As Características de satanás.
Segundo a opinião de estudiosos, religiosos e pregadores, as faces do Maligno são cinco. Mas como eu disse no artigo anterior, ele se adapta a ocasião e usa o disfarce que melhor lhe com vem. Como é um mestre na arte do ilusionismo, também sabe usar o medo e a visão das pessoas a seu favor.
Especialistas no assunto dão algumas discrições sobre ele. Dizem que ele pisca de baixo para cima, uma em cada três vezes ele pisca dessa maneira movendo não a pálpebra, mas a parte debaixo do olho. Só que o faz de tal velocidade que é preciso muita atenção para flagrá-lo nesse movimento. Outra característica é a impaciência. Eles têm sete vezes mais pressa do que os homens de realizar as coisas.
Essas indicações são úteis pra identificá-lo quanto aparece na forma de homem, mas há muitas outras formas que costuma assumir. Gostam de se disfarçar de lobo, por exemplo. De serpente, de bode. Dante, na Divina Comedia, descreveu-os com três caras, uma cor cambiante e seis asas dotadas de olhos – asas que vêem, e que eles agitam constantemente. A forma alada não é incomum em suas aparições. O rei francês Carlos, o Calvo (823-877), numa ocasião foi vitima de um ataque de demônios que vieram do céu, sob aspecto de lagostas aladas. John Milton, autor do Paraíso Perdido, descreve seu Lúcifer como um modelo de beleza, o mais belo dos anjos. O segundo Concilio de Nicéia (787) revelou, como resultado de pacientes investigações, que a carne de Satanás é dura como a pedra e mais fria que a neve. Sua forca, inacreditável, é equivalente à soma da forca de seta atletas excepcionais, e sua velocidade também não encontra parâmetro humano.
A quem quiser saber mais sobre o Diabo recomenda-se o livro de Cousté. Encontram-se ali essas e muitas outras informações. Através desse conhecimento percebe-se também as diversas funções que o Diabo se empenhou pelos séculos. Ele atazanou e assuntou muita gente, mas também serviu para excitar a imaginação das pessoas, e inspirou imorredouras criações literárias. A pergunta é: e hoje, para que serve o Diabo? Ou quais são os papeis que, ele desempenha hoje em dia? Outra discussão antiga, de que nos dá conta o livro de Cousté, versa sobre quantos seriam os demônios. Segundo Wierius, notável demonologista alemão (século XVI), autor de Pandemonium e Da Impostora e Artifícios do Demônio, só os príncipes infernais, sem contar portanto os demônios da plebe, seriam 6.666. Outro autor, Georg Bloveck, defendeu a tese de que cada pessoa tem o seu, como contrapartida e contrapeso ao anjo da guarda, de forma que seu numero seria igual ao dos homens. Mas para os tempos atuais, podem-se identificar cinco deles. Esses cinco demônios, correspondentes aos cinco papeis mais correntes nos dias de atuais. Os cinco poderiam ser chamados de Satanás o Marketeiro, Satanás o Satanizador, Satanás o Descupabilizador, Satanás o Magnífico e Satanás-Satanas. Satanás o Marketeiro é considerado o mais nobre de seus papeis, trata-se de um personagem que serve para vender e fazer sensacionalismo. De igrejas pouco escrupulosas a grupos de rock, pois muitos se utilizam de sua imagem, para assustar ou chocar, ganhar adeptos ou mostrar-se diferentes. Não a duvidas que o Demônio inseriu-se na disputa religiosa, afinal, trata-se de um mercado, e sua figura é explorada para ganhar adeptos. Em muitos programas religiosos de TV o demônio funciona como chamariz. Os apresentadores prometem a cura dos males do telespectador ou ouvinte se ele aderir à igreja em questão, que lhe ensinara como combater o demônio que o atormenta. Não é preciso ser um publicitário do ramo pra entender que o Demônio é o principal instrumento de mídia para atrair fieis. Um grande canal de telivisao pertencente a uma igreja, contribuiu muito com programas religiosos para o aumento dos fieis da igreja, pois eles chegavam a transmitir sete horas diárias de programas religiosos. Alguns diretores chegaram a dizer que quando se coloca o Diabo dentro do tema dos programas, a audiência aumenta muito.
No papel de Satã, o Satanizador, o Diabo desempenha aquela mesma função identificada por Elaine Pagels desde os tempos do Novo Testamento: a de satanizar o inimigo. Quem não concorda comigo – quem está do outro lado, quem compete comigo – esse é Satã. Isso vale tando no nível religioso quanto secular. Escreve Elaine Pagels: “Muitas pessoas religiosas que não acreditam mais em Satanás, ao lado de incontáveis outras que não se identificam com nenhuma tradição religiosa, mesmo assim são influenciadas pro esse legado cultural, em todos os casos em que identificam o conflito social e político como o de forças do Bem lutando contra as forças do Mal deste mundo”. Às vezes, a satanização do inimigo sobre o terreno religioso e político ao mesmo tempo.
No papel de Satanás o Desculpabilizador, o Diabo é útil sobretudo no plano psicológico. Sua função é desculpabilizar o individuo. Assim o Demônio se torna num grande achado, pois serve para fazer acreditar que as vitimas dos infortúnios não são culpadas por eles, existe sempre um Mal por traz. Isso pode restaurar a dignidade do ser humano. No ato da possessão e do exorcismo tão comuns hoje quanto no tempo da Palestina do Novo Testamento, serve como um mecanismo de projeção, onde a pessoa quer expulsar de si, tudo que considera perigoso e condenável. Atribui ao outro algo que está em suas atitudes em seu inconsciente.
Aceitar a existência do Demônio também permite fazer o mal por interposta pessoa, o que é outra forma de desculpabilizar-se. Um exemplo disso é quando encomenda-se macumbas, assim como em muitos outros tipos de rituais magisticos, a pessoa argumenta: “não sou eu”, não é uma pessoa, não é o agente do pedido que está praticando o mal. É um espírito maligno, um Exu malvado, o Diabo. Eu não tenho culpa.
Satanás o Magnífico é aliado dos homens contra um Criador injusto insensível ou incompreensível. Trata-se, segundo escreve Cousté, de um “inimigo dos conceitos de culpa expiação e, consequentemente, da moral derrotista e da submissão”. O autor argentino tem uma nítida predileção por essa encarnação de Satanás. O Diabo e o homem seriam como irmãos, explica ele: “No começo dos tempos, o Diabo competiu com o homem pela primogenitura de o manifestado; vencidos e expulsos ambos da presença de Deus, por terem praticado o mesmo delito (haverem pretendido imitá-lo), a suspeita de que o próprio delito lhes tenha sido induzido por Aquele que os julgou e expulsou cria entre o Diabo e o homem algo mais do que uma relação de analogia: com o devir histórico, acabou pro se tornar uma condenação e uma cumplicidade”.
Escreveu o poeta alemão Schiller, no fim do século XVI: “Não era um gênio extraordinário, aquele que ousou declarar guerra ao Onipotente?” Satanás seria uma reprodução do mito de Prometeu, aquele que na mitologia grega roubou dos deuses o segredo do fogo: Satanás é quem induz o homem ao conhecimento, contra as determinações de Deus. É também quem ensina aos homens a liberdade, contra as recomendações de obediência e submissão pregadas por Deus e suas igrejas. Escreve Cousté: “Na grandiosa e, provavelmente, interminável luta da espécie pela conquista da liberdade, o homem intui que o Diabo é o seu antecessor seu espelho, talvez mesmo cúmplice”.
Esse Satanás transmissor do conhecimento, disposto a dar ao homem a chave do entendimento do universo, é o que firmou o famoso pacto com Fausto, personagem de varias peças literárias, inclusive o famoso drama de Goethe, obra-prima do escritor alemão, e, no século passado, um romance de Thomas Mann. O Fausto, personagem da literatura inspira-se num personagem de existência real, Johannes Faustus, de Heidelberg (1480-1540), que também se identificava como Magister Georgius Sabelicus Faustus Junior, e do qual nos dá boa noticia o livro de Cousté.
Fausto é um sábio típico do Renascimento, possuidor de sede insaciável de saber, e que para atingir esse objetivo, segundo a lenda que se criou em torno dele, lançou-se inclusive aos territórios perigosos da alquimia e da magia negra. Fausto sabia a Ilíada e a Odisséia de cor. Entre seus dons estariam o da ubiqüidade, o da invisibilidade, o da levitação e o da xenoglossia, que consiste na faculdade de falar línguas estrangeiras. Fausto e seu criado, Cristóvão Wagner, conseguiam as mais finas iguarias e as melhores roupas apenas chegando à janela aberta da casa. Isso durou enquanto durou o pacto: 24 anos. Ai veio o Diabo cobrar a sua parte – matou Fausto e levou-o consigo.
Que significa Fausto? Ele “não fundou, nem pretendeu faze-lo, religião ou culto satânico algum”, escreve Cousté. “Seu projeto é uma exasperação do individual, uma suprema tensão entre o homem e o destino”. Essa tensão chega aos nossos tempos, observa Cousté, reelaborada, entre outros, pela filosofia existencialista e por Sigmund Freud. O autor argentino sintetiza assim essa reelaboração: “Um uma única palavra, o mal é inevitável; o homem deve morrer; sua única pátria a terra, e sua única possibilidade de transcendência é o conhecimento; o Diabo queria dizer desde o começo dos tempos”.
Satanás-Satanas – que outro não é senão o Diabo propriamente dito, o Imperador das Trevas, o Rei do Mal. Trata-se do entendimento mais imediato que se tem do Diabo, e o aparecimento mais obvio – mas, na verdade, o mais complexo e problemático. Acreditar no Diabo, nesse sentido, é acreditar no Bem. O mundo seria uma luta entre essas duas forças do Absoluto. Nós estaríamos no meio dela, sujeitos à sua força suprema, mas ao mesmo tempo, segundo o cristianismo, dotados de um livre-arbítrio que nos permite fazer opções... Bem, tudo isso é muito misterioso.
Mas se não fosse o Mal, que seria do bem? Acreditar no Demônio não é acreditar numa força igual à Deus num sentido contrario? É possível revogar o Diabo sem revogar a Deus? Quem tem fé não responde: acredita. Quem não tem, ou não tem suficiente, vem, vem, vaga e volteia sem resposta. Diante do Diabo no papel Satanás-Satanas, viramos joguetes da dialética do Absoluto, onde os caminhos levam às portas da presunção, quando muito nunca da certeza.
Como pesquisador e astrólogo eu me baseio na palavra que diz que, o que está encima é igual ao que está embaixo. Neste caso observando e contemplando o movimento dos astros vejo claramente o conflito eterno entre a sombra e a luz e sei que do mesmo modo esse conflito se repete entre o Bem e o Mal.
Carlinhos Lima – Astrólogo e Pesquisador.
Especialistas no assunto dão algumas discrições sobre ele. Dizem que ele pisca de baixo para cima, uma em cada três vezes ele pisca dessa maneira movendo não a pálpebra, mas a parte debaixo do olho. Só que o faz de tal velocidade que é preciso muita atenção para flagrá-lo nesse movimento. Outra característica é a impaciência. Eles têm sete vezes mais pressa do que os homens de realizar as coisas.
Essas indicações são úteis pra identificá-lo quanto aparece na forma de homem, mas há muitas outras formas que costuma assumir. Gostam de se disfarçar de lobo, por exemplo. De serpente, de bode. Dante, na Divina Comedia, descreveu-os com três caras, uma cor cambiante e seis asas dotadas de olhos – asas que vêem, e que eles agitam constantemente. A forma alada não é incomum em suas aparições. O rei francês Carlos, o Calvo (823-877), numa ocasião foi vitima de um ataque de demônios que vieram do céu, sob aspecto de lagostas aladas. John Milton, autor do Paraíso Perdido, descreve seu Lúcifer como um modelo de beleza, o mais belo dos anjos. O segundo Concilio de Nicéia (787) revelou, como resultado de pacientes investigações, que a carne de Satanás é dura como a pedra e mais fria que a neve. Sua forca, inacreditável, é equivalente à soma da forca de seta atletas excepcionais, e sua velocidade também não encontra parâmetro humano.
A quem quiser saber mais sobre o Diabo recomenda-se o livro de Cousté. Encontram-se ali essas e muitas outras informações. Através desse conhecimento percebe-se também as diversas funções que o Diabo se empenhou pelos séculos. Ele atazanou e assuntou muita gente, mas também serviu para excitar a imaginação das pessoas, e inspirou imorredouras criações literárias. A pergunta é: e hoje, para que serve o Diabo? Ou quais são os papeis que, ele desempenha hoje em dia? Outra discussão antiga, de que nos dá conta o livro de Cousté, versa sobre quantos seriam os demônios. Segundo Wierius, notável demonologista alemão (século XVI), autor de Pandemonium e Da Impostora e Artifícios do Demônio, só os príncipes infernais, sem contar portanto os demônios da plebe, seriam 6.666. Outro autor, Georg Bloveck, defendeu a tese de que cada pessoa tem o seu, como contrapartida e contrapeso ao anjo da guarda, de forma que seu numero seria igual ao dos homens. Mas para os tempos atuais, podem-se identificar cinco deles. Esses cinco demônios, correspondentes aos cinco papeis mais correntes nos dias de atuais. Os cinco poderiam ser chamados de Satanás o Marketeiro, Satanás o Satanizador, Satanás o Descupabilizador, Satanás o Magnífico e Satanás-Satanas. Satanás o Marketeiro é considerado o mais nobre de seus papeis, trata-se de um personagem que serve para vender e fazer sensacionalismo. De igrejas pouco escrupulosas a grupos de rock, pois muitos se utilizam de sua imagem, para assustar ou chocar, ganhar adeptos ou mostrar-se diferentes. Não a duvidas que o Demônio inseriu-se na disputa religiosa, afinal, trata-se de um mercado, e sua figura é explorada para ganhar adeptos. Em muitos programas religiosos de TV o demônio funciona como chamariz. Os apresentadores prometem a cura dos males do telespectador ou ouvinte se ele aderir à igreja em questão, que lhe ensinara como combater o demônio que o atormenta. Não é preciso ser um publicitário do ramo pra entender que o Demônio é o principal instrumento de mídia para atrair fieis. Um grande canal de telivisao pertencente a uma igreja, contribuiu muito com programas religiosos para o aumento dos fieis da igreja, pois eles chegavam a transmitir sete horas diárias de programas religiosos. Alguns diretores chegaram a dizer que quando se coloca o Diabo dentro do tema dos programas, a audiência aumenta muito.
No papel de Satã, o Satanizador, o Diabo desempenha aquela mesma função identificada por Elaine Pagels desde os tempos do Novo Testamento: a de satanizar o inimigo. Quem não concorda comigo – quem está do outro lado, quem compete comigo – esse é Satã. Isso vale tando no nível religioso quanto secular. Escreve Elaine Pagels: “Muitas pessoas religiosas que não acreditam mais em Satanás, ao lado de incontáveis outras que não se identificam com nenhuma tradição religiosa, mesmo assim são influenciadas pro esse legado cultural, em todos os casos em que identificam o conflito social e político como o de forças do Bem lutando contra as forças do Mal deste mundo”. Às vezes, a satanização do inimigo sobre o terreno religioso e político ao mesmo tempo.
No papel de Satanás o Desculpabilizador, o Diabo é útil sobretudo no plano psicológico. Sua função é desculpabilizar o individuo. Assim o Demônio se torna num grande achado, pois serve para fazer acreditar que as vitimas dos infortúnios não são culpadas por eles, existe sempre um Mal por traz. Isso pode restaurar a dignidade do ser humano. No ato da possessão e do exorcismo tão comuns hoje quanto no tempo da Palestina do Novo Testamento, serve como um mecanismo de projeção, onde a pessoa quer expulsar de si, tudo que considera perigoso e condenável. Atribui ao outro algo que está em suas atitudes em seu inconsciente.
Aceitar a existência do Demônio também permite fazer o mal por interposta pessoa, o que é outra forma de desculpabilizar-se. Um exemplo disso é quando encomenda-se macumbas, assim como em muitos outros tipos de rituais magisticos, a pessoa argumenta: “não sou eu”, não é uma pessoa, não é o agente do pedido que está praticando o mal. É um espírito maligno, um Exu malvado, o Diabo. Eu não tenho culpa.
Satanás o Magnífico é aliado dos homens contra um Criador injusto insensível ou incompreensível. Trata-se, segundo escreve Cousté, de um “inimigo dos conceitos de culpa expiação e, consequentemente, da moral derrotista e da submissão”. O autor argentino tem uma nítida predileção por essa encarnação de Satanás. O Diabo e o homem seriam como irmãos, explica ele: “No começo dos tempos, o Diabo competiu com o homem pela primogenitura de o manifestado; vencidos e expulsos ambos da presença de Deus, por terem praticado o mesmo delito (haverem pretendido imitá-lo), a suspeita de que o próprio delito lhes tenha sido induzido por Aquele que os julgou e expulsou cria entre o Diabo e o homem algo mais do que uma relação de analogia: com o devir histórico, acabou pro se tornar uma condenação e uma cumplicidade”.
Escreveu o poeta alemão Schiller, no fim do século XVI: “Não era um gênio extraordinário, aquele que ousou declarar guerra ao Onipotente?” Satanás seria uma reprodução do mito de Prometeu, aquele que na mitologia grega roubou dos deuses o segredo do fogo: Satanás é quem induz o homem ao conhecimento, contra as determinações de Deus. É também quem ensina aos homens a liberdade, contra as recomendações de obediência e submissão pregadas por Deus e suas igrejas. Escreve Cousté: “Na grandiosa e, provavelmente, interminável luta da espécie pela conquista da liberdade, o homem intui que o Diabo é o seu antecessor seu espelho, talvez mesmo cúmplice”.
Esse Satanás transmissor do conhecimento, disposto a dar ao homem a chave do entendimento do universo, é o que firmou o famoso pacto com Fausto, personagem de varias peças literárias, inclusive o famoso drama de Goethe, obra-prima do escritor alemão, e, no século passado, um romance de Thomas Mann. O Fausto, personagem da literatura inspira-se num personagem de existência real, Johannes Faustus, de Heidelberg (1480-1540), que também se identificava como Magister Georgius Sabelicus Faustus Junior, e do qual nos dá boa noticia o livro de Cousté.
Fausto é um sábio típico do Renascimento, possuidor de sede insaciável de saber, e que para atingir esse objetivo, segundo a lenda que se criou em torno dele, lançou-se inclusive aos territórios perigosos da alquimia e da magia negra. Fausto sabia a Ilíada e a Odisséia de cor. Entre seus dons estariam o da ubiqüidade, o da invisibilidade, o da levitação e o da xenoglossia, que consiste na faculdade de falar línguas estrangeiras. Fausto e seu criado, Cristóvão Wagner, conseguiam as mais finas iguarias e as melhores roupas apenas chegando à janela aberta da casa. Isso durou enquanto durou o pacto: 24 anos. Ai veio o Diabo cobrar a sua parte – matou Fausto e levou-o consigo.
Que significa Fausto? Ele “não fundou, nem pretendeu faze-lo, religião ou culto satânico algum”, escreve Cousté. “Seu projeto é uma exasperação do individual, uma suprema tensão entre o homem e o destino”. Essa tensão chega aos nossos tempos, observa Cousté, reelaborada, entre outros, pela filosofia existencialista e por Sigmund Freud. O autor argentino sintetiza assim essa reelaboração: “Um uma única palavra, o mal é inevitável; o homem deve morrer; sua única pátria a terra, e sua única possibilidade de transcendência é o conhecimento; o Diabo queria dizer desde o começo dos tempos”.
Satanás-Satanas – que outro não é senão o Diabo propriamente dito, o Imperador das Trevas, o Rei do Mal. Trata-se do entendimento mais imediato que se tem do Diabo, e o aparecimento mais obvio – mas, na verdade, o mais complexo e problemático. Acreditar no Diabo, nesse sentido, é acreditar no Bem. O mundo seria uma luta entre essas duas forças do Absoluto. Nós estaríamos no meio dela, sujeitos à sua força suprema, mas ao mesmo tempo, segundo o cristianismo, dotados de um livre-arbítrio que nos permite fazer opções... Bem, tudo isso é muito misterioso.
Mas se não fosse o Mal, que seria do bem? Acreditar no Demônio não é acreditar numa força igual à Deus num sentido contrario? É possível revogar o Diabo sem revogar a Deus? Quem tem fé não responde: acredita. Quem não tem, ou não tem suficiente, vem, vem, vaga e volteia sem resposta. Diante do Diabo no papel Satanás-Satanas, viramos joguetes da dialética do Absoluto, onde os caminhos levam às portas da presunção, quando muito nunca da certeza.
Como pesquisador e astrólogo eu me baseio na palavra que diz que, o que está encima é igual ao que está embaixo. Neste caso observando e contemplando o movimento dos astros vejo claramente o conflito eterno entre a sombra e a luz e sei que do mesmo modo esse conflito se repete entre o Bem e o Mal.
Carlinhos Lima – Astrólogo e Pesquisador.
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