ORIXÀS: que abrem caminhos e batem de frente
EXU: Exu é o primeiro orixá a ser louvado no candomblé, porque representa o principio do movimento. Uma vez acionado é preciso controlá-lo, como se sabe com respeito a qualquer movimento. Como a fome é um dos motivos que levam o homem a se mover em direção a um objetivo, Exu come demais. E por comerem as plantações, é que as formigas são tidas como sendo de Exu e a terra dos formigueiros também. Ele é compreendido na África como um deus do movimento (nada a ver com o diabo cristão, embora o sincretismo o associe assim, no Brasil), que come tudo que pode, e que é "quente". Exu mora nas encruzilhadas (a idéia é "o que é, mas não é", sempre. Uma encruzilhada a princípio não é caminho algum e ao mesmo todos eles, certo?). Mas ao contrario de todos os pesquisadores eu tenho certeza que Exu sabe muito bem o que é e o que tem a fazer. Os pés de qualquer animal também são de Exu, segundo os africanos. E Exu é controvertido, porque tem um gênio travesso (Em Cuba, por causa disso ele é o Menino Jesus) e faz o que lhe pedem. O que eu considero um equivoco ridículo. Não tem noção de bem e de mal e se movimenta apontando o pênis pro lugar onde quer ir. Não existe lugar, no passado, presente ou futuro a que Exu não possa ir. Existe um oriki (verso sagrado) que diz, inclusive, que "Exu mata ontem um passarinho com pedra que atirou hoje para o amanha."
Exu também é associado à sexualidade, a segunda fome humana. O dia da semana: segunda-feira (o primeiro dia na semana ioruba, que tem 4 dias, também). Existem infinitos avatares de Exu, e mitos muito bonitos também. Um deles, conta que "Exu, filho primogênito de Iemanjá com Orunmilá, o deus da adivinhação e irmão de Ogum, Xangô e Oxossi, era voraz e insaciável. Conseguiu comer todos os animais da aldeia em que vivia. Depois disso, passou a comer as árvores, os pastos, tudo que via até chegar ao mar. Orunmilá previu então que Exu não pararia e acabaria comendo os homens, e tudo que visse pela frente, chegando mesmo a comer o céu. Ordenou então a Ogum que contivesse o irmão Exu a qualquer custo. Para conseguir isto, Ogum foi obrigado a matar Exu, a fim de preservar a terra criada e os seres humanos. Mas mesmo depois da morte de Exu, a natureza, os pastos, as árvores, os rios, tudo permaneceu ressecada e sem vida, doente, morrendo. Um babalaô (representante de Orunmilá na terra) alertou Orunmilá de que o espírito de Exu sentia fome e desejava ser saciado, ameaçando provocar a discórdia entre os povos como vingança pelo que Orunmilá e Ogum haviam feito. Orunmilá determinou então que em toda e qualquer oferenda que fosse feita pelos homens a um orixá, houvesse uma parte em homenagem a Exu, e que esta parte seria anterior a qualquer outra, para que se mantivesse sempre satisfeito e assim possibilitasse a concórdia".
• Cor: preto e azul escuro entre os iorubas, preto e vermelho entre os angolas (A cor preta se relaciona ao fato de que para que a luz chegue a algum lugar o movimento já precisa ter sido acionado, ou seja Exu deve ser antes do movimento da luz)
Dia da semana na Umbanda-Astrológica: terça-feira junto com Ogum e não segunda-feira.
• Elemento: fogo e ar.
• Símbolo: ogó (um pênis de madeira, com búzios pendurados simbolizando o sêmen)
• Numero 1
• Comida: farofa
• Saudação: Laroiê, Exu!
• Elemento: fogo e ar.
• Símbolo: ogó (um pênis de madeira, com búzios pendurados simbolizando o sêmen)
• Numero 1
• Comida: farofa
• Saudação: Laroiê, Exu!
OGUM: O orixá Ogum é um dos mais amados na cultura ioruba. Em primeiro lugar porque ele foi o primeiro ferreiro. Como foi ele, também, quem descobriu a fundição e inventou todas as ferramentas que existem. Portanto é o patrono da tecnologia e da própria cultura, pois sem as ferramentas nada mais poderia ser inventado até mesmo plantar em grandes extensões seria extremamente difícil. Tendo inventado as ferramentas, com a foice ele abriu os primeiros caminhos para o resto do mundo, o que dá a ele o poder de abri-los ou fecha-los. Com a faca ele fez o primeiro sacrifício ritual, por isso sempre se louva Ogum durante estes sacrifícios e sua invenção da faca. Com o ancinho ele arou terras e plantou, com a tesoura cortou peles e inventou os abrigos.
Com o machado cortou árvores para construir abrigos, com o martelo pode unir com pregos que inventou os troncos. Com a cunha pode levantar grandes pesos e assim aconteceu de Ogum, com a espada que forjou guerrear e conquistar territórios para seu povo. Ele, no entanto, não quis ser rei, pois preferia os desafios ao poder. Continuou lutando e inventando para sempre. Hoje em dia diz-se que os computadores são de Ogum e de Ogum são também todos os analistas de sistemas. Ogum só cometeu um erro nos mitos, quando seu pai mandou que fizesse uma tarefa e ele pelo caminho embebedou-se com vinho de palmeira e acabou não realizando o que devia. A partir daí nunca bebeu, mas diz-se que os filhos de Ogum adoram vinho branco e devem tomar muito cuidado com bebidas. A guerra é de Ogum, cujo nome significa exatamente guerra. Como Ogum nunca se cansa de lutar, costuma-se chamar por sua ajuda em situações em que é extremamente difícil continuar lutando ou quando o inimigo é extremamente forte. Não se deve invocar Ogum à toa, pois seu gênio é extremamente violento e diz um oriki que ele mata o injusto e o justo, o ladrão e o dono da casa roubada (porque permitiu que acontecesse), portanto não se deve brincar com este orixá, que não perdoa.
Ogum vive sozinho; é um solteirão convicto. Teve muitas mulheres, mas não vive com nenhuma, e criou um filho adotivo abandonado nas mãos dele por Iansã, a deusa dos ventos e raios. Que por sua vez o havia adotado de Oxum, a deusa do amor e da riqueza Um dos mitos sobre ele diz que Ogum, é filho de Iemanjá com Odudua. Desde criança já era destemido, impetuoso, arrojado e viril, tendo se tornado sempre mais e mais um brilhante guerreiro e conquistado, para seu pai, muitos reinos, não havendo, por esta razão, um só caminho que Ogum não tenha percorrido. Nos intervalos entre as guerras e as conquistas, Ogum criou os metais, a forja e as ferramentas que facilitaram a vida dos homens no mundo. Ele forjou a primeira faca, a primeira ponta de lança, a primeira espada, a primeira tesoura. Um irmão dedicado, diz o mito que Ogum tinha por Oxossi uma afeição muito especial, defendendo-o várias vezes de seus inimigos e passando mesmo a morar fora de casa com Oxossi, quando este foi expulso de casa por Iemanjá. Diz ainda o mito que foi Ogum quem ensinou Oxossi a defender-se, a caçar e a abrir seus próprios caminhos nas matas onde reina. Ogum teve muitas mulheres, a principal delas Iansã, guerreira como ele. Tendo sido roubada por Xangô, que é seu irmão por parte de mãe, Ogum passou a viver sozinho, para a guerra e a metalurgia.
• Dia: terça-feira
• Número: 7
• Cor: azul cobalto (ou azul ferreiro, como chamam alguns) e o vermelho. Mas num nível esotérico mais elevado o laranja. A cor exata é o azul da chama do fogo para os Oguns das águas.
• Símbolo: espada
• Comida: feijoada
• Saudação: Ogun Iê!
Apresentei aqui lendas e mitos. Mas quero alertar que elas são muito importantes para analisarmos os aspectos arquétipais dos orixás, mas que há muito mais coisas que formam e podem traduzir esses segredos. Cabe a cada um buscar a verdade, ou a sua verdade o que mais lhes favoreça e que lhes sejam compreensíveis.
Eu publiquei um artigo que falava da feminilidade presente em Ogum, mas também presente nos demais orixás. No entanto recebi algumas criticas. Mas volto a afirmar que Ogum e os outros orixás masculinos, não podem ser vistos apenas como possuidores de uma única personificação. Pois se assim for feito além de serem criadas muitas barreiras no conhecimento haverá muitas limitações nas ações de cada orixá. Digo isso por que os orixás agem tanto no principio feminino, quanto no feminino. E que não temos apenas guerreiros homens, mas também mulheres ao longo de toda história da raça humana.
O binário existe em todas as formas e em todas as formas de energia ou magia vai haver a dualidade. No entanto admito que cada orixá tenha um raio mais especifico em certas áreas do que em outras. Como por exemplo, notamos que ação de Ogum sempre esteve presente na área da segurança e exércitos, ações heróicas e mitos sobre guerreiros... Também que Oxossi tem mais ligação com as matas, a natureza, a agricultura etc., mas que também sabemos que todas as Linhas se integram e se harmonizam. E isso só é possível, quando o orixá trabalha em sincronia com os demais orixás. Ou seja temos um orixá menor trabalhando diretamente para linhas especificas. E assim pode-se perceber que todos os orixás dominam os quatro elementos e suas variações.
Compre seus livros de magia astrológica na Umbanda aqui...
Nenhum comentário:
Postar um comentário