A pirita tem sido chamada de ouro dos tolos devido à sua semelhança com o metal precioso, mas um estudo realizado por cientistas de vários países determinou que a mesma contém partículas de ouro muito pequenas.
Um grupo internacional de cientistas afirma que o sulfeto de ferro, pirita, ou ouro dos tolos, não é tão inútil quanto sua fama indica. De acordo com os resultados de seu estudo, publicado na revista Geology, o mineral contém, de fato, pequenas quantidades do metal precioso com o qual se assemelha.
"Anteriormente os extratores de ouro conseguiram encontrar ouro na pirita em forma de nanopartículas ou uma liga de ouro-pirite, mas o que descobrimos é que o ouro também pode ser hospedado em defeitos de cristal em nanoescala, representando um novo tipo de ouro invisível", disse o dr. Denis Fougerouse, da Escola de Ciências da Terra e Planetárias da Universidade de Curtin, em Perth, Austrália Ocidental, Austrália, citado pelo portal SciTech Daily.
A equipe de pesquisadores usou um sensor de átomo para encontrar os restos desses materiais, que são 100 vezes menores que uma partícula de vírus. O dispositivo permitiu ver em alta resolução e criar um mapa tridimensional das impuridades de um cristal, algo que afirmam não ter sido possível até agora.
Quanto mais deformado o cristal é, mais ouro é escondido em seus defeitos, que são chamados de deslocamentos, dizem os pesquisadores. Ambos os materiais são formados nas profundezas da Terra.
Segundo Fougerouse, a descoberta fornece alguma ideia de como os depósitos de minerais são formados, e pode criar formas mais amigáveis para o meio ambiente na prática da extração de ouro, principalmente ajudando os mineiros a reduzirem as emissões de gases de efeito estufa, que retêm o calor na atmosfera da Terra.
"Estudamos um processo de extração chamado lixiviação seletiva, usando um fluido para dissolver o ouro seletivamente da pirita. Não só os deslocamentos prendem o ouro, mas também se comportam como caminhos de fluido que permitem que o ouro seja 'lixiviado' sem afetar toda a pirita", comentou o cientista.
Durante a corrida do ouro nos EUA em 1848, muitos mineradores celebraram após pensarem que haviam descoberto uma pepita valiosa, quando na realidade era pirita, também conhecida como sulfeto de ferro.
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