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domingo, 7 de julho de 2013

Cães, gatos e outros animais de estimação, sentem as energias e podem ver o sobrenatural

Um gato passeia sobre túmulos no Cemitério da Consolação, em São Paulo
Foto: Edson Lopes Jr./Terra

Muitas vezes os animais, são mais sensíveis e capazes de captar a essência da vida, de ter sentimento, respeito e ligação com outras almas. Não é atoa que vemos sempre imagens de animais ligados a magia, a religião e a espiritualidade. E muitos grandes mestres estudaram a importância dos animais nos altares dos templos... Por isso além de ser desumano é brutalmente cruel, insano e desnecessário, agredir um inocente. Já vimos historias de animais de estimação que sentiram muito mais do que pessoas, a falta de seus donos, alguns chegaram a esperar pelo resto de sua vida o retorno de alguém que não mais pode vir... tem animais que se conectam com grande facilidade ao sagrado e ao plano espiritual! Por isso não despreze e não agrida um animal, pois ele pode ser um emissário do SENHOR...

Os animais domésticos conseguem ver espíritos e até se comunicam com eles, pois têm uma visão mais penetrante que lhes permite distinguir os sinais que os espíritos fazem. Sua alma é muito parecida com a alma humana, porém é inferior. Entre a alma dos animais e a do homem existe tanta distância quanto há entre a alma do homem e Deus. Para o espiritismo, alguns animais têm o que pode ser considerado como mediunidade, já que conseguem pressentir algo no ar e geralmente estão certos. Além disso, atuam como antenas que captam a energia negativa das pessoas que não desejam o bem para seus donos.

Segundo Brian Mc Sweenewy, vice-chanceler da arquidiocese de Nova York (EUA), "eles vão para o céu devido a ligação que seus donos têm com os mesmos, já que o céu foi criado para os humanos". Após a morte de um animal, sua individualidade é conservada no mundo espiritual ou universo superior (céu) e segue uma lei progressiva assim como a dos homens. Neste céu, ou mundo superior, onde os espíritos dos seres humanos são mais avançados, os animais também o são, tendo meios de comunicação mais desenvolvidos. Essa idéia é compartilhada por outras religiões: "os animais de estimação vão para o céu e isto depende de como o animal se comportou aqui na Terra, onde suas atitudes determinam sua bênção divina", disse o rabino Gershon Winckler. 

Há uma espécie de inteligência e certa educação. Também têm uma linguagem; não uma linguagem formada de palavras e de sílabas, mas de um meio de se comunicarem e expressar as suas sensações. Não há como negar que alguns deles parecem ter atos combinados que expressam uma vontade de agir mediunicamente num sentido determinado e de acordo com as circunstâncias. De acordo com Kardec, o codificador espírita, o homem é muito parecido com os animais, porém estes agem por instinto e também por inteligência, só que limitada. 

É importante lembrar que a diferença dos animais e homens é o principio inteligente, o poder de distinguir entre o bem e o mal, e a responsabilidade de seus atos. O homem é de fato, um ser à parte, uma vez que tem faculdades que o diferem de todos os outros por ter sua destinação. Para Shiva (divindade indiana) toda a forma de vida é sagrada e não existem diferenças entre os homens e animais. Com os seus corpos, expressam emoções e o instinto da preservação da espécie que é notado em praticamente todos eles. 

Os animais aparecem em diversas religiões como guardiões dos templos. No Egito, a zoolatria era levada a sério. Um egípcio era capaz de deixar sua casa ser queimada por um incêndio pelo dever em socorrer seu gato. Várias múmias de gatos foram encontradas nos sepulcros egípcios. Há inúmeras identificações e correspondências entre os homens e os animais, arquétipos que representam as camadas mais profundas do inconsciente e do instinto. Contudo, apesar de considerados seres irracionais, a maioria deles vivencia a fraternidade, convivendo harmoniosamente com os seres humanos. 

Os médiuns são, como sabemos, os intermediários entre os Espíritos e os homens (cf. O Livro dos Espíritos. ALLAN KARDEC. Introdução, item IV, início do último parágrafo), isto é, são pessoas aptas a sentirem a influência dos Espíritos e a transmitirem os pensamentos destes (cf. Obras Póstumas de ALLAN KARDEC, FEB, Rio de Janeiro, 13 ed., p. 57). 

Rigorosas pesquisas científicas, com a catalogação de inúmeros fatos, provam que inúmeros animais (pássaros, gatos, cavalos, cães, etc.) são capazes de captar a presença de um Espírito. Assim, em longa dissertação intitulada Os animais Médiuns, disse o Espírito ERASTO, em 1861, através da mediunidade do Sr. d 'AMBEL: "(...) Certamente os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis para os animais, muitas vezes tomados de súbito por esse pavor, que vos parece infundado e é causado pela vista de um ou vários desses Espíritos mal intencionados para com os indivíduos presentes ou para os donos desses animais." (Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos. Direção de ALLAN KARDEC. Ano IV, n.º 8, agosto/1861, EDICEL, São Paulo, p. 264 e O Livro dos Médiuns de ALLAN KARDEC. Cap. XXII, FEB, Rio de Janeiro, 30 ed., 1972, p. 294 – 295). Posteriormente, através de estudos de Metapsíquica foram reunidos grande número de fatos, provando a percepção de Espíritos por animais; assim, uma longa casuística é apresentada pelo ilustre pesquisador italiano ERNESTO BOZZANO (Os animais têm alma ? – Edit. Eco, Rio de Janeiro) e alguns casos pelo célebre astrônomo e pesquisador CAMILLE FLAMMARION (O Desconhecido e os Problemas Psíquicos. Vol. I. Edit. FEB, rio de Janeiro, 3 ed., 1979, p. 99, 109, 157 e 194). Ora, para que os animais captem a presença de Espíritos (e isto é um fato) é necessário que eles possuam um perispírito e, conseqüentemente, uma alma. 

A melhor definição de inteligência foi dada pelo psicólogo W. STERN na segunda década do século XX, disse ele: "Inteligência é a capacidade de se adaptar a situações novas mediante o consciente emprego de meios ideativos". Neste sentido, várias pesquisas demonstraram a inteligência em animais, embora rudimentar e isto já fôra anunciado pelo espíritos à época de KARDEC. Uma das mais importantes pesquisas científicas neste setor foi realizada por W. KÖEHLER, um dos fundamentadores da Psicologia da Gestalt (GestaltPsychologie)... 

W. KÖEHLER publicou o livro A Inteligência dos Símios Superiores, em 1917, no qual relata sua experiência em chimpanzés que aqui resumimos: os chimpanzés foram colocados, com fome, numa área em que se deixava pender cachos de banana, inalcançáveis para a estatura deles. Foram colocados no chão, espalhados, alguns caixotes e varas. Depois de algum tempo, mais ou menos longo, para cada experiência, após várias tentativas de insucesso, conseguiram os chimpanzés terem "idéias", isto é, vislumbravam a solução do novo problema a eles apresentado, empilhando caixotes para alcançarem as bananas e/ou utilizando as varas para derrubarem as bananas... Enfim, provou o pesquisador que houve ali atos inteligentes dos chimpanzés, no entanto, simplesmente para atender suas necessidades materiais, imediatas, sem abstração e generalização. A esse respeito, ensinava o nosso mestre da Psiquiatria brasileira NOBRE DE MELO: "(...) Eis aí por que se pode dizer, sem exagero, que a vida psíquica do Homem é sempre e em tudo diferente da do animal. Este, incapaz de abstrair, terá limitada a sua inteligência aos imperativos das necessidades vitais imediatas. Por isso, seu raciocínio jamais poderá passar daquela inferência concreta e prática entre fatos particulares."(A. L. NOBRE DE MELO. Psiquiatria. Vol. I. Civilização Brasileira / MEC, Rio de Janeiro, 1979, p. 282 – 283). Enfim, o psiquismo animal existe, mas de forma rudimentar; o animal é incapaz de evoluir por si mesmo, nem através da ajuda dos de sua espécie, embora sejam capazes de atos que nos tocam o coração, porém, instintivos. 

São exemplos disso os casos relatados no prefácio à edição brasileira do livro de BOZZANO (op. cit.) por FRANCISCO KLORS WERNECK, embora não indique a fonte... Diz ele: "Existem casos surpreendentes com os animais, principalmente com os cães, que parecem ser os mais evoluídos na escala animal. um, por exemplo, daquele cão feroz que avançou resolutamente contra um de sua espécie, que que dava tranqüilamente na beira da calçada, e estacou, trêmulo e aterrado, ao aproximar-se do outro, que não percebeu o menor sinal de sua aproximação. Tratava-se de um animal cego. Outro, o do conhecido cirurgião que encontrou na rua um cão com a pata esmagada e tratou dele na sua própria casa. 

Doze meses se passaram até que estranhos arranhões na porta de sua residência o levaram a ver do que se tratava. Era o mesmo cão que levava um seu semelhante, nas mesmas condições em que se achara, para o médico o tratar.". Finalmente, conta KLORS WERNECK, um caso que teria ocorrido com ratos: "(...) Um tropeiro passava por uma estrada quando os seus olhos descobriram dois ratos que caminhavam um ao lado do outro, levando ambos uma palhinha, segurando um uma ponta e o outro a outra. Teve a idéia de matá-los com o porrete que levava na mão. O primeiro, atingido pela pancada, fugiu, sem dar antes sinais de desespero, e o outro pára um tanto perplexo de que o outro se tenha posto em fuga. Verifica então ele que a sua imobilidade se devia ao fato de ser cego. O outro lhe servia de guia nas trevas da cegueira." (op. cit., p. 7 – 8). 

KARDEC foi prudente e não colocou como um dado doutrinário indubitável a questão do "espírito" dos animais. Em 1865, na Revue Spirite disse: "(...) Quando tivermos reunido documentos bastantes, resumi-lo-emos num corpo de doutrina metódica, que será submetida ao controle universal (o grifo é nosso). Até lá são apenas balizas postas no caminho para o esclarecer." (cf. KARDEC. Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos, maio/1865, op. cit., p. 127). Este comentário KARDEC o fez a propósito de uma mensagem recebida pelo médium E. VÉZY, em 21/04/1865, que dentre outras coisas dizia: "(...) o animal, seja qual for, não pode traduzir seu pensamento pela linguagem humana, suas idéias são apenas rudimentares; para ter a possibilidade de exprimir-se, como o faria o Espírito de um homem, ele necessitaria de idéias, conhecimentos e um desenvolvimento que não tem, nem pode ter. Tende, pois como certo que nem o cão, o gato, o burro, o cavalo ou o elefante, podem manifestar-se por via mediúnica." (cf. KARDEC. Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos, maio/1865, op. cit., p. 129). Hoje, após 137 anos, ante a comunicação acima, diante das pesquisas científicas acumuladas sobre o assunto, ante o ensino do Espírito ERASTO (em 1861) e considerando as idéias de KARDEC, acreditamos que podemos afirmar que NÃO HÁ MEDIUNIDADE NO ANIMAL, ou melhor, O ÚNICO ANIMAL QUE POSSUI MEDIUNIDADE É O HOMEM, MAS ESTE É O "REI DA CRIAÇÃO". 

Às vezes, para se referir às manifestações inteligentes, Kardec usa também o termo “intelectual”. Aliás, como afirma Hermínio C. Miranda em Diversidade dos Carismas, “fenômeno mediúnico, de fato, na plenitude de sua conotação semântica, é o de efeito intelectual, no qual o sensitivo funciona realmente como o canal de comunicação entre encarnados e desencarnados”. Ele lembra ainda que se lê o seguinte em O Livro dos Médiuns: “Os efeitos inteligentes são os que o espírito produz, servindo-se dos elementos existentes no cérebro do médium”. Segundo o autor, ter-se-ia o próprio cérebro como central nervosa, como ponto de comando do sistema. Portanto, neste tipo de manifestação, o médium age como intermediário, entendendo-se que a ligação é de mente para mente, com a irradiação do pensamento. “Para uma comunicação inteligente, há necessidade de um intermediário inteligente e esse é o espírito do médium”, diz O Livro dos Médiuns.

 A psicofonia e a psicografia se caracterizam neste tipo de manifestação. Para que o fenômeno aconteça, é necessário que o fluido do perispírito do espírito comunicante se combine com o fluido do médium, criando-se a atmosfera mais apropriada para que o pensamento do primeiro alcance a mente e o cérebro do segundo. A respeito disso, André Luiz, no capítulo 8 de Nos Domínios da Mediunidade, descreve o mecanismo intrínseco do fenômeno de psicofonia consciente e inconsciente. Em uma comunicação que se seguiu à discussão do assunto na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e que consta no capítulo XXII de O Livro dos Médiuns, Erasto comenta que não havendo afinidade entre o fluido do homem e do animal, não há possibilidade deste atuar como médium. Refere-se ainda ao fato de que os espíritos tiram do cérebro do médium os elementos necessários para dar ao pensamento deles a forma sensível para nós. Então, questiona que elementos seriam encontrados no cérebro de um animal. 

Ele admite que alguns animais, principalmente os adestrados, compreendem certos pensamentos do homem, mas, não os podendo reproduzir, não podem nos servir de intérpretes. Aqui temos um fato interessante, pois se a restrição apontada é a dos animais não poderem reproduzir o que eventualmente entendam, há, então, os que podem fazê-lo! A ciência acaba de demonstrar que chipanzés e gorilas são capazes de se comunicar com os homens usando a linguagem de sinais para surdos-mudos. O casal Allen e Beatrix Garner, ambos cientistas do corpo docente da Universidade de Nevada, nos Estados Unidos, e seu assistente Roger Fouts, autor do livro O Parente Mais Próximo, ensinara a linguagem para a gorila Washoe e outros chipanzés, através da qual ela é capaz de articular frases gramaticalmente corretas e expressar sentimentos como solidariedade, raiva, compaixão, ciúme, inveja e senso de humor. - (Extraído da revista Cristã de Espiritismo 20, páginas 44-48)

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