Atribui-se também a Hiparco, em 139 a .C., o estabelecimento do primeiro grau de Áries (o zero ainda não existia) para o equinócio de primavera e o começo do zodíaco. Certamente, o objetivo de Hiparco era facilitar o cálculo da posição dos astros e das estrelas no sistema equatorial. Contudo, isto não foi levado imediatamente em conta pelos astrólogos. Historicamente, os primeiros a adotarem a proposta de Hiparco foram Posidonius ( 80 a .C.) e seu discípulo Gemino ( 70 a .C.), mas segundo Manilius, século I d.C., até Theón de Alexandria, século IV d.C., o grau 8 continuou sendo adotado pelos astrólogos como início do zodíaco.
Diz Manilius, no século I d.C., no livro III de seu Astronomicon:
“Um grau deve ser marcado nos signos tropicais, que movem o mundo e alteram as estações. Alguns colocam este poder no grau 8, outros preferem o grau 10 e há um escritor que colocou a mudança das estações no primeiro grau. “
Sem dúvida, o escritor ao qual Manilius se refere é Hiparco.
No século II d.C. – segundo afirma o historiador Bouché Leclercq do século XIX – Ptolomeu adotou o zodíaco Tropical de Hiparco e rompeu com as origens, separando definitivamente o zodíaco dos signos e das constelações.
Diz Ptolomeu:
“Aqueles que não considerarem os equinócios e solstícios no princípio dos signos vão se equivocar no que se refere à sua natureza, que depende das distâncias dos pontos cardinais.”
Contudo, Ptolomeu também não teve grande impacto em sua época e foi somente a partir do século IV que passou a ser adotado pelos últimos astrólogos clássicos. Foi desta maneira que posteriormente seu texto chegou aos árabes e, através deles, retornou à Europa. E é deste modo que o zodíaco Tropical foi se difundindo como modelo ocidental.
Em sua constituição intelectual, o zodíaco Tropical preservou nos signos os nomes das constelações próximas à faixa zodiacal que eles ocupavam na ocasião da fixação de seu começo; não obstante, os signos nunca foram perfeitamente superpostos às constelações, já que estas têm dimensões muito variadas.
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