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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

A profecia do fim do mundo na cultura dos Vikings, do Mazdaísmo e do Hinduísmo





Hinduísmo, séculos 18 a.C. a 10 d.C.


Há mais de 3 mil anos, os hindus já tinham complicadas profecias em livros sagrados como os Vedas e os Puranas." As religiões ocidentais têm uma concepção linear do tempo. Já para a hindu, que influenciou o budismo, o tempo é cíclico, com o Universo alternando fases de atividade e de repouso", diz Swami Nirmalatmananda, ex-presidente da Ordem Ramakrishna no Brasil. S

egundo o hinduísmo clássico, o Cosmo foi criado pelo deus Brahma. Cada dia na vida dele equivale a 4 bilhões de anos humanos — período que representa um ciclo na história do Universo, ou kalpa.

Esse, por sua vez, se divide em mahayugas, períodos de 4 milhões de anos. Mas cabe ao deus Vishnu (não a Brahma) exercer a justiça cósmica. O fim de cada mahayuga é marcado pela decadência moral da humanidade.

É quando Vishnu tem de pôr ordem na casa. Dizem os Puranas que a sua próxima encarnação, chamada Kalki, virá armada com uma espada brilhante como um cometa e "irá destruir os ímpios e os ladrões e todas as mentes devotadas à iniquidade".

A Terra será incinerada e ressurgirá das cinzas. Após cada kalpa, seu dia divino, Brahma irá dormir e, ao fechar os olhos, o Universo desaparecerá nas trevas — para reaparecer bilhões de anos depois, quando ele acordar. Assim, o ciclo de destruição e ressurgimento jamais acaba.

A crença no tempo circular era a concepção mais comum entre os povos da Antiguidade. O estoicismo, linha filosófica surgida na Grécia no século 3 a.C., apregoava a ocorrência da ekpyrosis, a destruição de tudo em uma explosão de fogo purificador a cada 15 mil anos. Os celtas acreditavam que o céu caía periodicamente sobre a Terra — curiosamente, há um mito semelhante entre os brasileiríssimos jurunas.



Vikings, século 8


Os vikings — ou, melhor dizendo, os nórdicos, porque viking era profissão — foram um dos últimos povos europeus a se converterem ao cristianismo. E previram um apocalipse pagão e amoral.

É a lenda do Ragnarok, ou a morte dos deuses, contada nos Eddas, escritos por volta do século 13. Os vikings já eram cristãos e conheciam o Armagedom da Bíblia, mas as histórias falam de seus deuses antigos, que habitavam o mítico país de Asgard, sob o governo de Odin.

O papel de vilão cabia a Loki, expulso de Asgard por causa de suas tramoias contra os parentes divinos. Os vikings acreditavam também na existência de elfos, anões, gigantes e monstros. E quase todas essas espécies sairão na pancada durante o apocalipse mais heavy metal da História.

Tudo começará com o Fimbulvert, um inverno sobrenatural que durará três anos. Loki, então, comandará um exército contra Asgard. Suas tropas incluirão gigantes e monstros, como Fenrir, o lobo demoníaco, e Jormungad, uma serpente saída dos confins do oceano. Heimdall, o arauto dos deuses, soprará sua trombeta — e aí, sim, o tempo vai fechar. Até o manda-chuva Odin morrerá, devorado pelo lobo. Asgard virará um cemitério. E os humanos serão exterminados por tabela.

"A mitologia nórdica pode ser vista como uma mistura das concepções linear e circular do tempo", diz o historiador Johnni Langer, da UFMA. "Por um lado, o céu e a terra renascerão, como nos mitos hindus. Mas não há previsão de outras destruições." Não haverá paraíso nem inferno, até porque os vikings não tinham os conceitos de pecado e julgamento cristãos nas lendas originais que inspiraram os Eddas. "Haverá um novo Universo semelhante ao anterior", afirma Langer.


Mazdaísmo, séculos 5 a.C. a 9 d.C.



Mas quem, então, esticou o tempo em uma linha reta? O criador dessa visão de Juízo Final foi o persa Zaratrusta (ou Zoroastro). Ele teria nascido entre os séculos 10 e 5 a.C. no atual Irã. Filho de um agricultor pobre, partiu aos 30 anos para viver sozinho no deserto. Saiu de lá com os princípios de uma nova religião, o mazdaísmo, que logo se espalhou por toda a Pérsia.

Ela cultuava um só deus e admitia a existência de sua antítese maligna. O demoníaco Arimã guerreava constantemente contra o benfazejo Ahura Mazda pelo controle do Universo. Essa batalha era um grande drama cósmico com um desfecho definitivo, narrado no Zend Avesta e no Bundashin (escritos entre os séculos 5 a.C. e 9 d.C.).

Num futuro indeterminado, Ahura enviará à Terra seu último profeta: Shaosyant, que ressuscitará os cadáveres de sua tumba. Depois, um Anjo de Fogo derreterá as montanhas.

O mundo será coberto por um oceano de lava e metal — os vivos e os mortos terão de atravessá-lo descalços. "Para os justos, o rio de fogo será suave como leite fresco, mas os ímpios e os pecadores arderão nas chamas, até serem purificados", diz o Bundashin. O mundo será reconstruído, Arimã será destruído e o mal deixará de existir.

Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/


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