Segundo a tradição iniciática os Arcanos Menores são ensinados depois da aprendizagem dos Arcanos Maiores. Os 56 Arcanos Menores são mais profundos e abstratos e por esse motivo não podem ser representados por uma imagem ou alegoria como acontece com os Arcanos Maiores.
Os Arcanos Menores têm uma natureza inteiramente metafísica. A compreensão dos Arcanos Menores é sempre condicionada pelo nível evolutivo do discípulo. Que eu saiba, fora dos manuais de taromancia não existe muita literatura sobre o assunto.
Os 4 naipes começando pelo mais alto (Paus) apresentam uma sequencia de etapas cativas e passivas em conformidade com o princípio ativo e passivo do Tetragrama. São esses os 4 elementos da Astrologia (Terra-Água-Ar-Fogo) e os 3 princípios (Cardeal-Fixo-Mutável).
Estamos na presença dos 4 animais herméticos no passado, no presente e no futuro. As verdades mais profundas jamais podem ser expressas e compreendidas intelectualmente e a experiencia interna, a meditação e a intuição são necessárias. O sistema do baralho das 56 cartas é constituído de seguinte maneira:
1) Ouros- aquisição externa e interna
2) Espadas- luta interna e negação do mundo
3) Copas- intuição
4) poder e capacidade de realização Encontramos esses
4 brinquedos elementares em cima da mesa do Saltimbanco, fonte unificadora dos Arcanos Maiores.
Os 4 naipes são os 4 Mundos da Árvore Sefirótica e os números das cartas correspondem às 10 Sefiras dessa árvore do conhecimento.
O naipe de Paus apresenta a vara do Mago do primeiro Arcano Maior. A vara levantada simboliza a força potencial e os 4 galhos cortados designam a lei Iod-He-Vau-He expressando a realização no Mundo externo.
A presença dessa força interna é a condição do poder e pode ser descrita como capacidade de unir o múltiplo no uno ou seja unicidade como base do princípio do poder. O pau ou vara é de nogueira , pois a nogueira absorve, guarda e transmite melhor os fluidos astrais.
Encontramos o pau em forma de bastão no caso do bispo enquanto pastor espiritual, é também o cetro do rei, o bastão do marechal, do mestre de cerimônias e a batuta do dirigente da orquestra etc. Em todos os casos o bastão é simbolo do poder para manter uma determinada ordem e harmonia.
A vara no caso do As de Paus tem um duplo simbolismo. Por que além da força latente indica igualmente a sua fonte ou origem nas Alturas o que é confirmado pelo signo do infinito acima da cabeça do Mago (primeira lâmina dos Arcanos Maiores).
O As de paus inclui em si 2 momentos iniciais do estágio de paus: 1) conscientização da força interior 2) força de vontade para alcançar a fusão com a luz primordial. O Iniciado em paus modifica formas existentes de vida que se tornaram obsoletas, destruindo-as.
O Iniciado conhece a razão de cada forma, vê com clareza e remove as aparências enganadoras e ilusórias. Ele sabe que sua força vem do Alto e que quanto mais crescer individualmente, tanto mais poderá dar ao Mundo.
Na Filosofia Hermetica o estudo de cada naipe dos Arcanos Menores segue o caminho diabático ou seja a descida do sútil ao espesso (Fogo para Terra), de Kether (As) ao Malkuth (10).
As características do naipe, suas direções diabáticas e anabáticas terão que serem seguidas em simultâneo e correspondem respectivamente aos aspectos objectivo e subjetivos do naipe.
O objectivo é a realização da nossa Missão na Terra e corresponde à descida.
O caminho subjectivo, a direção anabática aspira a reintegração final. Quando mais alto for a elevação subjectiva mais sucesso haverá a Missão no Mundo. Sabemos que os naipes correspondem às letras sagradas Iod-He-Vau-He, o princípio Divina da Primeira Família e é o naipe de Paus, vivido no seu nível mais alto que termina o estágio e escalada espiritual do ser humano na Terra. As de Paus: Sefiras Kether e Malkut. O título tradicional é a Criatividade.
No campo da filosofia, a verdade é alcançada pela grande objectividade e a compreensão simultânea de todos os factores e de suas mútuas influencias. Na Arte, a verdade é obtida pela união harmônica da ideia com a forma que a envolve.
A vida social aproxima-se da verdade pela manifestação do justo equilíbrio entre os princípios da liberdade e da ordem.
Ao falar de estágios procura-se apenas definir um caminho sem entrar profundamente na qualidade de cada elemento que iria tornar a questão demasiadamente extensa. O estágio de ouros procura estabelecer pontos de apoio nos planos inferiores para alcançar planos superiores. Tentamos estabelecer um ponto de suspensão equilibrado.
O estágio de espadas ensina-nos a libertação das ilusões dos mundos inferiores e a busca do renascimento espiritual. O estágio de copas motiva elevar o que está inferior por meio do sacrifício e da caridade, transmitir aquilo que foi recebido do Alto.
Os sentimentos e emoções certamente terão seu lugar neste estágio que pode ser vivido de várias formas segundo as influencias dos outros naipes. (aínda irei falar das misturas dos naipes) O estágio de paus é essencialmente a conscientização da nossa missão terrestre em estreito contacto com o nosso Eu superior.
No plano divino, o conceito liberação corresponde à contínua e absoluta "equilibração"com base do Universo em todos os planos. Esse permanente retorno ao equilíbrio pode ser comparado ao estado de uma solução saturada, imediatamente antes da cristalização. Qualquer perturbação no equilíbrio traz uma consequência inevitável.
Quando a perturbação abarca um campo mais extenso (nacional, racial etc.), as consequências podem ser devastadoras. Podem manifestar-se rápida ou mais lentamente, como cataclismo ou degeneração e resultar no desaparecimento de culturas, de raças e de civilizações, mas o restabelecimento virá inevitavelmente.
Os naipes dos Arcanos Menores correspondem quase na totalidade ao nosso habitual baralho de cartas (O Cavaleiro do Tarot talvez possa ser comparado ao Joker nas cartas actuais).
Cada uma das figuras de cada naipe (Rei, Dama, Cavaleiro e Valete) possui em si por além das características do seu próprio naipe uma qualidade de um outro naipe. Assim o Rei corresponde ao naipe de Paus, a Dama ao naipe de Copas, o Cavaleiro ao naipe de Espadas e o Valete ao de Ouros.
Um Rei de Paus será deste modo um Pau de Paus, uma Dama de Copas é Copa de Copas etc. A experiencia de cada naipe pode ser vivida de forma diferente. Por exemplo uma experiencia de Ouros, vivida sob influencia de Copas ou Paus caracteriza um modo mais espiritualmente elevado da experiencia. A experiencia de Espadas vivida sob influencia de Ouros será uma forma menos mística de atravessar o estágio. Todavia entre viver uma experiencia de Espadas sob influencia de Ouros e uma experiencia de Ouros sob influencia de Espadas há uma grande diferença.
Há 4 graus no estágio de Ouros:
1. Valete- abrange apenas o plano físico. Pode ser um trabalho espiritual para a evolução pessoal ou colectiva ou o estabelecimento de contacto com determinada egregora. 2. Cavaleiro- iniciação mágica e astral naquilo que está ligado ao mistério de Shin (Louco ou Mate 21/0 dos Arcanos Maiores). É apreendido o domínio sobre determinadas entidades e manifestações astrais.
No entanto é necessário uma abertura psíquica por parte da pessoa em questão sem a qual o domínio não seria possível. 3/4 os graus 3 e 4 variam essencialmente pela questão do sexo da pessoa.
Rei é masculino e Dama é feminino como parece lógico.
A passagem pelos graus 3 ou 4 são essencialmente herméticas e correspondem ao plano mental no ser humano. É facultado autodomínio e poder sobre os pensamentos e consequente aumento da capacidade de concentração.
O resultado alcançado é acompanhado pelo discernimento espiritual (nada de fundamentalismos). Após inúmeros sucessos internos e externos acabamos de os desvalorizar aos poucos e chegamos a conclusão de que todas as nossas realizações feitas com muito esforço afinal não passam de ilusões. Completamente desvinculados dos valores anteriores começamos a procura do Real. A busca pelo Real inicia o estágio de Espadas.
Carlinhos Lima - Tarólogo, Astrólogo, Pesquisador Esotérico e Mago de Umbanda Astrológica.
2/4/2011
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