do que a Terra! Para
comparar, nosso Sol completa uma rotação em 24 dias. Mas essa rapidez
toda importa nesse caso? Sim, essa é uma característica de estrelas
muito jovens e por isso a hipótese da nuvem de destroços de planetas em
formação seria cabível, não fosse a falta do infravermelho.
Além desses casos extremos de queda de brilho, de
15 e 22%, outros eventos menos intensos acontecem de forma quase
periódica. Há eventos ocorrendo em um intervalo que varia entre 5 e 80
dias. Mesmo esses casos são esquisitos, pois se fossem corpos celestes
orbitando a estrela, eles precisariam ser periódicos.
Além disso, no momento em que a luz é bloqueada
durante um trânsito, a curva de queda de brilho quando o corpo entra na
frente da estrela tem a mesma forma da curva de aumento de brilho quando
o corpo termina o trânsito, mas nem isso acontece!
Então, ninguém tem alguma hipótese?
Sim, tem. Depois de excluir possíveis problemas com
o telescópio, com a câmera ou qualquer outro defeito instrumental,
Boyajian e seus colegas propõem que uma estrela teria perturbado a nuvem
de Oort da estrela KIC 8462852. Essa nuvem funciona como um
reservatório de cometas, formados dos resquícios da nuvem que originou a
estrela. Isso deve ter acontecido no nosso Sistema Solar e poderia
acontecer com essa estrela esquisita.
A passagem dessa estrela desestabilizaria uma
quantidade enorme de cometas da nuvem e eles cairiam todos na KIC
8462852. Muito antes de chegar nela, eles evaporariam formando uma nuvem
densa que bloquearia sua luz. Mas isso é plausível?
É, e até tem uma estrelinha suspeita nas
proximidades, mas é preciso observa-lá cuidadosamente durante algum
tempo para ver se ela realmente passou perto de KIC 8462852. Mas para
produzir esse bloqueio todo teria de ser uma quantidade enorme de
cometas, que produzisse uma nuvem muito densa para bloquear quase um
quarto do brilho da estrela. Na minha opinião, uma nuvem dessas teria de
deixar alguns rastros detectáveis, por exemplo, o vapor d’água, ou o
vapor de todos os compostos do núcleo deveriam ser observados na
espectroscopia, e não foram. Ou mesmo causar um excesso de emissão
infravermelha, que também não existe. Enfim, apesar de improvável, é o
melhor que temos por enquanto.
Mas o que os aliens têm a ver com isso?
É que Boyajian mostrou seus resultados para um
colega, Jason Wright que é um grande entusiasta pela busca de pistas que
levem à descoberta de civilizações avançadas no espaço. Pistas sérias,
nada de círculos em plantação de milho, pirâmides em Marte ou outras
baboseiras.
Que pistas seriam essas? Por exemplo, conforme uma
civilização vai se desenvolvendo, ela necessita de quantidades cada vez
maiores de energia para se sustentar e continuar crescendo. Chega uma
hora que ela esgota a capacidade do próprio planeta em que ela está e
precisa arrumar energia de algum lugar. Freeman Dyson, um físico
britânico, propôs que seria mais lógico que essa civilização procurasse
capturar a energia emitida pela sua própria estrela, construindo uma
mega estrutura espacial com painéis solares. Os painéis seriam
gigantescos e no limite em que a civilização exigisse quantidades
absurdas de energia, a estrutura envolveria toda a estrela, como uma
cápsula. Essa estrutura, que tem o nome de Esfera de Dyson, bloquearia a
luz da estrela deixando-a invisível aos nosso olhos, mas como ela
absorve toda a luz e esquenta, emitiria quantidades enormes de radiação
infravermelha. Essa é uma das pistas que Wright e seus colegas procuram
na nossa Galáxia e em outras por aí.
Bom, apesar de fraquinha, KIC 8462852 não é
invisível e nem emite infravermelho em excesso. Como ela se encaixaria
nesse cenário da Esfera de Dyson? Wright diz que estaríamos observando
uma esfera em construção, ainda incompleta como nessa figura. As quatro
quedas absurdas de brilho teriam sido os momentos em que as estruturas
já construídas teriam bloqueado a luz na nossa direção. O resto da
estrutura, parcialmente montada, seria responsável pelas variações quase
periódicas de brilho. Como a esfera ainda não estaria terminada, não
haveria quantidades apreciáveis de infravermelho para serem detectadas.
Claro que isso tudo é especulação, é mais fácil uma
nuvem de Oort inteira ser tragada pela estrela, do que haver uma
civilização tão avançada assim e mais ainda, que tivéssemos flagrado o
exato instante que parte de uma estrutura espacial complexa tivesse
bloqueado a luz da estrela. Mas especular não custa nada!
Infelizmente, continuar a observar essa estrela
custa. O Kepler não tem mais a capacidade de produzir dados tão
precisos. Observar da Terra exige um telescópio dedicado a essa tarefa
por pelo menos mais 4 anos para tentar verificar se os eventos se
repetem, o que não é garantido. Nesse nível de especulação, isso será
impossível de se conseguir. Mas uma coisa dá para fazer.
Wright e Boyajian pretendem obter algum tempo para
observar KIC 8462852 em ondas de rádio. A ideia é muito boa e muito
promissora. Caso exista mesmo uma civilização com esse grau de
desenvolvimento, ela certamente domina as transmissão por rádio e a
1.500 anos luz de distância não seria difícil de detectá-las. Mesmo que
ninguém por lá tenha noção de nossa existência e esteja transmitindo
alguma mensagem para nós, alguma fração das transmissões locais escapa
para o espaço, assim como acontece conosco com o rádio e a TV, e caberia
a Wright e Boyajian procurar as frequências certas. Para fazer esse
tipo de monitoramento, não é necessário tanto tempo de radiotelescópio, o
que deixa as coisas mais promissoras.
Esse é um caso muito interessante, que merece mais
tempo de estudo. Mesmo que essa ideia de Esfera de Dyson seja uma grande
viagem, nenhuma das 150 mil estrelas estudadas pelo Kepler tem um
comportamento tão bizarro, a estrela por si só merece mais atenção!
Falhas na Psicologia: Estudo aponta resultados inflados em artigos de psicologia
Brian Nosek (à dir.) e sua equipe tentaram reproduzir os resultados de cem estudos
pesquisa - Mais de metade dos textos publicados apresentava falhas
Benedict CareyThe New York Times/via:http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/
Um minucioso esforço para tentar reproduzir cem estudos de
psicologia ao longo de um ano concluiu que mais de metade dos resultados
publicados não resistia a um novo teste.
A análise foi feita por pesquisadores de psicologia, muitos dos quais
cederam voluntariamente seu tempo para checar trabalhos que
consideravam importantes.
Mórmons preveem ‘fim do mundo’ em setembro e começam a estocar alimentos
Foto: Divulgação
Apocalispse
A nova data para o suposto fim do mundo já foi marcada: 28 de
setembro. Ao menos é o que acreditam alguns seguimentos dos mórmons em
Utah, nos Estados Unidos. Nas últimas semanas, o grupo religioso começou
a estocar alimentos e produtos essenciais para se prepararem para o
final dos tempos. "Há em sentimento de urgência, como se algo estivesse
para acontecer. Muitas pessoas estão falando de setembro, como um
colapso financeiro global", disse o representante comercial Ricardo
Aranda, de acordo com o jornal americano "Metro". Mesmo que a data
esteja definida, o motivo para o fim do mundo não está. Entre as
possíveis causas estariam um asteroide caindo na Terra, uma explosão do
acelerador de partículas ou a fúria de Deus. A agência espacial
americana, Nasa, informou que não há nenhuma previsão sobre qualquer
corpo celeste em rota de colisão com o planeta no dia 28 de setembro.
Novas fotos de Plutão impressionam por geleiras similares com as da Terra
Fotos também mostram camadas finas de névoa na atmosfera de nitrogênio.
Geleiras em Plutão se assemelham a fluxos na Groenlândia e Antártica.
Imagem de Plutão mostra região Sputnik (à direita) rodeada à leste (esquerda) por montanhas de gelo (Foto: NASA/JHUAPL/SwRI)
Uma nova leva de imagens feita pela sonda New Horizons em sua passagem
por Plutão chegou à agência espacial americana (Nasa) e impressionou os
cientistas. Segundo a Nasa, o que chamou a atenção não foram apenas as
paisagens, montanhas geladas e fluxos de nitrogênio congelado do
planeta-anão, mas também uma aparência estranhamente familiar com a
Antártica.
Setas mostram fluxo de gelos, provavelmente de
nitrogênio, em Plutão (Foto: NASA/JHUAPL/SwRI)
Combinadas com outras fotos recentes de Plutão, as novas imagens ajudam
a evidenciar, segundo a Nasa, um ciclo “hidrológico” notavelmente
parecido com o da Terra, mas com gelos exóticos, incluindo de
nitrogênio, em vez de gelos de água.
Áreas brilhantes a lesta da vasta planície gelada - que lembra o
formato de um coração e que foi informalmente chamada de Sputnik -
parecem terem sido cobertas por esses gelos, que podem ter evaporado da
superfície da Sputnik e, em seguida, terem sido redepositados ao leste.
Também é possível ver geleiras que fluem desta região coberta brilhante
de volta para a Sputnik. Estas características, segundo os cientistas,
são semelhantes a fluxos congelados nas margens de calotas de gelo da
Groenlândia e da Antártica, na Terra.
Neblinas
As fotos também mostram novos detalhes de neblinas na tênue atmosfera
de nitrogênio de Plutão. Nelas aparecem mais de uma dúzia de camadas
finas de névoa que se estendem desde a superfície do planeta até pelo
menos 100 km acima.
Quinze
minutos depois de atingir o ponto mais próximo com Plutão, a sonda New
Horizons fez essa imagem do planeta-anão em que aparecem as montanhas e
planícies de gelo (Foto: NASA/JHUAPL/SwRI)
“Além de serem visualmente impressionantes, estas névoas baixas sugerem
uma mudança no tempo a cada dia em Plutão, assim como ocorre na Terra”,
diz Will Grundy, pesquisador do Observatório Lowell, no Arizona, na
nota da Nasa.
Trajetória da New Horizons
A breve passagem da sonda New Horizons por Plutão ocorreu no dia 14 de julho.
À noite, a sonda se comunicou com a Terra, indicando que o encontro com
Plutão tinha sido bem-sucedido. Na manhã do dia seguinte, durante uma
transmissão de dados mais longa, a New Horizons enviou as principais informações obtidas no encontro.
A sonda espacial viajou durante nove anos por quase 5 bilhões de
quilômetros (que é a distância entre Plutão e a Terra) até chegar perto
do planeta anão.
Ela foi lançada em 2006, dos Estados Unidos,
a bordo do foguete Atlas. A sonda viajou até Júpiter e usou a gravidade
desse planeta como um estilingue para acelerar sua velocidade. Desde
então, ficou adormecida e viajou pelo espaço até ser reativada, em
dezembro de 2014.
Sete instrumentos que estão a bordo da sonda captam essas imagens, que
serão transmitidas para a Terra. O tempo de transmissão dos dados de
Plutão até a Nasa, nos EUA, é de quatro horas e meia.
Imagem de Plutão foi produzida pela sonda New Horizons em julho (Foto: Nasa)
A cidade é campeã de número de inscritos no site de infidelidade Ashley Madison
Sexo e amores proibídos: São Paulo, a cidade da traição
Muita
gente pode ter sono bem agitado nestes dias, principalmente pouco mais
de 374.000 habitantes de São Paulo. Depois do vazamento de quase 10Gb de
informações sobre inscritos no site de relacionamento extraconjugal Ashey Madison, o site americano Business Insider
divulgou a lista das 25 cidades com mais "clientes" dispostos a trair
seus parceiros. São Paulo está no topo da lista, seguida por Nova York e
Sydney.
Hackers vazam dados de usuários de site de infidelidade 'Ashley Madison'
Confira as cidades com maior número de inscritos no Ashley Madison: 1 - São Paulo - 374.542
2 - Nova York - 268.171
3 - Sydney - 251.813
4 - Toronto - 222.982
5 - Santiago - 218.125
6 - Melbourne - 213.847
7 - Houston - 186.795
8 - Los Angeles - 181.918
9 - Londres - 179.129
10 - Chicago - 162.444 11 - Rio de Janeiro - 156.572
12 - Madri - 135.294
13 - Bogotá - 123.559
14 - Brisbane - 118.857
15 - Brooklyn - 110.859
16 - Miami - 109.505
17 - Calgary - 107.021
18 - San Antonio - 99.157
19 - Dalas - 97.736 20 - Brasília - 97.096
21 - San Diego - 94.953
22 - Perth - 88.754
23 - Las Vegas - 87.720
24 - Atlanta - 86.897
25 - Filadélfia - 86.018
As inúmeras
possibilidades de conexão digital representam uma estupenda conquista
para a sociedade atual. Mas a ânsia de estar online com tudo e,
principalmente, com todos, o tempo inteiro, nos lança na era da solidão
acompanhada
Solitários da vida moderna: Nasce um novo personagem, o cibersolitário
PRÓXIMOS,
DISTANTES Ainda que não seja utilizado, um celular por perto prejudica a
empatia e a comunicação entre as pessoas — mesmo entre casais.Todas as
fotografias desta reportagem foram produzidas com smartphones (Foto: Luiz Maximiano e Caio Guateli/VEJA)
Você já viu esta cena. Agora mesmo ela pode estar ocorrendo
ao seu lado. Um casal, dois adolescentes, talvez uma criança dividem
uma mesa num restaurante. É razoável supor que se trate de uma família. É
razoável supor que a ideia de comer fora tenha surgido como um programa
- com o perdão da redundância - familiar. E, no entanto, o que se vê é
cada um entretido com seu smartphone, alheio aos vizinhos de cadeira, os
dedos dos mais novos movimentando-se com destreza de pianista, os dos
mais velhos sem tanta agilidade, é fato, e nem por isso menos ansiosos.
Na tela do celular, um desfile infindável de fotos, vídeos, WhatsApp,
Facebook, Twitter e Instagram. Ainda que os personagens e o ambiente
sejam outros - namorados na fila da bilheteria do cinema, um grupo de
amigos em um show, pais à espera dos filhos na saída da escola -, tal
tipo de comportamento é cada vez mais frequente. Eles estão juntos, mas
separados. Estão próximos, porém distantes. Estão acompanhados - mas
sozinhos. São os cibersolitários.
Bem-vindos à Era Virtual. Essa seria a primeira e mais óbvia
conclusão. Em tempos digitalmente corretos, qualquer pensamento
contrário a esse soaria como um elogio à "magia", ao "romantismo", ao
encantamento de - para usar um termo adequado - "outrora". Entretanto,
não há nenhuma magia, romantismo nem encantamento no atraso. Seria
absolutamente descabido demonizar os avanços tecnológicos, sobretudo com
o advento da internet, e a revolução trazida por eles, em especial no
quesito comunicação. Ao mesmo tempo, parece inegável haver um ponto a
partir do qual as relações virtuais passam a andar na mão oposta à de
suas principais conquistas - minando os relacionamentos pessoais
"reais".
Diz a psicóloga e socióloga Sherry Turkle, professora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em seu livro Alone Together
(Sozinhos Juntos): "A tecnologia é sedutora quando o que oferece
preenche nossas vulnerabilidades humanas. E somos, realmente, bastante
vulneráveis. Somos solitários, mas temos medo da intimidade. As conexões
digitais oferecem a ilusão de estarmos acompanhados, contudo sem as
demandas da amizade. Nossa vida virtual permite nos escondermos uns dos
outros, mesmo quando estamos interessados. Preferimos teclar a falar".
Certa vez, durante sua pesquisa de campo, ela ouviu de um rapaz de 18
anos: "Um dia gostaria de aprender a ter uma conversa de verdade".
Até pouco tempo atrás, Sherry Turkle era uma inconteste entusiasta do
mundo digital. Durante seus estudos sobre o tema, porém, passou a
identificar alguns incômodos exageros no mergulho no universo virtual.
Isso a levou a rever sua posição, sem deixar de reconhecer os benefícios
de viver na Idade da Web. De acordo com a especialista, o argumento
mais usado por aqueles que preferem se comunicar quase que
exclusivamente por meio de ferramentas digitais é a possibilidade de
controlar cada palavra da conversa e, dessa forma, eliminar qualquer
perspectiva de ser surpreendido - para o bem e para o mal. No
Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do Hospital das
Clínicas, em São Paulo, a psicóloga Dora Sampaio Góes,
vice-coordenadora do Programa de Dependência Tecnológica, já atendeu
até mesmo gente que havia perdido o elo com todos os amigos feitos
pessoalmente e só conseguia cultivar os virtuais. "É claro que, nesses
casos extremos, o indivíduo já tem pouca habilidade social. A internet
não muda a índole de ninguém. O que vicia é a possibilidade de melhorar o
conceito sobre si mesmo, e isso é justamente o que aumenta a solidão: o
abismo entre a persona virtual e a real", acredita ela.
Uma pesquisa feita pelo Pew Research Center nos Estados Unidos com 2
000 usuários de smartphone, divulgada em abril, mostrou que nada menos
do que 47% dos jovens adultos, na faixa entre 18 e 29 anos, usam o
dispositivo para deliberadamente evitar as pessoas ao redor - ainda que,
vez por outra, possa haver algum tipo de interação entre
cibersolitários. A porcentagem diminui conforme a idade aumenta. No
mesmo levantamento, enquanto 54% do total de entrevistados assume que o
telefone nem sempre é necessário, 46% dizem que não podem mais viver sem
ele. Embora o aparelho suscite mais emoções positivas do que negativas -
79% disseram sentir-se mais produtivos com ele, por exemplo -, 57%
mencionaram "distração excessiva" e 36%, "frustração" ao utilizar o
celular.
A mera presença de um smartphone - mudo, apagado - já é suficiente
para interferir na qualidade da conversa entre duas pessoas. Foi o que
revelou o estudo "The iPhone effect" (O efeito iPhone), realizado em
2014. Nele, pesquisadores da universidade Virginia Tech observaram 100
duplas que interagiam em um café por dez minutos. Aquelas que trocaram
palavras sem a presença de um iPhone à mesa reportaram maior empatia e
proximidade em relação ao interlocutor. O trabalho, feito com
voluntários, comparou o contato estabelecido entre pessoas que se
conheciam e desconhecidas entre si. Até os desconhecidos que conversaram
sem o smartphone por perto relataram um grau maior de empatia do que os
conhecidos que fizeram o mesmo na presença de um celular.
A
comemoração do domingo de Páscoa reafirma o poder da crença na volta à
vida do filho de Deus morto na cruz, uma ideia que se fortalece com a
passagem dos milênios
Fé e ciência - Ressureição: o grande dogma do cristianismo
PIERO DELLA FRANCESCA – Século XV: em exposição no Museo Civico de Sansepolcro, na Itália(ALINARI/Getty Images)
Por
que, depois de pouco menos de 2 000 anos, a crença na ressurreição de
Jesus Cristo, um dos mais extraordinários mistérios da fé, ainda exerce
efeito tão arrebatador? Disse o apóstolo Paulo, o grande disseminador
das palavras de Jesus, em suas cartas aos coríntios, anotadas no Novo
Testamento: "Se Cristo não foi ressuscitado, nós não temos nada para
anunciar e vocês não têm nada para crer. (...) Se Cristo não foi
ressuscitado, a fé que vocês têm é uma ilusão. (...) Se Cristo não
ressuscitou, os que morreram crendo nele estão perdidos. (...) Se a
nossa esperança em Cristo só vale para esta vida, nós somos as pessoas
mais infelizes deste mundo". A ideia da ressurreição foi a faísca do
cristianismo, que então deixou de ser uma seita do Império Romano para
se transformar na maior religião do planeta.
Três dias haviam se passado da morte agonizante de Jesus na cruz do
Gólgota, ponto final do calvário. Era uma madrugada de domingo, Páscoa
judaica. Ainda estava escuro, e Maria Madalena foi ao sepulcro ungir o
corpo de Jesus com especiarias. Ao se aproximar, viu o túmulo aberto e
saiu correndo para avisar os discípulos. Eles entraram e encontraram o
sepulcro vazio. Apenas a mortalha que envolvia o corpo de Cristo estava
lá. Maria Madalena, dizem os textos sagrados do cristianismo,
permanecera distante, chorando, quando dirigiu o olhar em direção ao
túmulo e avistou dois anjos, que lhe perguntaram: "Mulher, por que você
está chorando?". Ela respondeu: "Levaram embora meu Senhor e não sei
onde o puseram". Maria Madalena então olhou para trás e viu uma figura
humana em pé que ela pensou se tratar do jardineiro, à qual se dirigiu:
"Se o tirou daqui, diga onde o colocou e eu irei buscá-lo". A resposta
veio curta: "Maria". Nesse momento ela reconheceu Jesus e respondeu:
"Mestre". Descrita no Evangelho de São João, essa história, tão singela
quanto misteriosa, resistiu e se fortaleceu com a passagem dos milênios.
Para os cristãos, a ressurreição tem mais valor do que os sermões e
os milagres de Jesus em vida. Como disse São Paulo aos coríntios, sobre
ela foi erguida toda a catedral de fé do cristianismo. Sem ela, toda a
esperança humana se resume aos limites da vida terrena. Com ela, a vida
terrena é uma vida vicária, uma vida no lugar da verdadeira vida eterna.
"Quem crê em mim, ainda que morra, viverá, e quem vive e crê em mim
nunca morrerá", disse Jesus.
Do ponto de vista do proselitismo religioso, do convencimento dos
fiéis, a ressurreição é vital pela transcendência. Ela é a garantia de
uma graça concedida a toda a humanidade - a da vida eterna. "Sob o
aspecto antropológico da fé, a doutrina da ressurreição é a resposta à
vontade mais primitiva do ser humano, a da imortalidade", diz monsenhor
Antonio Luiz Catelan Ferreira, teólogo da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná. O cristianismo conquistou o paganismo romano com a
promessa da vida eterna, de mãos dadas com o Cristo ressurrecto. Nas
palavras do filósofo marxista alemão Ernst Bloch (1885-1977): "Não foi a
moralidade do Sermão da Montanha que permitiu ao cristianismo
conquistar o paganismo romano, e sim a crença de que Jesus se erguera
dos mortos. Numa era em que os senadores romanos competiam para ver quem
tinha mais sangue de cordeiro na própria toga - acreditando que isso
evitaria a morte -, o cristianismo competia pela vida eterna, e não pela
moralidade"
Pesquisas de
historiadores ajudam a confirmar que, de fato, Jesus caminhou sobre a
região da Galileia há 2.000 anos. As descobertas, no entanto, não devem
satisfazer aqueles que levam a Bíblia ao pé da letra
Galileia há 2.000 anos: O que a história tem a dizer sobre Jesus
O
pesquisador americano Joseph Atwill é categórico: Jesus não passa de um
mito. O personagem, suas palavras e ações fazem parte de uma elaborada
narrativa inventada por aristocratas romanos, com o objetivo de
pacificar os judeus - um povo envolvido em sucessivas rebeliões contra o
império. Atwill apresentou suas ideias em outubro, numa conferência
realizada em Londres, na Inglaterra. "Os romanos perceberam que o melhor
caminho para acabar com a atividade missionária fervorosa entre os
judeus era criar um sistema de crenças que competisse com o deles",
afirmou.
Joseph Atwill não é um acadêmico da área - sua formação é em ciências
da computação. Ele não publicou suas pesquisas em periódicos
científicos e suas ideias estão longe de ser apoiadas por seus pares. No
entanto, sua teoria recebeu atenção mundial, e foi debatida entre
pesquisadores, jornalistas e religiosos. Seu poder está no fato de ela
ser o capítulo mais novo de uma antiga discussão - com quase 2.000 anos
de idade - sobre qual é a verdade por trás de Jesus, seus feitos,
milagres e mensagem.
Para Atwill, a ideia de que Jesus não passaria de uma montagem
histórica deveria funcionar como um duro golpe aplicado pela ciência
contra a ignorância propagada pela religião. "Embora o cristianismo
possa ser um conforto para alguns, ele também pode ser muito prejudicial
e repressivo, uma forma insidiosa de controle mental que levou à
aceitação cega da servidão, pobreza e guerra ao longo da história", diz.
Seu erro é que a existência de Jesus não é mais uma questão de fé, mas
de ciência.
Os acadêmicos da área - historiadores das mais prestigiadas
universidades do mundo - afirmam restar poucas dúvidas sobre a questão.
"Volta e meia aparecem essas hipóteses sobre Jesus ser um mito. Mas, do
ponto de vista metodológico, parece bastante claro que ele realmente
existiu", diz André Chevitarese, professor do Instituto de História da
UFRJ e autor dos livros Jesus Histórico - Uma Brevíssima Introdução e Cristianismos: Questões e Debates Metodológicos (Editora Kline), em entrevista ao site de VEJA.
Jesus histórico - Os historiadores deixam claro que o
personagem estudado por eles não é o mesmo da religião. Eles estão em
busca de informações sobre o homem chamado Jesus, que viveu na Galileia
há 2.000 anos e em torno do qual foi criada a maior religião do mundo.
"Os historiadores não buscam um ser divino, que é impossível de
quantificar, medir e avaliar. O Jesus da história é estritamente
humano", afirma Chevitarese.
Nessa busca pelo Jesus histórico, a perspectiva dos pesquisadores
lembra a de São Tomé, o apóstolo que duvidou de Cristo e exigiu provas
de sua ressurreição. Do mesmo modo, os historiadores não podem acreditar
cegamente no que dizem as religiões e seus líderes, mas devem embasar
tudo que afirmam em evidências. Essas provas não precisam ser,
necessariamente, físicas, como a descoberta de uma ossada ou um túmulo.
"Se esse critério fosse adotado, 95% dos personagens históricos não
seriam reconhecidos", diz o pesquisador.
Hoje, o critério mais importante que os pesquisadores possuem para
atestar a existência de Jesus é o da múltipla confirmação: autores
diferentes, que nunca se conheceram, afirmam fatos semelhantes sobre o
personagem.
Os textos mais antigos sobre Jesus datam do século I, em sua maioria
escritos por seguidores do cristianismo. A exceção é Flávio Josefo, um
historiador judeu que tentou escrever toda a história do povo judaico,
desde o Gênesis até sua época. Ele cita Jesus, João Batista e Tiago
(irmão de Jesus) como exemplos de homens que lideraram movimentos
messiânicos na região da Galileia.
No século seguinte, surgem mais textos de historiadores que citam
Jesus e, principalmente, o movimento iniciado por seus seguidores.
"Esses dados servem para mostrar que não estamos no campo da mitologia.
São autores judeus e romanos, que nunca se tornaram cristãos, e permitem
afirmar de modo muito seguro que Jesus é um personagem histórico."
O homem - A esses textos se somam descobertas
recentes da arqueologia que fornecem informações precisas sobre o tempo e
o espaço em que Jesus viveu. Os dados não são abundantes, mas permitem
esboçar como se pareceria esse personagem histórico real. "Não podemos
afirmar exatamente a cor de pele e cabelo de Jesus. A partir dos
mosaicos e dos afrescos que retratam outros romanos, judeus e sírios que
viviam no mesmo ambiente, a tendência maior é de vermos um Jesus de
cabelos preto, com a pele queimada por causa de sol", diz Chevitarese.
Segundo a maior parte dos historiadores, Jesus não nasceu em Belém,
como afirmam algumas passagens bíblicas, mas em Nazaré - uma pequena
aldeia montanhosa da Galileia, cuja população era camponesa e girava em
torno de 500 indivíduos. "A aldeia não tinha nenhuma relevância
política, não possuía construções públicas ou sinagogas. Os escritores
dos Evangelhos mudaram o lugar por razões teológicas, para que o
nascimento de Cristo confirmasse algumas profecias do Antigo
Testamento."
Jesus teria nascido na pequena vila em torno do ano 4 A.C., e teria
passado a maior parte de sua vida na região, sem nunca pisar em uma
cidade grande. A exceção acontece quando ele entra em Jerusalém - ato
que teria como consequência sua crucificação pelas autoridades romanas.
Sua morte deve ter acontecido por volta dos anos 35 e 36 D.C., pouco
tempo depois de João Batista também ter sido morto pelos romanos,
segundo a narrativa de Flávio Josefo.
A mensagem - Segundo os historiadores, tão
importante quanto quem era Jesus é o que ele dizia - foi sua mensagem
poderosa que repercutiu em todo o mundo e, séculos mais tarde, deu
origem às diversas vertentes religiosas. "Ele era um camponês pobre que,
diante das injustiças que o mundo apresentava, defendia a instauração
do Reino de Deus - um reino de justiça e fartura, sem hierarquias
sociais", diz Chevitarese.
A mensagem espiritual - e messiânica- de Jesus era voltada
especialmente aos judeus de seu tempo. Ela, no entanto, adquiria caráter
político ao afrontar o Império Romano e setores da elite judaica. Foi
justamente a força dessa mensagem, e os rebanhos que ela poderia
angariar, que levaram à sua crucificação e morte. Como aconteceu muitas
vezes na história, no entanto, o assassinato de Jesus não conseguiu
matar suas ideias.
Jesus teológico - Jesus nunca chegou a colocar suas
ideias no papel (nem poderia, os historiadores afirmam que ele era
analfabeto). A maior parte do que chega aos dias de hoje sobre o
personagem e suas ideias foi escrito por seguidores das primeiras
comunidades cristãs, duas ou três gerações depois de sua morte. Os
autores não estão preocupados em transmitir uma versão fiel dos fatos,
como uma biografia, mas em defender os pressupostos de sua fé. Assim, os
primeiros cristãos que escrevem sobre Jesus - os evangelistas - já não
estão fazendo história, mas teologia.
Nessa época o cristianismo começava a se distanciar do judaísmo em
que ele estava originalmente inserido, e a se aproximar do Império
Romano - o que exigiu algumas mudanças em sua mensagem. "Ao serem
escritas, suas ideias começam a ser diluídas, pois vários filtros são
impostos. Primeiro, Jesus é um indivíduo de fala aramaica, mas quase
tudo que conhecemos sobre ele está escrito em grego. Além disso, os
textos são destinados a convencer um público urbano, muito diferente dos
camponeses para quem Jesus pregava", diz Chevitarese.
Com o passar dos séculos, isso abriu margem para que vários teólogos
interpretassem as escrituras de maneiras variadas, criando as inúmeras
vertentes do cristianismo que se encontram nos dias de hoje. Assim, a
depender de quem faz a homilia, Jesus pode ser visto como um personagem
sagrado ou humano, santo ou falho, foco de paz ou de guerra, de
fundamentalismo ou de liberdade.
É por isso que o estudo do Jesus histórico é importante. "Ele pode
ajudar a colocar um freio naqueles que querem transformar pressupostos
teológicos em verdades históricas", diz Chevitarese. Seu objetivo não é
acabar com a teologia ou retirar da história de Jesus seu caráter
espiritual. O que a ciência faz é descobrir o que, de fato, pode ser
afirmado sobre o homem e sua época. As muitas lacunas que permanecerão
abertas apresentam mistérios suficientes para que a religião possa se
instalar.
Os autores dos Evangelhos conheceram Jesus?
A maior parte dos historiadores concorda que nenhum dos evangelistas
foi testemunha ocular da vida de Jesus. Os Evangelhos, na verdade,
faziam parte de uma grande variedade de textos que circulavam nos
primeiros séculos depois de Cristo e representavam o que algumas das
comunidades cristãs pensavam (os Evangelhos que foram deixados de lado
pela tradição católica se tornaram conhecidos como apócrifos).
Os textos têm autoria anônima, e os pesquisadores possuem poucas
informações sobre sua exata origem geográfica. O que se sabe é que eles
foram criados a partir de relatos, memórias, tradições e textos mais
antigos, que circulavam entre as primeiras comunidades cristãs. Eles
teriam sido escritos entre o ano 60 e o 120, e só no século II é que
seus autores foram atribuídos — o primeiro Evangelho a Marcos, e o
último a João.
Com o passar dos séculos — e com a ortodoxia cristã tendo relações cada
vez mais próximas ao Império Romano — surgiu a preocupação de delimitar
exatamente quais os textos que guardavam a memória verdadeira sobre
Jesus. Por volta do século IV, depois de sérias disputas teológicas, a
Igreja finalmente escolheu quais haviam sido inspirados por Deus —
criando o cânone do Novo Testamento. "Decidiu-se assim quais textos
seria destruídos e quais preservados, e quais tradições cristãs seriam
perseguidas e quais aceitas pela Igreja", diz André Chevitarese,
professor do Instituto de História da UFRJ e autor dos livros "Jesus
Histórico - Uma Brevíssima Introdução" e "Cristianismos: Questões e
Debates Metodológicos" (Editora Kline), em entrevista ao site de VEJA.
Dentre os textos do Novo Testamento, aqueles que os historiadores
atribuem, de fato, a alguém que conviveu com Jesus são as encíclicas
escritas por Paulo — pelo menos sete delas teriam sido ditadas pelo
apóstolo. "Na forma como o Novo Testamento está organizado, os quatro
Evangelhos aparecem antes dos textos de Paulo. No entanto, as encíclicas
foram escritas primeiro. O pesquisador tem de começar a ler por elas —
assim fica mais fácil entender a evolução das primeiras comunidades
cristãs."
Como era a família de Jesus?
A família de Jesus é citada em diversos pontos das escrituras, de Maria
e José até seus irmãos e primos. No Evangelho de Marcos, o primeiro a
ser escrito, seus parentes são mostrados de forma bastante distanciada.
Em certo momento, eles tratam Jesus como maníaco, afirmando que suas
atividades como pregador só poderiam ser fruto da loucura. Jesus se
afasta, e passa a defender uma nova percepção de família, formada por
aqueles que estão juntos dele, fazendo a vontade de Deus.
Nos outros Evangelhos, no entanto, a família é mostrada como sendo
muito mais próxima do movimento de Jesus — com destaque especial para a
figura de Maria, presente em momentos-chave da história. Em Atos dos
Apóstolos, o livro bíblico que narra o que acontece com os discípulos
após a ressurreição, a família recebe ainda mais destaque: os parentes
de Cristo estão entre os principais pregadores da nova religião cristã
que passa a ser construída. Dessa vez, o destaque fica para Tiago, irmão
de Jesus e um dos principais líderes do cristianismo primitivo.
"Do primeiro texto, em que a família vê Jesus como um louco, ao último,
onde são eles que levam adiante o cristianismo, parece haver uma
contradição — mas não necessariamente. Pode ser que, com o passar do
tempo, a família tenha se reaproximado de Jesus, e tomado seu lugar na
Igreja", diz André Chevitarese.
A citação bíblica aos irmãos de Jesus é alvo de grandes discussões
entre acadêmicos e teólogos, pois pode afrontar uma das principais
crenças da igreja católica: a da virgindade de Maria. Ao longo dos
séculos, os teólogos católicos esboçaram possíveis explicações para
isso. Uma delas diz que eles seriam, na verdade, meios-irmãos de Jesus,
filhos de um primeiro casamento de José. Outra explicação afirma que o
termo grego utilizado no texto bíblico original pode significar tanto
primo quanto irmão, e teria havido uma confusão nas traduções.
Essa segunda interpretação também pode estar correta. "A noção de
família que se apresenta no contexto do século I mediterrâneo é muito
diferente da atual. Ela é uma família extensiva, onde todos os parentes
orbitam em torno de uma figura masculina mais velha. Nesse ambiente, o
primo pode, sim, ser um irmão."
João Batista existiu?
Assim como Jesus, João Batista é um personagem histórico. Segundo
diversas fontes da época, ele era um importante pregador judeu que viveu
na Galileia durante o século I. O tipo de movimento messiânico
comandado por João e Jesus era bastante comum na época. Esmagados pelo
Império Romano, os camponeses judeus eram levados a esperar pela
intervenção de um salvador que fosse mudar os rumos da história. O
historiador judeu Flávio Josefo cita dezenas de candidatos a messias em
seus textos.
Segundo as fontes históricas, o movimento liderado por João Batista
chegou a ser, por certo tempo, mais importante que o de Jesus. "O número
de páginas que Josefo dedica a Batista é muito maior do que o dedicado a
Jesus. O historiador narra como Herodes reconhece sua força e manda
matá-lo. Isso mostra que era Batista quem realmente desafiava Roma em
sua época", diz André Chevitarese.
Na verdade, segundo os historiadores, Jesus pode ter sido um discípulo
de João Batista — teria sido com ele que aprendeu a batizar, exorcizar e
a desafiar as autoridades romanas. Acontece que, em algum momento,
discípulo e mestre romperam. "As ideias dos dois eram muito diferentes.
Enquanto João acreditava em preparar o caminho para um personagem divino
intervir na história, Jesus dizia que essa personagem já veio, e era
ele mesmo", diz o pesquisador.
Os próprios Evangelhos podem servir para mostrar o quanto João Batista
era importante em seu tempo histórico. Segundo os pesquisadores, a
necessidade que os evangelistas demonstram ter de citá-lo em seus textos
se deve ao fato de sua memória ainda continuar forte no século I.
Assim, os autores precisam mostrar que esse personagem, que até então
permanecia independente do cristianismo, poderia ser amarrado à sua
própria teologia. "Os cristãos tiveram a necessidade de mostrar que João
Batista enxergou em Jesus o Messias. Assim, eles conseguiram demonstrar
ainda mais o valor de Jesus."
Jesus sabia ler?
Jesus demonstra saber ler em dois momentos da Bíblia. O primeiro deles
acontece no Evangelho de Lucas, quando ele entra em uma sinagoga na
cidade de Nazaré e começa a ler textos escritos pelo profeta Isaías. O
segundo é mostrado no Evangelho de João, onde Jesus aparece escrevendo.
Logo depois de intervir no apedrejamento de uma mulher — usando o
conhecido desafio de "quem nunca tiver pecado que atire a primeira
pedra" — ele se abaixa e começa a escrever no chão.
O problema é que ambos os trechos apresentam problemas. Não existe
nenhum indício de sinagoga em Nazaré e, mais importante, o verbo grego
para ler é o mesmo para memorizar — Jesus poderia simplesmente ter
decorado a passagem de Isaías. Ao mesmo tempo, o trecho tirado do
Evangelho de João (capitulo 8, versículo 8) é bastante discutido entre
os pesquisadores. Muitos deles vêm a passagem como uma alteração tardia
feita à Bíblia, adicionada já no século V.
A verdade é que as estimativas dos historiadores mostram que entre 95% e
98% da população que vivia naquela região do mediterrâneo era
analfabeta. Seria natural que Jesus, um camponês pobre que nasceu e
nunca saiu daquele ambiente, estivesse dentro dessa estatística.
"Na verdade, o maior incômodo com o fato de Jesus ser analfabeto vem do
mundo contemporâneo. Hoje, se assume que uma liderança — politica,
religiosa ou econômica — precisa ter feito até faculdade, quanto mais
saber ler. Mas essa não era uma demanda dos discípulos."
Qual era a religião de Jesus?
"Jesus nasceu judeu, viveu judeu, e morreu judeu", responde André
Cheviterese. Foi só nos séculos seguintes à sua morte que a Igreja
começou a se distanciar do judaísmo e a se aproximar do Império Romano.
Nesse processo, a teologia cristã vai se tornando cada vez mais arredia
aos judeus, resvalando até no antissemitismo — o que transparece nos
Evangelhos, principalmente no de João.
"Acho que a base para se entender isso está na tensão que é criada
entre a comunidade cristã joanina [que se pretendia seguidora do
apóstolo João] e a religião judaica. A partir da década de 80 do século
I, seu proselitismo se torna tão agressivo que eles são expulsos das
sinagogas. A partir daí, se tornam muitos hostis", diz o pesquisador.
Assim, no Evangelho de João (capítulo 8, versículo 44), Jesus se refere
aos judeus como Filhos do Diabo, adoradores de um Deus homicida e
mentiroso. Do mesmo modo, a narração deixa de mostrar Jesus sendo morto
de forma sumária pelos romanos. Segundo os textos, ele é assassinado a
pedido dos judeus — Pôncio Pilatos até lava as mãos.
"Essas passagens não deixaram de ser repercutidas desde então, e foram
usadas, inclusive, para perseguir os judeus. Por sorte, a Igreja se
desviou dessa visão nas últimas décadas", afirma o historiador.
Jesus seria casado com Maria Madalena?
Maria Madalena é uma das figuras mais importantes e disputadas de todo o
cristianismo. Ela costuma ser usada como a prova de que Jesus teria
apóstolos e apóstolas — o que contraria a doutrina religiosa de só
permitir padres do sexo masculino. Mais que isso, ela é uma personagem
central dos Evangelhos, pois é a primeira a visitar o sepulcro de Jesus e
perceber que seu corpo não estava lá — e a primeira a reconhecer o
Cristo ressuscitado.
Do século I ao IV, houve uma grande disputa dentro do cristianismo para
decidir se mulheres poderiam ou não assumir funções de proeminência nos
ritos religiosos. "No ano 591, o papa Gregório Magno proferiu uma
homilia onde juntava duas personagens diferentes citadas no Evangelho de
Lucas. Ele afirma que uma mulher vista como pecadora (uma prostituta) e
Maria Madalena eram a mesma pessoa. Desse modo, sugere que as mulheres
são demoníacas", afirma Chevitarese.
No século XIX, a Igreja finalmente voltou atrás: Maria Madalena deixa
de ser prostituta e é promovida a santa. Mesmo assim, sua imagem como
pecadora continua entranhada no imaginário cristão.
Quanto às teorias que defendem seu casamento com Jesus, elas têm origem
em uma passagem do Evangelho de Felipe, um dos livros apócrifos, onde
os dois personagens aparecem se beijando. "Analisando esse trecho com os
olhos de hoje, alguns pesquisadores enxergaram um elemento erótico na
cena. Mas no mesmo evangelho Jesus beija seus apóstolos homens. Isso não
tinha nada de anormal. Usar isso para afirmar que Jesus tinha um caso
com Maria Madalena passa longe de fazer história."
Jesus foi traído por Judas?
Os pesquisadores costumam concordar que Jesus foi traído e entregue por
um de seus discípulos para o exército romano. Mas o traidor é
desconhecido. A figura de Judas — desde seu nome até seus trejeitos —
parece ter sido criada sob medida para objetivos teológicos.
"Ele é fruto de uma teologia evidentemente antijudaica. Seu nome remete
a Judá, a Judeia. Suas características também vêm das caricaturas que
se fazem dos judeus: ele ama o dinheiro, é traidor e ladrão. Do século 2
em diante, isso vai, de novo, ser usado como ferramenta antissemita.
Quando pensado em seus efeitos de longo prazo, isso é muito cruel. É só
lembrar da malhação de Judas, por exemplo", diz Chevitarese.
As próprias narrativas da morte de Judas servem como exemplo de que o
personagem é mais fruto da teologia do que de história. No Evangelho de
Mateus, ele se enforca. No Ato dos Apóstolos, ele tropeça, rasga a
barriga e morre. E nos textos de Papias, um autor cristão contemporâneo
ao Evangelho de João, ele come até explodir.
Jesus foi crucificado?
A crucificação é, sim, um fato histórico. Já o contexto que a cerca,
como o julgamento de Jesus e a via-crúcis, não é.
Ser pregado em uma cruz era a penalidade aplicada pelos romanos aos
escravos que matavam seus senhores, aos escravos que se rebelavam e aos
rebeldes políticos — categoria onde Jesus poderia ser facilmente
incluído. O historiador Flávio Josefo, por exemplo, cita uma cena onde
milhares de judeus foram crucificados após uma rebelião em Jerusalém.
Quanto à Via Crúcis e ao julgamento, eles dificilmente seriam
realizados pelo governo romano naquelas circunstâncias. Jesus foi preso
em Jerusalém, na sexta-feira que antecede a Páscoa. Acontece que nessa
época do ano a cidade estava lotada de judeus de todos os cantos, desde o
Mediterrâneo até o Oriente Médio, vindos para as festividades. Além
disso, a Páscoa judaica não é uma festa apenas religiosa, mas também
política — ela celebra a passagem dos hebreus da escravidão para a
liberdade.
"Nesse ambiente explosivo, é claro que as autoridades romanas não iam
prender uma liderança judaica, fazer um julgamento público e colocá-lo
para desfilar de forma humilhante pela cidade, arrastando uma cruz. Isso
seria uma provocação desnecessária, um tiro no pé", diz Chevitarese.
Pôncio Pilatos é um personagem histórico. Os pesquisadores sabem, a
partir de escavações arqueológicas da década de 1960, que ele realmente
foi um procurador romano radicado na região da Judeia. Mas não existe
nenhum registro dos ritos seguidos pelo personagem na Bíblia. As
autoridades romanas, por exemplo, nunca se ofereceram para soltar um
prisioneiro judeu, a gosto do público. "Essas passagens foram colocadas
para reforçar o caráter messiânico de Jesus. Elas são baseadas em
profecias do Antigo Testamento, mas sua plausibilidade histórica é
zero."