Após enfrentar um problema que deixou seus instrumentos científicos em modo de segurança por 42 dias, o telescópio espacial Hubble tem uma grande variedade de dados em arquivo para serem processados. Assim, quase que diariamente, os astrônomos têm sido surpreendidos com imagens coletadas pelo observatório durante seu período offline, que aos poucos vêm sendo analisadas.
Na última semana, a equipe divulgou os resultados de uma das mais recentes observações feitas pelo telescópio espacial de 31 anos. Nesta imagem, é possível ver uma intensa atividade acontecendo nas profundezas de uma nuvem de gás aparentemente serena.
Telescópio Hubble ajuda a compreender a formação e a evolução das estrelas
Trata-se da NGC 689, uma espécie de nebulosa que os especialistas costumam chamar de “nebulosa planetária”. Esse termo, conforme destaca o site Space, vem de um erro antigo de identificação, de uma época em que os telescópios ainda eram muito precários.
Ela foi descoberta na constelação de Golfinho pelo astrônomo Ralph Copeland em 1884. Embora o nome pareça indicar alguma relação com planetas, as nebulosas planetárias são, na verdade, uma etapa da evolução estelar, que ocorre logo após explosões de supernovas que liberam todo o gás hidrogênio de seus núcleos.
Anãs brancas remanescentes dessas explosões permanecem para trás e vão esfriando lentamente – o que caracteriza essas nebulosas.
Por meio das observações do telescópio Hubble, os cientistas podem aprender ainda mais sobre como essas nuvens de gás se formaram e evoluíram, além de estabelecer medidas mais precisas da distância até outros objetos do tipo.
Nas imagens de alta definição captadas pelo Hubble, é possível ver nós e filamentos em volta da anã branca incrustada nas profundezas da nuvem.
Os dados também mostram que o halo externo do gás está se expandindo mais rápido do que a parte mais interna da nebulosa, e as observações captam até conchas de gás que são orientadas em direções diferentes.
“A partir de seus movimentos, os astrônomos estimam que uma das conchas tem 4,8 mil anos, enquanto o halo externo tem cerca de 28 mil anos, indicando uma série de explosões da estrela moribunda em momentos diferentes”, explicou a Nasa em comunicado.
Segundo a equipe Hubble, o brilho intenso da NGC 6891 ocorre quando as estrelas anãs brancas se ionizam, ou retiram elétrons, do gás hidrogênio circundante. “À medida que os elétrons energizados revertem de seu estado de alta energia para um estado de baixa energia ao se recombinarem com os núcleos de hidrogênio, eles emitem energia na forma de luz, fazendo com que o gás da nebulosa brilhe”.
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