No ritual cujo objetivo maior é o de evitar a morte prematura, as doenças de todos os matizes, louva-se o Orixá Omulu – Obaluaiyê – Shapanan, fazendo a conexão Exu – Obaluaiyê, por intermédio do enredo toque-dança, cujo tema é a neutralização dos aspectos maléficos (doenças, pestes) buscando a louvação e a conexão com os bons aspectos de Omulu-Obaluaiyê, que estende-se a todos os benefícios de seus pós de encantamento e cura, fazendo nesse instante a ligação com Exu. Os pós dispensados dos atós de Omulu (cabaças com pós mágicos) se assimilam com os apôs (sacos) de pós mágicos e de encantos de Exu (Realização do Axé). Celebrando nossos ancestrais por intermédio de Exu pudemos reafirmar e reatualizar ou mesmo mudar o caminho (do qual ele é Senhor), do destino, neutralizando a morte prematura, a doença, a miséria em todos os níveis, as desigualdades e preconceitos vários.Realmente Exu é o vencedor da era das trevas, poderoso Guardião do Destino, de um destino alvissareiro e de felicidades a todos nós.
E a entidade sobrenatural Exu, sua valência de ancestralidade primeva, comunicação, transmissão e ação transportadora do Axé, essa força-mágica sagrada que impulsiona nossas vidas para o desenvolvimento como ser humano espiritualizado, consolidando nossa identidade no respeito incondicional à vida, à igualdade entre todos nós! Também todos os Exus em seus vários aspectos, que culminou com a ida a rua, como forma de liberdade, de cidadania religiosa quebrando com os preconceitos e firmando nossos anseios de igualdade e liberdade não somente religiosa, mas social, cultural, política e econômica.
Os Odu-Ifá – vaticínios do oráculo, as respostas signos do destino, afirmou-se nos Odu Oturopon (12º) e Oyeku Meji que o Babalawo estava desacoroçoado, pois não tinha mulher (esposa), dinheiro e muito menos filho. Reclamou, reivindicou a Orunmilá, e esse não lhe respondia. Quando respondeu disse-lhe que seria melhor pedir a Exu. E assim remetido a Exu, o Babalawo ouviu de Exu: - Orunmilá não vê com simpatia ou importância seus pedidos. O que posso lhe aconselhar é que você deve pedir a Ori, pois ele lhe estenderá e lhe satisfará as carências. Aviso-lhe que se ele não fizer ninguém o fará. É sobre esse fundamento é muito importante, pois tem haver com a relação Ori-Orunmilá / Ifá.
E sabemos que a força da Umbanda é Africana, pois cultua os Orixás (Divindades Africanas) e também Indígena, pois cultua o Caboclo-Ancestral brasileiro, dito também o Orixá do Brasil. A “Umbanda Branca”, legítima Escola Umbandista, na forma está vinculada, pelo menos na aparência, ao Espiritismo e Catolicismo (sincretismo). Na essência, na sua doutrina interna é Africana (Orixás) e Indígena (Pajelança) ao mesmo tempo. O “Castiço” (catiço) – o Caboclo – é tido em muitas Religiões Afro-Brasileiras como o Orixá do Brasil.
Após o “retorno” do Caboclo aos “espaços sagrados” (“Aruanda”) deixando suas “ordens de direitos”, seu comando Espiritual às demais entidades que virão cumprir o ciclo iniciado, prepara-se a invocação de Exu – Senhor das Encruzilhadas, dos Caminhos, Porteiro Sagrado entre várias dimensões. Nada terá sentido ou existência se não tiver Exu. Ele é, representa e conduz o Axé, princípio e poder de realizar e fazer crescer, desenvolver todas as coisas, sendo pois, justo, principalmente na Umbanda Traçada, Omolokô e outras mais, ser o primeiro a ser invocado, antes do próprio Orixá, o mesmo acontecendo com as oferendas. Exu é o primeiro a “comer”, pelos motivos aludidos. Com a invocação e chegada dos Caboclos em “terra”, que são entidades espirituais de muito poder espiritual e curativo, tem início o ritual, onde dispensam suas bênçãos a todos os presentes ou ausentes mas que estão sob os influxos de sua poderosa corrente.
“Doenças Espirituais” Mediunidade desajustada, “encostos”, “quebrantos”, “mal olhados”, perseguição de Eguns, de Arajés, Magia Negra – atuação no campo espiritual bloqueando a espiritualidade e o desempenho na vida social e emotiva-sexual; problemas mentais vários; problemas acompanhados de depressão , ansiedades, manias, distimias e principalmente, o medo, entre outros tantos. Com Exu no reino, atendendo e encaminhando as pessoas, Ele mesmo, como o primeiro a vir, pode invocar os Orixás (segundo a ordem do Xirê) que trarão suas bênçãos e sua proteção. Após suas bênçãos e transmissão de axé desincorporam de seus “cavalos de santo” na camarinha, completando seus ciclos de vibrações que veiculam axé, iwa e abá.
Lembremos que Oduduwá cria a Terra – Aiyê - (continente-matéria) e Oxalá cria todas as criaturas do Orun, cujos duplos serão manifestados na Terra (Orun – planos sobrenaturais e Aiyê – planos naturais). As águas e o ar movendo-se, uma parte deles transformam-se em lama, que Olorun insuflou no montículo de lama (rochedo vermelho – laterita) seu hálito, dando-lhe a vida (a existência individualizada – Exu) . Reiteraramos que ambos Oxalá - Oduduwá são os genitores espirituais do Universo e da Criação, concessão dada a Eles por Olodumare, representando respectivamente o Poder Masculino (Oxalá) e o Poder feminino (Oduduwá).
Os Orixás da Criação e da Sabedoria, o par Orixalá – Oduá ou Oduduwá, representam a Existência genérica – o Princípio indutor da Criação. Exu por sua vez, o terceiro elemento – a terceira cabaça – IGBA KETÁ é o elemento procriado, a existência diferenciada, individualizada. No futuro, em outros momentos, desdobraremos os sentidos metafísicos, ontológicos de Iwá – Existência, Axé – realização e Abá – sentido, direção, enfim a mesma Triunidade Cósmica – o Tríplice Caminho – patrimônio de todas as tradições, que traduzimos, “decodificamos” para as Tradições das Religiões Afro-brasileiras.
Exu é o indutor da autodeterminação, da quebra de interdições sociais, que limitam a liberdade, por isso dá aos homens acesso aos meios mágicos – religiosos de melhorar sua sorte. Os mitos de Orunmilá Ifá afirmam que Exu persuadiu a Lua e o Sol a trocarem seus domínios, mudando assim a ordem das coisas, contrário pois, como se percebe, à manutenção do status quo. Nessa análise estabelece a distinção entre dois princípios: o apolíneo e o dionisíaco – a partir respectivamente de Apolo (deus da razão, da clareza, da ordem) e Dionísio (deus da aventura, da música, da desordem).
Infelizmente essas discussões complementares da realidade foram segregadas na época de Sócrates, que ao optar pelo culto à razão, minou a seiva, a semente criadora da filosofia na dimensão dionisíaca (Cotrin, 1988). Talvez Nietzsche esteja certo e tenha a resposta às dúvidas que suscitamos. Sim, na sua obra crítica à tradição da filosofia ocidental a partir de Sócrates, ele a acusa de ter negado a intuição criadora da filosofia anterior, a pré-socrática.
Exu em seus aspectos cósmicos, sociais e individuais, pode-se entender porque de Exu ser demonizado e, infelizmente, ser mal interpretado por dentro de alguns setores, se bem que isolados das religiões do Orixá. Nos Orixirixi (contos imemoriais dos Itanifás) de Exu encontraremos o tributo de Exu – Igba Ketá, isto é a terceira cabaça, o terceiro criado, pois os primeiros foram Oxalá e Odudwá. O mesmo fundamento, ou seja, as várias qualidades de Exu, demonstra a ligação direta do mesmo com Orunmilá Ifá, com o destino individual (Bará), igualmente com o conceito de Exu ser Enu Gbarijó (Boca Coletiva), manifestando a vontade de todos os Orixás.
Os Odu-Ifá – vaticínios do oráculo, as respostas signos do destino, afirmou-se nos Odu Oturopon (12º) e Oyeku Meji que o Babalawo estava desacoroçoado, pois não tinha mulher (esposa), dinheiro e muito menos filho. Reclamou, reivindicou a Orunmilá, e esse não lhe respondia. Quando respondeu disse-lhe que seria melhor pedir a Exu. E assim remetido a Exu, o Babalawo ouviu de Exu: - Orunmilá não vê com simpatia ou importância seus pedidos. O que posso lhe aconselhar é que você deve pedir a Ori, pois ele lhe estenderá e lhe satisfará as carências. Aviso-lhe que se ele não fizer ninguém o fará. É sobre esse fundamento é muito importante, pois tem haver com a relação Ori-Orunmilá / Ifá.
E sabemos que a força da Umbanda é Africana, pois cultua os Orixás (Divindades Africanas) e também Indígena, pois cultua o Caboclo-Ancestral brasileiro, dito também o Orixá do Brasil. A “Umbanda Branca”, legítima Escola Umbandista, na forma está vinculada, pelo menos na aparência, ao Espiritismo e Catolicismo (sincretismo). Na essência, na sua doutrina interna é Africana (Orixás) e Indígena (Pajelança) ao mesmo tempo. O “Castiço” (catiço) – o Caboclo – é tido em muitas Religiões Afro-Brasileiras como o Orixá do Brasil.
Após o “retorno” do Caboclo aos “espaços sagrados” (“Aruanda”) deixando suas “ordens de direitos”, seu comando Espiritual às demais entidades que virão cumprir o ciclo iniciado, prepara-se a invocação de Exu – Senhor das Encruzilhadas, dos Caminhos, Porteiro Sagrado entre várias dimensões. Nada terá sentido ou existência se não tiver Exu. Ele é, representa e conduz o Axé, princípio e poder de realizar e fazer crescer, desenvolver todas as coisas, sendo pois, justo, principalmente na Umbanda Traçada, Omolokô e outras mais, ser o primeiro a ser invocado, antes do próprio Orixá, o mesmo acontecendo com as oferendas. Exu é o primeiro a “comer”, pelos motivos aludidos. Com a invocação e chegada dos Caboclos em “terra”, que são entidades espirituais de muito poder espiritual e curativo, tem início o ritual, onde dispensam suas bênçãos a todos os presentes ou ausentes mas que estão sob os influxos de sua poderosa corrente.
“Doenças Espirituais” Mediunidade desajustada, “encostos”, “quebrantos”, “mal olhados”, perseguição de Eguns, de Arajés, Magia Negra – atuação no campo espiritual bloqueando a espiritualidade e o desempenho na vida social e emotiva-sexual; problemas mentais vários; problemas acompanhados de depressão , ansiedades, manias, distimias e principalmente, o medo, entre outros tantos. Com Exu no reino, atendendo e encaminhando as pessoas, Ele mesmo, como o primeiro a vir, pode invocar os Orixás (segundo a ordem do Xirê) que trarão suas bênçãos e sua proteção. Após suas bênçãos e transmissão de axé desincorporam de seus “cavalos de santo” na camarinha, completando seus ciclos de vibrações que veiculam axé, iwa e abá.
Lembremos que Oduduwá cria a Terra – Aiyê - (continente-matéria) e Oxalá cria todas as criaturas do Orun, cujos duplos serão manifestados na Terra (Orun – planos sobrenaturais e Aiyê – planos naturais). As águas e o ar movendo-se, uma parte deles transformam-se em lama, que Olorun insuflou no montículo de lama (rochedo vermelho – laterita) seu hálito, dando-lhe a vida (a existência individualizada – Exu) . Reiteraramos que ambos Oxalá - Oduduwá são os genitores espirituais do Universo e da Criação, concessão dada a Eles por Olodumare, representando respectivamente o Poder Masculino (Oxalá) e o Poder feminino (Oduduwá).
Os Orixás da Criação e da Sabedoria, o par Orixalá – Oduá ou Oduduwá, representam a Existência genérica – o Princípio indutor da Criação. Exu por sua vez, o terceiro elemento – a terceira cabaça – IGBA KETÁ é o elemento procriado, a existência diferenciada, individualizada. No futuro, em outros momentos, desdobraremos os sentidos metafísicos, ontológicos de Iwá – Existência, Axé – realização e Abá – sentido, direção, enfim a mesma Triunidade Cósmica – o Tríplice Caminho – patrimônio de todas as tradições, que traduzimos, “decodificamos” para as Tradições das Religiões Afro-brasileiras.
Exu é o indutor da autodeterminação, da quebra de interdições sociais, que limitam a liberdade, por isso dá aos homens acesso aos meios mágicos – religiosos de melhorar sua sorte. Os mitos de Orunmilá Ifá afirmam que Exu persuadiu a Lua e o Sol a trocarem seus domínios, mudando assim a ordem das coisas, contrário pois, como se percebe, à manutenção do status quo. Nessa análise estabelece a distinção entre dois princípios: o apolíneo e o dionisíaco – a partir respectivamente de Apolo (deus da razão, da clareza, da ordem) e Dionísio (deus da aventura, da música, da desordem).
Infelizmente essas discussões complementares da realidade foram segregadas na época de Sócrates, que ao optar pelo culto à razão, minou a seiva, a semente criadora da filosofia na dimensão dionisíaca (Cotrin, 1988). Talvez Nietzsche esteja certo e tenha a resposta às dúvidas que suscitamos. Sim, na sua obra crítica à tradição da filosofia ocidental a partir de Sócrates, ele a acusa de ter negado a intuição criadora da filosofia anterior, a pré-socrática.
Exu em seus aspectos cósmicos, sociais e individuais, pode-se entender porque de Exu ser demonizado e, infelizmente, ser mal interpretado por dentro de alguns setores, se bem que isolados das religiões do Orixá. Nos Orixirixi (contos imemoriais dos Itanifás) de Exu encontraremos o tributo de Exu – Igba Ketá, isto é a terceira cabaça, o terceiro criado, pois os primeiros foram Oxalá e Odudwá. O mesmo fundamento, ou seja, as várias qualidades de Exu, demonstra a ligação direta do mesmo com Orunmilá Ifá, com o destino individual (Bará), igualmente com o conceito de Exu ser Enu Gbarijó (Boca Coletiva), manifestando a vontade de todos os Orixás.
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