E Osetuwa dirigiu-se a Eshu Odara e pediu-lhe a ajuda para levar as
Oferendas dos Imole a Olorun. E Eshu Odara respondeu a Osetuwa:
Como ?
Jamais pensei que você viesse me avisar antes de partir !
Por este seu gesto, hoje o Orun / Além lhe abrirá as portas.
E, então, Osetuwa e Eshu Odara puseram-se a caminho e partiram em direção aos portões do Orun. Quando lá chegaram, as portas já se encontravam abertas.
Osetuwa, então, pôde entregar as Oferendas dos Imole a Olorun e Este, aceitando-as por virem através de Imole Eshu, deu a Osetuwa .."todas as coisas necessárias à sobrevivência do Mundo". Osetuwa voltou ao Aiye / Mundo Material e tudo frutificou novamente!
Tão gratos lhe ficaram os Imole que o cobriram de presentes e o celebraram como o único dentre eles que conseguira levar as Oferendas ao Orun. Mas Osetuwa, com humildade, levou todos os presentes que recebera e deu-os todos a Eshu Odara.
Quando os deu a Eshu, o mesmo disse :
-“ Como ??? Há tanto tempo eu entrego os sacrifícios e nunca houve ninguém para retribuir-me a gentileza !
-“ Você, Osetuwa, todos os sacrifícios que eles fizerem sobre a Terra se não os entregarem primeiro a você para que você os possa trazer a mim farei com que as Oferendas não sejam aceitas!
E foi assim que Osetuwa tornou-se em um poderoso Akin Oso / Manipulador do Poder, duplamente por seu nascimento e pela confirmação de Imole Eshu Odara, por ter mostrado a todos os Imole que Eshu era realmente o Osije / Mensageiro Divino e que também tinha o poder de aceitar ou recusar os sacrifícios rituais porque era o verdadeiro Eleru/Senhor da Obrigação Ritual.
A partir de então, os seiscentos Imole decidiram dar ao Imole Eshu um “pedaço de suas próprias bocas” para que ele pudesse falar por todos, quando fosse perante Olorun, pois era patente que ele era o outro Imole, além de Orunmila, que podia apresentar-se perante Ele. Imole Eshu, muito sabiamente, “uniu todos esses pedaços em sua própria boca” e assim tornou-se o Enu Gbarijo / Boca Coletiva de todos os Imole.
Desde então, corno retribuição de Eshu aos outros Imole, cada um desses possui ao seu lado o seu Eshu Okoto / Caracol, o Mais Um, a quem ambos delegam os seus poderes. Desta forma, por delegação espontânea de todos os Imole, Eshu tornou-se também o Elegbara / Senhor do Poder Mágico. E como toda a Criação é também regida pelos Imole, todo o Ser vivente no Aiye / Mundo, assim como possui o seu Olori, ou seja, o seu Orixá ou sua Ebora, que são o Senhor ou a Senhora de sua Ori / Cabeça, também tem que ter o seu Eshu Bara / Eshu do Corpo, pois Bara vem de Oba = Senhor + Ara = Corpo.
Isto explica muitas coisas que são atribuídas nos cultos afro-brasileiros a Eshu, pois que ele é responsável pela natural atividade sexual, que é um atributo do corpo, pois sem ela não há procriação, que é multiplicação e abundância, quer seja vegetal, animal ou humana.
E, para isso, Imole Eshu, sendo o Elegbara e o Bara, recebeu de Olorun os instrumentos-símbolos desta sua ação dinamizadora e frutificadora :
- o Ado Iran, a Cabaça arredondada de longo pescoço, o recipiente de poder mágico que contém inesgotável Axé / Força Mágica, bastando ser apontada a um objetivo para emanar e propagar esse poder mágico ;
- o Gorro ou Penteado tradicional em coque de ponta alongada e caída, terminada na forma da glande peniana humana.
Daí ser o Pênis humano, em ereção, uma de suas mais populares e ancestrais representações, feitas em pedra, como as da localidade africana de Tondediru, ou, mais simplesmente, modeladas em barro à beira dos caminhos. E este foi, como já dissemos no início, um dos aspectos de Imole Eshu que mais escandalizou os missionários de outras religiões, que então dispararam contra ele todas as suas “armas”
Mas, nunca atentaram para o fato de que em nenhum dos milhares de Versos de Contos de lfá, Imole Eshu jamais - repitamos - jamais assume a função de procriador e mais : suas diversas formas multiplicativas têm por origem a divisão do seu próprio Ser em “milhares” de partes pela espada de Orunmila.
Como ?
Jamais pensei que você viesse me avisar antes de partir !
Por este seu gesto, hoje o Orun / Além lhe abrirá as portas.
E, então, Osetuwa e Eshu Odara puseram-se a caminho e partiram em direção aos portões do Orun. Quando lá chegaram, as portas já se encontravam abertas.
Osetuwa, então, pôde entregar as Oferendas dos Imole a Olorun e Este, aceitando-as por virem através de Imole Eshu, deu a Osetuwa .."todas as coisas necessárias à sobrevivência do Mundo". Osetuwa voltou ao Aiye / Mundo Material e tudo frutificou novamente!
Tão gratos lhe ficaram os Imole que o cobriram de presentes e o celebraram como o único dentre eles que conseguira levar as Oferendas ao Orun. Mas Osetuwa, com humildade, levou todos os presentes que recebera e deu-os todos a Eshu Odara.
Quando os deu a Eshu, o mesmo disse :
-“ Como ??? Há tanto tempo eu entrego os sacrifícios e nunca houve ninguém para retribuir-me a gentileza !
-“ Você, Osetuwa, todos os sacrifícios que eles fizerem sobre a Terra se não os entregarem primeiro a você para que você os possa trazer a mim farei com que as Oferendas não sejam aceitas!
E foi assim que Osetuwa tornou-se em um poderoso Akin Oso / Manipulador do Poder, duplamente por seu nascimento e pela confirmação de Imole Eshu Odara, por ter mostrado a todos os Imole que Eshu era realmente o Osije / Mensageiro Divino e que também tinha o poder de aceitar ou recusar os sacrifícios rituais porque era o verdadeiro Eleru/Senhor da Obrigação Ritual.
A partir de então, os seiscentos Imole decidiram dar ao Imole Eshu um “pedaço de suas próprias bocas” para que ele pudesse falar por todos, quando fosse perante Olorun, pois era patente que ele era o outro Imole, além de Orunmila, que podia apresentar-se perante Ele. Imole Eshu, muito sabiamente, “uniu todos esses pedaços em sua própria boca” e assim tornou-se o Enu Gbarijo / Boca Coletiva de todos os Imole.
Desde então, corno retribuição de Eshu aos outros Imole, cada um desses possui ao seu lado o seu Eshu Okoto / Caracol, o Mais Um, a quem ambos delegam os seus poderes. Desta forma, por delegação espontânea de todos os Imole, Eshu tornou-se também o Elegbara / Senhor do Poder Mágico. E como toda a Criação é também regida pelos Imole, todo o Ser vivente no Aiye / Mundo, assim como possui o seu Olori, ou seja, o seu Orixá ou sua Ebora, que são o Senhor ou a Senhora de sua Ori / Cabeça, também tem que ter o seu Eshu Bara / Eshu do Corpo, pois Bara vem de Oba = Senhor + Ara = Corpo.
Isto explica muitas coisas que são atribuídas nos cultos afro-brasileiros a Eshu, pois que ele é responsável pela natural atividade sexual, que é um atributo do corpo, pois sem ela não há procriação, que é multiplicação e abundância, quer seja vegetal, animal ou humana.
E, para isso, Imole Eshu, sendo o Elegbara e o Bara, recebeu de Olorun os instrumentos-símbolos desta sua ação dinamizadora e frutificadora :
- o Ado Iran, a Cabaça arredondada de longo pescoço, o recipiente de poder mágico que contém inesgotável Axé / Força Mágica, bastando ser apontada a um objetivo para emanar e propagar esse poder mágico ;
- o Gorro ou Penteado tradicional em coque de ponta alongada e caída, terminada na forma da glande peniana humana.
Daí ser o Pênis humano, em ereção, uma de suas mais populares e ancestrais representações, feitas em pedra, como as da localidade africana de Tondediru, ou, mais simplesmente, modeladas em barro à beira dos caminhos. E este foi, como já dissemos no início, um dos aspectos de Imole Eshu que mais escandalizou os missionários de outras religiões, que então dispararam contra ele todas as suas “armas”
Mas, nunca atentaram para o fato de que em nenhum dos milhares de Versos de Contos de lfá, Imole Eshu jamais - repitamos - jamais assume a função de procriador e mais : suas diversas formas multiplicativas têm por origem a divisão do seu próprio Ser em “milhares” de partes pela espada de Orunmila.
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