A experiencia de cada naipe normalmente é vivida sob uma ou mais influencias adicionais de um ou outros naipes. Como já foi falado no início da peregrinação de Ouros, a experiência em cada naipe não é pura mas antes contêm uma infinidade de influencias compostas que expressam a individualidade humana.
No entanto devemos ter em conta que nem toda a revolta sentida é resultado da experiência de Espadas, bem mais frequente é de se tratar de uma consequência de alguma desilusão na vida que provoca ceticismo e animosidade em nós.
O aspecto negativo de Espadas é fonte de muitos mitos religiosos como por exemplo a queda dos anjos no livro de Enoch, a revolta dos Asuras de Blavatsky, o sacrifício de Prometeu ou a tentação da serpente bíblica.
A experiencia do negativo de Espadas, fortemente mental pretende desvendar o mistério da vida pelo intelecto e rejeita qualquer alegação de autoridade religiosa. É natural que essa abordagem limitadora está condenada a fracassar e o peregrino revoltado contra o princípio criador procura resolver o problema ao transformar gradualmente a sua situação através da busca da causa das causas, dos valores absolutos, em suma através da procura de Deus.
Encontramos na tetralogia do Anel dos Nibelungos de R. Wagner um simbolismo expressivo e característico do aspecto negativo de Espadas, da luta incessante a procura do divino. Na lenda dos Nibelungos está patente o antagonismo dos princípios material e espiritual e da vida esotérica da alma humana (Siegfried).
Em determinada altura Siegfried luta pela imortalidade e pela sua união ao princípio divino (Brunhilde). Ele desobedece ao poder criativo (Wotan) ao destruir a lança de Wotan com a sua espada.
O simbolismo aqui está na rejeição daquilo que tinha sido alcançado no estágio de Ouros para que o peregrino se possa unir com o seu Eu-superior. O peregrino deve avançar sozinho e independente de qualquer lei externa ou autoridade condutora seguindo apenas o seu critério interno e recusando qualquer limitação.
Falamos do caminho da luta solitária pela escuridão em que o iniciado deve descobrir o rumo certo e avançar até a meta final. Ao atravessar o estágio de Espadas o peregrino rejeita tudo ao ponto de negar o próprio princípio da vida para finalmente nas últimas fases do seu desenvolvimento encontrar Deus dentro de si mesmo.
De forma progressiva ele se vê livre não só das ilusões do mundo e do Astral mas também do princípio que, nele próprio, negava tudo. Simbolicamente a passagem de Ouros para Espadas pode ser expressa como passagem de Aleph até Ghuimel (do nome divino AGLA).
AGLA engloba os 4 graus que dividem os Arcanos Menores. Aleph busca Deus pelo desenvolvimento pessoal através de Ouros, Ghuimel busca divindade em si mesmo pela passagem através de Espadas, Lamed expressa a união com Deus e toda a Criação e é de Copas e finalmente a letra final Aleph que é a convergência de todos os caminhos em Paus.
Por além da via filosófica ou negativa existe a chamada via mística ou positiva. A desilusão quase trágica do peregrino para com o mundo exterior e seus valores pela via negativa contrasta com a aspiração positiva do caminho místico de Espadas.
O Iniciado emparado pela fé profunda nos valores espirituais imutáveis não se deixa levar pelo desespero na sua procura pela verdade (isto já parece tarefa para Fox Mulder dos X-file).
No caminho da fé o princípio pessoal é conscientemente desvalorizado por ser obstáculo principal entre o ser humano e Deus. O desenvolvimento marcante do estágio de Ouros torna-se alheio às Espadas místicas cujo maior esforço consiste na transferência do equilíbrio a nível pessoal para o suprapessoal. Ambas as vias (filosófico e místico) são trilhadas pela forte aspiração ao Alto, um profundo mistério individual, sem qualquer manifestação externa.
Os 2 caminhos de Espadas conduzem através da decomposição da forma antiga à criação de uma forma nova, a taça ou cálice, receptáculo para a força divina. No estágio de Espadas o peregrino afasta-se de qualquer autoridade que não esteja em conformidade com a sua própria existência interna.
A experiencia de Espadas é a experiencia da solidão na qual se realiza o nascimento espiritual e construção do templo interno. Trata-se do reflexo do Logos Cósmico no microcosmo humano. A passagem de Ouros para Espadas em busca de algo que não se consegue encontrar nos dogmas estabelecidos implica um esforço considerável.
O peregrino deve escolher o seu próprio caminho na busca do seu Eu-interno, o que exige determinação, coragem e perseverança, pois quem se acomoda com as normas da vida religiosa externa não consegue ultrapassar o estágio de Ouros (não basta ir a missa ).
A maior diferença entre a via filosófica (-) e a via mística (+) reside no entendimento da problemática do Mal e do sofrimento. Na via negativa o ser humano responsabiliza o Logos pelo problema, na via positiva ou caminho da fé o peregrino sente necessidade de remedir o mundo.
O sofrimento é aceite e o sacrifício é feito de boa vontade contribuindo assim tb para uma redução da carga cármica pessoal. O seguidor do caminho da fé embora que se tenha afastado do mundo não foge ao sofrimento e aceita o em nome da purificação do mundo.
A figura do As de Espadas, de pé, e com a ponta virada para cima corresponde ao Reino ou Malkut do sistema das Sefiras. A representação tradicional de Espadas consiste numa cruz encimada por um triângulo ascendente agudo.
O eixo vertical que divide o triângulo da lâmina em dois lados iguais prolonga-se até a ponta superior. O cabo de Espadas de braços iguais designa a cruz elementar.
O eixo central indica a possibilidade da subida direta do plano físico (Malkut) ao plano espiritual (Kether). É desta forma que a imagem revela a essência do seu próprio naipe e alude aos modos de atravessa-lo.
Por meio desta apresentação simbólica é nos explicado a forma como o peregrino se deve elevar no estágio de Espadas. Ele afasta-se cada vez mais da realidade de Ouros ou Cruz elementar que lhe era tão cara no estágio anterior.
O eixo central na imagem de Espadas corresponde a coluna central da árvore das sefiras e indica a possibilidade da subida direta que conduz através das sefiras Yesod e Tiferet, isto é, através do mundo das formas e do mundo da criação ao cume da coluna Kether ou mundo espiritual superior.
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