Astrônomos notaram o que poderia ser um planeta anteriormente desconhecido orbitando uma das estrelas mais próximas à Terra que "poderia ser apropriada à vida".
Pesquisadores detectaram um ponto brilhante designado C1 perto de Alpha Centauri A, uma das duas estrelas que oscilam perto uma de outra, tão perto que parecem uma na constelação de Centaurus. Duas estrelas formam um sistema binário localizado a 4,37 anos-luz da Terra.
Alpha Centauri foi escolhida porque se situa na zona habitável, ou seja, uma região onde um planeta é capaz de reter água líquida em sua superfície, tornando, assim, a área adequada para vida.
A descoberta foi realizada graças a um novo sistema desenvolvido para imagens de exoplanetas em infravermelho médio, em combinação com um tempo extremamente longo de observação – tudo foi exercido através de utilização do telescópio VLT, no Chile. Os resultados do estudo foram publicados na revista Nature Comunications em 10 de fevereiro.
Astrônomos foram capazes de reduzir sinais desfavorecidos emitidos pelo telescópio e pela câmera, da mesma forma que os fones com cancelamento de ruído bloqueiam certos sons, o que permitiu-lhes detectar sinais de potencial planeta.
As novas capacidades foram desenvolvidas pela equipe internacional de astrônomos, em colaboração com a iniciativa Breakthrough Watch/NEAR, que é um programa astronômico mundial que está procurando planetas parecidos com a Terra localizados perto de estrelas.
O principal autor do estudo, Kevin Wagner, do Observatório Steward da Universidade do Arizona (EUA), contou ao The Daily Mail por e-mail que "NEAR é um degrau em maior campo de registro de imagens de exoplanetas, que por enquanto tem sido limitado aos planetas de grandes órbitas tipo superjúpiter, e só agora começa a atingir as zonas habitáveis de estrelas por perto".
No entanto, a equipe científica claramente constatou que, sem verificação seguinte, não pode ser descartada a possibilidade de que o ponto C1 seja resultado de algum artefato desconhecido causado pelo próprio instrumento de observação.
"Por exemplo, um dos artefatos conhecidos é o efeito de persistência que faz com que a câmera mantenha o sinal de estrelas durante o processo, algo que aconteceria com logotipos que foram exibidos por muito tempo nos cantos das telas de aparelhos de televisão antigos", explicou o autor.
Por isso mesmo, são necessárias mais observações para confirmar resultados dos astrônomos. "Se detectarmos o objeto de novo em um local diferente, então poderemos checar se é consistente com movimento orbital, e, se assim for, será uma boa evidência de ser realmente um planeta", explica Wagner. "Se ficar no mesmo lugar, então um disco de poeira exozodiacal ou artefato instrumental seria mais possível."
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