Um eclipse solar total é visto a partir da cidade de Ternate, na Indonésia, nesta quarta-feira (09) (Beawiharta/Reuters) |
Fenômeno será visível em alguns estados do Norte e do Nordeste do Brasil. Já nos EUA, ele poderá ser observado em todo o país
Com a chegada de agosto, um novo espetáculo celeste se aproxima: um eclipse solar que escurecerá os céus no próximo dia 21. Nos Estados Unidos, ele será total (quando a Lua cobre completamente o Sol). Aqui no Brasil, porém, ele será parcial e apenas uma parte do Sol ficará encoberta, formando, em algumas localidades, uma meia-lua luminosa. Além disso, o fenômeno só poderá ser visto em estados brasileiros do Norte, Nordeste e algumas partes do Centro-Oeste e Sudeste.
Segundo o astrônomo Daniel Mello, do Observatório do Valongo, que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o eclipse não poderá ser observado em São Paulo e Rio de Janeiro e também na região Sul. “As melhores capitais para observação serão Bela Vista, em Roraima, e Macapá, no Amapá, onde o eclipse terá duração aproximada de duas horas e a Lua irá encobrir aproximadamente 40% do Sol”, afirma. “Em Bela Vista, o eclipse começará às 14h56 e, em Macapá, às 16h09 [horário local].” Segundo ele, quanto mais ao sul do país, menor será a fração do astro encoberta pela Lua. “Em Goiânia, por exemplo, o eclipse será muito tênue. O Sol ficará apenas 1% encoberto e o fenômeno terá duração de 27 minutos.”
Já nos Estados Unidos, o eclipse solar total (com o Sol 100% encoberto pela Lua) poderá ser observado apenas nos estados de Oregon, Wyioming, Idaho, Nebraska, Missouri, Kentucki, Tenessee, Georgia, Carolina do Sul, Kansas, Illinois e Carolina do Norte. “Nos estados de Missouri, Kentucky, Tenessee e Illinois, o fenômeno deve ter quase três horas de duração, embora o instante máximo de eclipse total seja muito curto, na faixa de dois minutos”. No resto do território americano, será possível assistir a um eclipse parcial, mas com maior duração do que no Brasil.
Eclipse total - De acordo com Mello, eclipse solares não são fenômenos tão raros quanto parecem ser. Eles ocorrem de tempos em tempos, quando a Lua, em sua órbita em torno da Terra, passa exatamente na frente do Sol, ocultando-o, parcial ou completamente, e gerando sombra em locais específicos da Terra. “Neste ano, já tivemos um eclipse solar total na Argentina, Chile e países da costa africana. Teremos outro na Argentina e no Chile em 2 de julho de 2019.” No Brasil, só teremos a oportunidade de assistir a um eclipse total do Sol em 12 de agosto de 2045. O diferencial do espetáculo celeste que ocorrerá no próximo dia 21, para os americanos, é que o fenômeno será observável com pelo menos uma parte do Sol encoberta de costa a costa do país. O evento conquistou tanta popularidade que está sendo chamado pelos americanos de o “maior eclipse da história” e contará, inclusive, com uma transmissão ao vivo feita pela Nasa para todo o mundo. A fama não é à toa, pois esse tipo de fenômeno tem grande valor para os astrônomos. “Em um eclipse solar total, é possível observar uma região especial do Sol chamada coroa solar. Os astrônomos têm muito interesse em estudar essa camada para compreender melhor o mecanismo de geração de partículas elétricas do Sol”, explica Mello. “Estas partículas chegam até a Terra e podem afetar satélites artificiais, estações e naves espaciais, além de interagir com o campo magnético do planeta e poder causar danos em torres de transmissão de energia elétrica.” Mesmo para o resto da população, o eclipse também tem sua relevância. “Para o cotidiano das pessoas, o fenômeno é importante tanto pela chance de contemplar um dos fenômenos astronômicos mais belos, quanto do ponto de vista cultural, possibilitando um melhor entendimento, interação e reflexão do homem frente aos aspectos naturais que o cerca”, diz o astrônomo.
Cuidados na observação - É importante lembrar, no entanto, que um eclipse não deve ser observado diretamente. “Nunca se deve olhar para o Sol sem proteção”, adverte Gustavo Rojas, astrônomo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). “A intensa radiação solar pode danificar a visão em instantes. Por isso, é preciso utilizar proteção adequada, como filtros astronômicos ou vidros como os usados em máscaras de solda.” O especialista também alerta que não se deve utilizar óculos, binóculos ou telescópios, instrumentos que concentram os raios solares e podem causar graves danos à visão. Para quem for observar o fenômeno aqui no Brasil, o equipamento mais adequado é um filtro astronômico feito com um polímero que permite a passagem de uma fração minúscula da luz. Esse equipamento, no entanto, não é vendido aqui no Brasil e precisa ser encomendado. Por isso, o astrônomo sugere utilizar um vidro de máscara de solda com tonalidade 14, que é facilmente encontrado em lojas de material de construção.
Eclipse total - De acordo com Mello, eclipse solares não são fenômenos tão raros quanto parecem ser. Eles ocorrem de tempos em tempos, quando a Lua, em sua órbita em torno da Terra, passa exatamente na frente do Sol, ocultando-o, parcial ou completamente, e gerando sombra em locais específicos da Terra. “Neste ano, já tivemos um eclipse solar total na Argentina, Chile e países da costa africana. Teremos outro na Argentina e no Chile em 2 de julho de 2019.” No Brasil, só teremos a oportunidade de assistir a um eclipse total do Sol em 12 de agosto de 2045. O diferencial do espetáculo celeste que ocorrerá no próximo dia 21, para os americanos, é que o fenômeno será observável com pelo menos uma parte do Sol encoberta de costa a costa do país. O evento conquistou tanta popularidade que está sendo chamado pelos americanos de o “maior eclipse da história” e contará, inclusive, com uma transmissão ao vivo feita pela Nasa para todo o mundo. A fama não é à toa, pois esse tipo de fenômeno tem grande valor para os astrônomos. “Em um eclipse solar total, é possível observar uma região especial do Sol chamada coroa solar. Os astrônomos têm muito interesse em estudar essa camada para compreender melhor o mecanismo de geração de partículas elétricas do Sol”, explica Mello. “Estas partículas chegam até a Terra e podem afetar satélites artificiais, estações e naves espaciais, além de interagir com o campo magnético do planeta e poder causar danos em torres de transmissão de energia elétrica.” Mesmo para o resto da população, o eclipse também tem sua relevância. “Para o cotidiano das pessoas, o fenômeno é importante tanto pela chance de contemplar um dos fenômenos astronômicos mais belos, quanto do ponto de vista cultural, possibilitando um melhor entendimento, interação e reflexão do homem frente aos aspectos naturais que o cerca”, diz o astrônomo.
Cuidados na observação - É importante lembrar, no entanto, que um eclipse não deve ser observado diretamente. “Nunca se deve olhar para o Sol sem proteção”, adverte Gustavo Rojas, astrônomo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). “A intensa radiação solar pode danificar a visão em instantes. Por isso, é preciso utilizar proteção adequada, como filtros astronômicos ou vidros como os usados em máscaras de solda.” O especialista também alerta que não se deve utilizar óculos, binóculos ou telescópios, instrumentos que concentram os raios solares e podem causar graves danos à visão. Para quem for observar o fenômeno aqui no Brasil, o equipamento mais adequado é um filtro astronômico feito com um polímero que permite a passagem de uma fração minúscula da luz. Esse equipamento, no entanto, não é vendido aqui no Brasil e precisa ser encomendado. Por isso, o astrônomo sugere utilizar um vidro de máscara de solda com tonalidade 14, que é facilmente encontrado em lojas de material de construção.
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