Até hoje, foi confirmada a existência de cerca de quatro mil exoplanetas orbitando ao redor de outras estrelas dentro da Via Láctea, bem como a identificação dos mesmos.
Dentro desta população planetária, no entanto, emergiu um padrão curioso: existem pouquíssimos exoplanetas com um tamanho de 1,5 a duas vezes superior ao da Terra orbitando em volta de suas estrelas, esse fenômeno é conhecido como lacuna de raio de pequenos planetas, explica a Science Alert.
Ante tais observações, surgem várias questões, tais como para onde foram esses planetas, e se alguma vez chegaram a existir. Uma resposta para as últimas, após vários estudos, observações e modelagens, sugere que esses exoplanetas existiram, mas que ao longo dos vários bilhões de anos, foram encolhendo de tamanho.
"O ponto principal é que os planetas não são as esferas rochosas e gasosas estáticas que nós muitas vezes pensamos que são", disse Trevor David, astrofísico do Instituto Flatiron de Nova York, cujo estudo foi publicado no The Astronomical Journal.
David e a sua equipe estudaram o fenômeno em análise através das idades dos exoplanetas que, por sua vez, se formam ao mesmo tempo que suas estrelas. A equipe selecionou vários corpos celestes com menos de dez vezes o tamanho da Terra, registrados no California-Kepler Survey, um projeto que mede de forma precisa as propriedades dos exoplanetas e de suas estrelas.
Sabendo das diferentes características dos exoplanetas, depois, os cientistas os dividiram em dois grupos: os mais jovens, com menos de dois bilhões de anos, e os de idade superior. Para contextualizar, vale lembrar que o Sistema Solar tem cerca de 4,6 bilhões de anos. Ante esta divisão, os pesquisadores encontraram um padrão interessante.
Ao longo de bilhões de anos, os corpos celestes em estudo diminuíram dramaticamente seu tamanho, muitas vezes por causa da perda de sua atmosfera, deixando apenas o seu núcleo rochoso. Ainda são desconhecidas as causas que levam a essa perda, porém, há duas teorias principais.
A primeira é chamada de fotoevaporação, na qual os cientistas pensam que a proximidade entre o planeta e sua estrela contribui para a evaporação da atmosfera planetária, devido à radiação estrelar. A segunda teoria consiste no arrefecimento do núcleo do planeta, do qual o calor escapa para a atmosfera, ajudando-a a se evaporar do astro.
Ambas as suposições ocorrem em diferentes intervalos de tempo, mas adequam-se às observações da equipe. No entanto, mais análises precisam ser conduzidas para determinar o que está, de fato, contribuindo para o encolher dos exoplanetas.
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