Usos e costumes ancestrais de outros povos, legítimos e fundamentados à
sua época, podem muito bem serem transmudados em novos tempos, como já
acontecia mesmo em áfrica, aonde os Babalawos tinham, a seu critério, o
poder de substituir os animais preceituados para oferenda por suas
penas, escamas e couros, devendo o valor de mercado do animal a ofertar
ser distribuído, em esmolas, entre os carentes de sua comunidade.
Por outro lado, a atuação do Imole Eshu como Mensageiro dos Orixás para a entrega de oferendas a Olorun, dificilmente é compatível ou coerente com a sua posterior identificação com o "Satã" pelos cristãos e muçulmanos. Tal tentativa de analogia, só se explica por não se encontrar no Credo Iorubá a idéia de “diabo” ou “inferno”, como se os entendem em outras religiões não-africanas.
De fato, mesmo face à situação irregular dos suicidas, no pensamento Iorubá, seres carentes de coragem em enfrentar seu próprio destino, os Iorubanos jamais criaram a idéia grosseira de uma eterna punição; para eles, prêmio ou castigo eram provações a serem experimentadas aqui mesmo nesta Terra ou pela falta de retorno à ela.
Assim, a idéia de um "Êxú" essencialmente trevoso e mau é uma contrafação sincrética com o “diabo” medieval católico, forçada e imposta pela escravidão e conseqüente perda de valores iniciatórios das religiões africanas no Brasil, mas que nunca existiu em áfrica em tempo algum.
E, muito embora nas lendas populares, Imole Eshu passasse a ser conhecido como "manhoso", “trapaceiro" e notoriamente "encrenqueiro", mormente se não for "apaziguado" por seu Ebo, a sua suposta imagem de malignidade decorre, na verdade, de ele ter o importante papel de Executor Divino, punindo aqueles que descuram as oferendas prescritas para eles, mas recompensando aqueles que as cumprem.
Entretanto, ele nada faz por conta própria, servindo fielmente a Olorun e ao Orixá Orunmila-Ifá. Também, os Orixás e as Eborás podem convocá-lo para se utilizar da variedade de punições postas sob o seu comando. E isto porque, com imensa sabedoria, o Credo Iorubano ancestral prega que Orixá algum pune diretamente seus “Filhos", mesmo os transviados, os transgressores e os ofensores : isto é função do Imole Eshu.
Os Versos dos Contos de lfá dizem que Imole Eshu é também encarregado por Olorun para vigiar as ações de outras Divindades no Aiye / Terra. E isto só pode se dar, dizem os fiéis, porque ele é notável e notoriamente equânime no seu papel de Executor Divino.
É por tudo isso que todos os devotos de todas os Orixás e Eborás se voltam para Orunmila-lfa em tempos de dificuldades, buscando essa equanimidade e, a conselho dos Babalaôs, oferendam a Imole Eshu e, por seu intermédio, a Olorun.
Para que os Babalaôs não se excedam nas prescrição dessas oferendas, lmole Eshu está sempre presente na Divinação Sagrada de Ifá, como o décimo sétimo lkin / Coquinho de Dendê, o Olori lkin / Senhor (o Cabeça dos Coquinhos de Dendê Consagrados), o qual leva a sua efígie gravada.
Por essa razão, este décimo sétimo lkin é também chamado de Oduso / Vigia dos Odu, do verbo Iorubá So / Vigiar, ou seja, colocado no Tabuleiro de Ifá em uma posição tão privilegiada quanto a do Babalaô, ele representa Eshu Oduso que é o Vigia dos Odu / Signos-Resposta do Sistema lfá e, conseqüentemente de suas verdadeiras interpretações pelos Babalaôs, pois todo o bom cumprimento do Iwa / Destino do Consulente depende de se bem compreender a Mensagem que Orixá Orunmila quer transmitir ao Consulente.
Daí se compreender que a ligação do Imole Eshu com o Jogo de Ifá é inquestionável.
Assim, como vemos, Imole Eshu não é nem mau nem tenebroso, antes, pelo contrário, freqüenta o Orun /Além, reporta-se diretamente a Olorun e dialoga com os Imole / Divindades e com os Onile / Antepassados. Ele também não é vingativo indiscriminadamente, mas é o Transformador Divino que trata com equanimidade Divindades, Ancestrais, Babalaôs e Humanos por ordens de Olorun.
Por outro lado, a atuação do Imole Eshu como Mensageiro dos Orixás para a entrega de oferendas a Olorun, dificilmente é compatível ou coerente com a sua posterior identificação com o "Satã" pelos cristãos e muçulmanos. Tal tentativa de analogia, só se explica por não se encontrar no Credo Iorubá a idéia de “diabo” ou “inferno”, como se os entendem em outras religiões não-africanas.
De fato, mesmo face à situação irregular dos suicidas, no pensamento Iorubá, seres carentes de coragem em enfrentar seu próprio destino, os Iorubanos jamais criaram a idéia grosseira de uma eterna punição; para eles, prêmio ou castigo eram provações a serem experimentadas aqui mesmo nesta Terra ou pela falta de retorno à ela.
Assim, a idéia de um "Êxú" essencialmente trevoso e mau é uma contrafação sincrética com o “diabo” medieval católico, forçada e imposta pela escravidão e conseqüente perda de valores iniciatórios das religiões africanas no Brasil, mas que nunca existiu em áfrica em tempo algum.
E, muito embora nas lendas populares, Imole Eshu passasse a ser conhecido como "manhoso", “trapaceiro" e notoriamente "encrenqueiro", mormente se não for "apaziguado" por seu Ebo, a sua suposta imagem de malignidade decorre, na verdade, de ele ter o importante papel de Executor Divino, punindo aqueles que descuram as oferendas prescritas para eles, mas recompensando aqueles que as cumprem.
Entretanto, ele nada faz por conta própria, servindo fielmente a Olorun e ao Orixá Orunmila-Ifá. Também, os Orixás e as Eborás podem convocá-lo para se utilizar da variedade de punições postas sob o seu comando. E isto porque, com imensa sabedoria, o Credo Iorubano ancestral prega que Orixá algum pune diretamente seus “Filhos", mesmo os transviados, os transgressores e os ofensores : isto é função do Imole Eshu.
Os Versos dos Contos de lfá dizem que Imole Eshu é também encarregado por Olorun para vigiar as ações de outras Divindades no Aiye / Terra. E isto só pode se dar, dizem os fiéis, porque ele é notável e notoriamente equânime no seu papel de Executor Divino.
É por tudo isso que todos os devotos de todas os Orixás e Eborás se voltam para Orunmila-lfa em tempos de dificuldades, buscando essa equanimidade e, a conselho dos Babalaôs, oferendam a Imole Eshu e, por seu intermédio, a Olorun.
Para que os Babalaôs não se excedam nas prescrição dessas oferendas, lmole Eshu está sempre presente na Divinação Sagrada de Ifá, como o décimo sétimo lkin / Coquinho de Dendê, o Olori lkin / Senhor (o Cabeça dos Coquinhos de Dendê Consagrados), o qual leva a sua efígie gravada.
Por essa razão, este décimo sétimo lkin é também chamado de Oduso / Vigia dos Odu, do verbo Iorubá So / Vigiar, ou seja, colocado no Tabuleiro de Ifá em uma posição tão privilegiada quanto a do Babalaô, ele representa Eshu Oduso que é o Vigia dos Odu / Signos-Resposta do Sistema lfá e, conseqüentemente de suas verdadeiras interpretações pelos Babalaôs, pois todo o bom cumprimento do Iwa / Destino do Consulente depende de se bem compreender a Mensagem que Orixá Orunmila quer transmitir ao Consulente.
Daí se compreender que a ligação do Imole Eshu com o Jogo de Ifá é inquestionável.
Assim, como vemos, Imole Eshu não é nem mau nem tenebroso, antes, pelo contrário, freqüenta o Orun /Além, reporta-se diretamente a Olorun e dialoga com os Imole / Divindades e com os Onile / Antepassados. Ele também não é vingativo indiscriminadamente, mas é o Transformador Divino que trata com equanimidade Divindades, Ancestrais, Babalaôs e Humanos por ordens de Olorun.
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