A
ancestralidade feminina é cultuada, hoje, de apenas uma forma, por
intermédio do Culto de Iyámi, o culto individualizado da ancestralidade
feminina era realizado pelo Culto de Elekô, cuja a grande matriarca
era a Orixá Obá, esse culto se perdeu quase que por completo, tal fato
ocorreu porque o culto representava um sério perigo ao poder dos
homens. Aqui pretendo explicar superficialmente um pouco sobre cada uma
das sabedorias. A
ancestralidade é algo muito complexo dentro da cultura dos povos
africanos. A ancestralidade masculina e feminina são cultuadas
separadamente, o culto ao ancestral masculino, hoje, é cultuado de duas
formas, Aglutinada, como uma divindade que a personifica através do
Culto de Orô e de uma forma individualizada, por intermédio do Culto de
Egungun.
Afirma
a tradição que Iku começou a matar depois que viu sua mãe ser
espancada e morta na praça do mercado, sendo depois dominado por seus
que conseguiram que ele comesse o que lhe era proibido. Quem ensinou
como anular a atividade de Iku, foi sua mulher chamada Olójòngbòdú. O
Deus que possui a função de exercer o poder da morte chama-se Iku,
trata-se de uma dinvidade masculina, não existe culto direto a Iku e por
esta razão ele deve ser cultuado através dos mortos, masculinos ou femininos, por Orô ou Iyámi, por Egúngún ou Elerikô.
Quem
ensinou como anular a atividade de Iku, foi sua mulher chamada
Olójòngbòdú. Nos conta assim, um fragmento do verso do Odù Òyèkú
Méjì: "....Quando Ìfá falou sobre Olójòngbòdú, a mulher de Ìkú que
foi chamada logo cedo pela manhã, foi perguntado o que seu marido não
poderia comer, que o tornasse incapaz de matar outros filhos das
pessoas? ela disse que Ìkú, seu marido, não poderia comer ratos,pois
se comesse, suas mãos tremeriam sem parar; Ela disse que Ìkú, seu
marido, não poderia comer peixe, poi se comesse, seus pés tremeriam
sem parar ; Ela disse que Ìkú, seu marido, não poderia comer ovo de
pata, pois se comesse, ele vomitaria sem parar..."
Ijàpàá gbé òrúkú l'owó ikú..." ( o cágado retira a clava das mãos de
Ìkú ). Posteriormente, Ìkú faz um pacto com Òrúnmilá, através da
condição dele ajudá-lo a recobrar a sua clava; então, Ìkú só levaria
antecipadamente aqueles que não se colocassem sobrê a proteção de
Òrùnmilá. Outro texto do Odù Ìròsùnsè, nos conta como Orí e Òrùnmilá,
impediram a atuação de Ìkú sobre a cabeça de alguém. Outro
método de enfraquecer a atividade de Ìkú é registrado no oráculo de
Ifá, através do modo como Èsù subornou o filho de Ìkú, para que este
revelasse o modo como Ìkú matava, Omòikú então revela que seu
pai, matava através de sua clava, tornando-se fraco sem este
instrumento, o qual Èsú com a ajuda do Ijàpàá, esconde.
No início da criação do mundo, Iyámi Oxorongá ( Iemanjá ), a grande mãe ancestral deu à luz a 16 filhos. A sociedade secreta é derivada dos nomes Ogban(sábio) Oni(que é) dois filhos de Iyámi. A sociedade Ogboni
de acordo com um itã Ifá (Irosun`wonrin) foi acionada quando a Terra
estava um caos imenso, as pessoas não se respeitavam, principalmente a
divindade Obatalá que perdeu o controle da situação na cidade de Ilê
Ifé. A
sociedade secreta Ogboni é temida e respeitada por todos que a
conhecem, sendo a segunda corte judicial em terras Yorubá. Esta
sociedade possui a finalidade de proteger a comunidade e manter o
estabelecimento da ordem.
Iyámi
ao perceber que esta luta entre seus filhos mais velhos poderia
causar a completa destruição, obrigou-os a fazer um pacto de
irmandade, jurando sobre determinado amuleto sagrado que nunca mais
lutariam entre si, desta forma então nasceu a primeira sociedade
secreta do mundo que seria nomeada, conforme os nomes dos irmãos,
Sociedade Ogboni. Durante
os séculos, muitas irmandades foram criadas seguindo os mesmos
princípios da Sociedade Ogboni e obtiveram muito sucesso. Os Ogboni
falam a língua Yorubá, mas internamente possuem um vocabulário
secreto com o qual realizam determinados rituais. Os Ogboni são
chamados de Omo-Oduduwá, Oduduwá é a Deusa criadora da Terra.
Eles
são chamados assim devido ao fato de seus rítuos terem a terra, como
elemento principal de culto e força espiritual. A maioria dos
instrumentos sagrados da sociedade Ogboni é confeccionada em bronze e
cobre, que é u símbolo da força que não se deteriora ou se corrompe.
Ideais estes da própria sociedade para seus membros. Na sociedade
Ogboni a terra é venerada com o intuito de assegurar a sobrevivência,
a paz, a felicidade, o respeito e a estabilidade social no mundo,
assim como também a longevidade e o bem estar.
A única divindade que trata com Orô é Xangô, pois foi o único a fazer os Ebós necessários para isso. Apenas homens podem prestar culto a Orô. Apenas homens podem prestar culto a Orô. Segundo
um de seus mitos, toda alma ancestral masculina para que pudesse
renascer na Terra deveria ir ao seu encontro, a alma teria de ser
devorada pelo Deus. Orô é considerado como um Deus incontrolável,
conta-se que quando Orô sai pelas ruas ninguém deve ficar em seu
caminho ou será sacrificado. Orô possui uma voz extremamente grossa e
cavernosa, seu grito ecoa como um trovão na floresta da morte, ele
absorve a vida de tudo. Orô
é uma divindade masculina que representa a ancestralidade dos Homens, é
um Deus similar à Iyámi, o Culto a Orô representa o culto indireto a
Ikú, é um dos cultos aos mortos, Deus da Destruição é considerado como o
portal para a ressurreição.
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