(guvendemir | iStock/iStock) |
Nosso craterudo satélite teria se formado a partir dos restos de vários impactos de asteroides, não de um pancadão com outro planeta
Uma pancada só: foi assim que, segundo a hipótese mais aceita pelos astrônomos, nasceu a Lua. O satélite seria filho de nosso planeta com Theia, um corpo celeste do tamanho de Marte. Ao se chocar com a Terra há 4,5 bilhões de anos, Theia literalmente arrancou um pedaço da nossa carne – que, ao entrar em órbita, se tornaria nosso único satélite natural. Uma parte dessa história, porém, não faz sentido: a composição química da Lua é muito parecida com a da Terra – quase idêntica. Mas simulações de computador calculam que, graças ao choque, a Lua deveria consistir de três partes de Theia para cada parte de Terra – o que não acontece na prática. Mas Raluca Rufu, pesquisadora do Instituto Weizmann de Ciência, em Israel, tem outra explicação para a origem da Lua em um artigo publicado na Nature: “No início, o Sistema Solar estava cheio de corpos residuais da formação planetária”, diz Rufu. “Portanto, é muito mais provável que vários impactos comuns tenham formado a Lua, e não um único impacto especial.” Nesse caso, os resíduos liberados em órbita ao longo do tempo teriam formado um anel de poeira, dando à Terra um look saturnino. Logo, com uma mãozinha da gravidade, esses pedaços se aglomeraram e formaram nosso fiel satélite. Do ponto de vista estatístico, a explicação da israelense já larga na frente. Afinal, uma série de pequenos impactos diminui a contribuição individual de cada astro na “receita” da Lua – o que explicaria a predominância de material terráqueo. Mas é isso. Tenha surgido de um pancadão, tenha nascido de várias batidas, sobre uma coisa não há mais dúvida: a Lua é filha da Terra. B
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