A Academia de Ciências da Rússia propôs observar mais atenciosamente os satélites com reatores nucleares. Cientista explica qual é o perigo.
O Conselho sobre Espaço da Academia de Ciências da Rússia propôs aos ministérios e instituições russas prestar mais atenção aos antigos satélites soviéticos com reatores nucleares e prever os possíveis riscos caso caiam na Terra.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista do Instituto de Estudos Espaciais da Academia de Ciências da Rússia, Natan Eismont, explica qual é o perigo destes satélites.
"Há riscos. Há muitos reatores nucleares, e quase todos são soviéticos. Quando lançaram satélites com propulsores de energia, já havia problemas – um dos aparelhos entrou por acaso na atmosfera e desabou", afirmou Natan Eismont.
O cientista explicou que, na época, para que não entrassem na atmosfera depois de desativados, os satélites foram deslocados para "órbitas de sepultamento", localizadas a mais de 900 quilômetros de altitude, considerando que ficariam voando lá para sempre e nunca nos incomodariam. "E deu tudo certo, mas é difícil prever por vários anos", ponderou.
"Houve um caso desagradável quando um aparelho voando a uma altitude grande com um reator nuclear desabou. E se o aparelho não consegue entrar nas camadas espessas da atmosfera, os restos que se formaram e os pingos de combustível descem rapidamente e podem entrar na atmosfera", explicou.
Segundo ele, a decisão de lançar aparelhos para "órbitas de sepultamento" não foi bem-sucedida e o problema continua existindo.
De 1970 a 1988, a União Soviética lançou 31 aparelhos espaciais de propulsão energética eletrotérmica nuclear. Na União Soviética, foram desenvolvidos quatro tipos de propulsores nucleares. O acidente mais famoso com um aparelho espacial equipado com um reator nuclear foi a queda do satélite Cosmos-954 em janeiro de 1978 no território do Canadá.
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